Mas, afinal, “o que eu fiz de errado para que todos me desprezem desta forma?”. A resposta é simples: Você não fez absolutamente nada!
É tão simples e tão complexo ao mesmo tempo que é difícil aceitar que talvez você seja grande demais para pertencer àquele grupo. Um exemplo interessante, é tentar se imaginar dentro de um globo de neve que enfeita a estante de muitas pessoas. Você consegue entrar dentro de um? Não consegue porque é muito grande para ser capaz de adaptar-se a ele e sua vida perfeita, além de ironicamente monótona. É assim na vida real, com as pessoas. Agora é capaz de compreender?
Muitas vezes, tentar encontrar as respostas de nossos conflitos internos em grupos e amigos não é a melhor alternativa, pois talvez estes sejam mentalmente pequenos para nos aceitar como somos e podem nos atrapalhar a seguirmos os caminhos que são apenas os nossos, pois afetam a nossa autoestima com a sua ignorância. Pode parecer egoísta, mas possuir amor-próprio não o torna um indivíduo egoísta, apenas consciente de seu próprio valor, que se tentar esquecê-lo, ninguém irá encontrá-lo por você.
A nossa sociedade admira as aparências, e para ser parte dela, é preciso saber se comportar, não moralmente, mas aparentemente. Vivemos em um mundo em que admiram aquilo que mostramos, mas não se interessam pelo conhecimento daquilo que realmente somos e isto fere a alma dos puros de coração, daqueles que são verdadeiros, das “pessoas de alma”, pois estas são desprezadas e comparadas aos que apenas “mostram” possuir as virtudes que na verdade não possuem.
Já percebeu como quando se é desprezado, ao buscar a solidão acaba se descobrindo em vários aspectos? É um novo curso que surge e você resolve fazer, novos livros surgem em sua estante, seu gosto por música se aflora e seus filmes favoritos mudam, além de seus hábitos tornarem-se melhores, pois se não é mais necessário tentar firmar-se em um grupo, logo, não precisa se preocupar em cumprir a rotina deste.
Para alguns, a solidão pode ser equiparada com uma prisão, mas na verdade, quando ela solicita que seja assumida (porque no fundo, todos somos solitários), é porque chegou o momento de parar um pouco e refletir… Questionar-se interiormente sobre qual foi a última vez em que fez algo para si, apenas porque amava e não porque o seu grupo fazia, questionar se é a favor da ética daquela pessoa que se diz amiga, mas que a sua intuição sempre lhe disse que tratava-se de um relacionamento efêmero, pensar sobre como é importante ter uma identidade própria e se você possui a sua, questionar a sua própria importância e passar a reconhecê-la, sem medo. Por fim, ao sentir-se moralmente assediado, diga para si mesmo: Talvez eu seja grande demais para pertencer a este lugar.
E afaste-se… Vá embora.