Convivendo

Pelo que você é grato: Uma história de gratidão e muito amor

Criança nas costas da mãe ao lado de uma senhora
Escrito por Giselli Duarte

O ano era 2003. Naquela época eu tinha 13 anos de idade. Um belo dia meu pai anunciou: “Vamos morar no Rio de Janeiro!”. Meus pais sempre tiveram um lance com o Rio, por isso sempre viajaram para a Cidade Maravilhosa desde o final dos anos 70.

A princípio eu havia gostado da ideia, pois, além de amar passar as férias por lá, tanto na capital quanto na Região dos Lagos ou na Costa Verde, eu não sabia o que era na época, mas hoje compreendo. Eu não gostava da versão que eu havia conhecido de São Paulo naquela época (hoje está tudo resolvido e eu amo SP). A fase da pré-adolescência não é fácil para ninguém. Para uma menina de cabelo cacheado e com muitas misturas, naquela época não existia o termo “bullying” para me respaldar. Essa fase, aliás, foi de introspecção total.

A ideia de morar onde eu passava férias foi uma coisa de outro mundo. Sem meus pais saberem, pois eu não contava para ninguém as coisas que me aconteciam na escola ou no condomínio, nos mudar me ajudou em vários sentidos!

Menina com a mão no rosto se escondendo

Aos poucos fui conhecendo pessoas novas e fazendo amizades. Mas bem aos poucos mesmo, porque eu era muito fechada. Com o passar dos anos, eu me integrava cada vez mais com a capital fluminense. Me tornei uma pessoa extrovertida e portadora de uma gargalhada maluca, porém muito espontânea (até demais). Conheci um lugar que, enfim, era sol, mar e sorrisos 0800. As pessoas não me julgavam pela minha aparência; elas me aceitavam do jeito que eu era. Que lindo, era tudo o que eu queria!

Sabe quando dizem que banho de mar tem poder para nos curar? Tem mesmo! A cada mergulho, um flash.

Coisas básicas me faziam superbem. Ver o pôr do sol na pedra do Arpoador, assistir a um chorinho na Praça General Glicério, bater um papo na mureta da Urca, assistir o nascer do sol na Praia do Recreio, tomar um café lendo livros alheios na Livraria da Travessa ou tomar uma bela vaca na Prainha só porque eu achava que podia surfar sem aulas iniciais. Tudo era bom, até mesmo quando as fases não estavam tão boas.

Aquela cidade me deu coragem para fazer coisas que eu nunca imaginei que pudessem ser feitas, como uma travessia de 4 dias na Joatinga (Paraty), escalada nas falésias do Pão de Açúcar, rapel na praia da Tartaruga e trilhas moderadas de 5 horas na região serrana. Tinha caído a ficha totalmente: os momentos na natureza sempre foram os que mais me deixavam mais viva! Recomendo que todos se aventurem o mínimo que puderem e o máximo possível!

Mulher de frente para cachoeira com as mãos nas costas

Foi no Rio de Janeiro, inclusive, que eu comecei aos poucos a trilhar nos caminhos do autoconhecimento. Comecei a fazer aulas de yoga na academia que ficava ao lado da minha faculdade, em 2007. Apesar de ser uma aula diferente, pois era mais focado na atividade física em si, eu gostava de praticar algo que estava me fazendo bem por dentro e por fora. Quando a academia fechou, matriculei-me em outra atividade, mais próxima de casa.

Reencontrei o yoga em 2012. Fazia aulas no Instituto Hermógenes, com o professor João Batista, um ser iluminado no corpo de um sábio de 84 anos. Aqueles momentos de prática me levavam para um lugar de paz. Eu havia encontrado uma terapia complementar que pudesse me ajudar no dia a dia. O yoga entrou na minha vida não apenas como prática física, mas espiritual e devocional. Ele me ajudou a encerrar ciclos que não me permitiam evoluir, para dar início a outros com mais sentido.

Em 2015, quando me permiti iniciar uma formação em hatha yoga, tinha o objetivo de levar para as pessoas aquilo o que eu fui buscar sem saber: uma nova oportunidade para viver bem e fazer escolhas conscientes. E de lá pra cá foram muitos aprendizados e muitas outras novas formações, que me permitem caminhar de forma mais leve e contribuir de alguma forma com o bem-estar do próximo. E tudo isso começou lá… In Rio.

Eu gostaria muito que o RJ fosse, 24 horas por dia, do jeito que eu relatei, mas infelizmente não é assim. Escrevi apenas o que foi bom, pois assim é como eu gostaria de recordar a cidade que tanto me abraçou e me acolheu. Afinal, foram 15 anos de amor fraterno vividos entre eu e o Rio.

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Obviamente eu sinto saudade, mas daquele Rio que já não existe mais. Quem conhece sabe e sente.

A minha gratidão será sempre enorme pelas pessoas maravilhosas que conheci, pelos pedacinhos de paraíso na Terra e por tantos aprendizados.

Gratidão, Rio!

Sobre o autor

Giselli Duarte

Sempre fui movida pela busca por novos aprendizados.
Minha trajetória percorreu diferentes áreas, desde a carreira corporativa até experiências pouco convencionais, como um curso de DJ. Essa diversidade ampliou minhas perspectivas e me trouxe a compreensão de que cada fase contribui para o trabalho que realizo hoje.

Com espírito empreendedor desde cedo, comecei a trabalhar aos 14 anos como jovem aprendiz e, aos 21, legalizei meu primeiro negócio. Desde então, criei e participei de projetos diversos, sempre unindo consistência e visão estratégica.

Atuei como profissional PJ em projetos para empresas de diferentes setores, incluindo engenharia, startups, agências de comunicação e administração de condomínios, conciliando o empreendedorismo com projetos fixos. Essa experiência trouxe visão prática sobre diferentes modelos de negócios e a capacidade de orientar profissionais em diversos momentos da carreira.

A experiência com o burnout transformou a forma como conduzo minha vida e minha atuação profissional. Encontrei no Yoga e na Meditação o caminho de reconexão, o que me levou à formação em Hatha Yoga e à especialização em terapias naturais.

Compartilho esse conhecimento como colunista no Portal Eu Sem Fronteiras e como instrutora de meditação nas plataformas Insight Timer e Aura Health, onde também atuo como podcaster, oferecendo práticas que ajudam a cultivar presença e equilíbrio.

Como autora, publiquei os livros No Caminho do Autoconhecimento e Lado B, registrando reflexões e vivências que me conduziram a um olhar mais consciente sobre a vida.

Sou graduada em Marketing, pós-graduada no MBA em Gestão Estratégica de Negócios, com especializações em Design Gráfico e Inteligência Artificial aplicada a Growth Marketing. No momento, estou concluindo duas pós-graduações, uma em Inteligência Emocional e outra em Psicanálise.

Concluí também a Formação de Instrutores de Yoga para Crianças, Jovens e Yoga na Educação, ampliando minha visão sobre o bem-estar em todas as fases da vida.

Hoje, à frente da Terapeutas Digitais, auxilio profissionais da área terapêutica a fortalecerem suas marcas e a se posicionarem no digital de forma consciente e coerente com seus valores. Atuo como mentora de negócios, incentivando e conduzindo profissionais no caminho do empreendedorismo ao longo da minha trajetória. Atualmente, também sou mentora da RME – Rede Mulher Empreendedora, ampliando esse propósito.

Acredito que negócios alinhados com quem somos têm mais impacto e significado. É assim que escolho atuar e é esse o caminho que sigo construindo.

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Meditação para quem não sabe meditar

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