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Slow food: o que é e por que aderir a esse movimento?

Uma pessoa segurando um caixote repleto de legumes e vegetais.
Jasmine Sahin / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Comer é muito mais do que uma necessidade fisiológica. Todos temos pratos preferidos e petiscos que gostamos de comer com os amigos, também fazemos almoços em família, saímos para comer uma coisa gostosa com a pessoa amada… Enfim, comer envolve muitas coisas e merece ser aproveitado. E isso é slow food.

De acordo com esse movimento, precisamos quebrar a lógica da sociedade capitalista de que comer é algo que fazemos no piloto automático, sem degustar. Além disso, segundo esse estilo de vida, tipos de alimento como o fast food, com lanches “pré-prontos” atrapalham a experiência que deveria ser degustar um prato.

Se você ficou interessado em saber o que é slow food, quais são os objetivos da prática e como é possível inseri-la em seu dia a dia, confira este artigo que preparamos!

O que é e como surgiu o slow food?

Slow food é uma expressão de língua inglesa que pode ser traduzida como “comer devagar”. É um movimento sobre comer sem pressa — porém, é menos sobre a velocidade da alimentação e muito mais sobre degustar a refeição, sobre aproveitar o momento sem pressa, muito mais como uma experiência e menos como refeição.

Uma pessoa comendo uma porção de arroz e legumes.
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O movimento slow food surgiu na década de 1980. Foi criado pelo jornalista italiano Carlo Petrini, que lançou uma campanha contra uma rede de fast food que abriu uma lanchonete na cidade de Roma, na Itália. Desde então, a expressão usada por ele foi ganhando adeptos e se popularizou mundo afora.

Quais são os objetivos e as missões do slow food?

Do termo usado por Carlo Petrini, criou-se todo um movimento em torno desse conceito, que deu origem a uma organização não governamental também chamada de Slow Food, que existe desde 1986 e já conta com mais de 100 mil membros espalhados por vários países do mundo.

Em resumo, de acordo com a ONG, o objetivo do slow food é promover maior apreciação e degustação da comida. Além disso, eles lutam pela melhoria da qualidade das refeições e por uma produção que valorize não só o produto, mas também o produtor e o meio ambiente.

É, enfim, um movimento que se contrapõe frontalmente à política de massificação e padronização oferecida pelas lanchonetes e pelos restaurantes de fast food. Mais do que falar sobre a velocidade focada na alimentação, o slow food é um manifesto contra a velocidade da vida contemporânea — e isso desde os anos 1980.

Como colocar o slow food em prática?

Para além de ONGs, objetivos e missões, o slow food é uma filosofia de vida. Se você sente prazer na gastronomia e gosta de valorizar isso, aderir ao slow food é uma grande ideia. Portanto, confira atitudes que você pode ter para incorporar essa filosofia à sua vida.

Como colocar o slow food em prática em casa:

1 – Sempre que possível, cozinhe

Uma pessoa mexendo algo numa panela que emite uma grande quantidade de vapor.
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Na vida corrida que muitos têm hoje, encontrar tempo para cozinhar não é nada fácil. Mas se você tem esse tempo e essa disposição, transforme a rotina de cozinhar sua própria comida em algo prazeroso, que pode ser tão delicioso quanto saborear a comida, quando ela estiver prontinha.

2 – Use produtos frescos

Consumir produtos frescos e evitar os processados e ultraprocessados tem tudo a ver com a filosofia do slow food. Então, selecione muito bem o que entra na sua geladeira e vai para a sua panela, para que você cozinhe e consuma alimentos saudáveis, que tenham sido produzidos de modo que respeita o meio ambiente e o produtor.

3 – Transforme a refeição em tempo de qualidade

Quando a comida finalmente estiver pronta, transforme a sua refeição em um tempo de qualidade. Em vez de engolir a refeição em cinco minutos, ou de colocar os olhos no celular durante a refeição, deguste cada sabor, interaja com seus familiares… Enfim, transforme a refeição em algo mais do que apenas comer.

Como colocar o slow food em prática fora de casa

1 – Escolha bem os restaurantes

Selecionar bem os restaurantes onde vai comer é meio caminho andado na prática do slow food. Prefira lugares que ofereçam alimentos frescos e de qualidade, que comprovem atuação sustentável e nos quais os funcionários e, principalmente, os cozinheiros não trabalhem sob absurda pressão, mas, sim, em condições honestas.

2 – Evite a lógica do fast food

Quando você compra um lanche em uma grande rede de hambúrgueres, por exemplo, está colocando o seu dinheiro em uma corporação que não se importa nem um pouco com o slow food — muito pelo contrário. Ou seja, escolha bem quem você vai “patrocinar” com os seus recursos financeiros: o slow food ou o fast food.

3 – Valorize o produtor

Um hambúrguer e uma porção de batatas fritas artesanais.
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Pagar R$ 25 em um lanche numa rede de fast food ou R$ 35 num estabelecimento de lanches artesanais? Se você tiver recursos financeiros para poder escolher, entenda que a escolha é muito mais do que apenas sobre dinheiro. Levar em conta o esforço e a dedicação de quem produz é essencial, segundo o slow food.

Quais são os benefícios de aderir ao slow food?

A resposta a essa pergunta é extremamente individual, porque muitas pessoas simplesmente amam fast food e são apaixonadas pela vida corrida do cotidiano contemporâneo atual. Mas se você se sente incomodado com tudo isso, pode se beneficiar bastante com o slow food. Então, confira alguns benefícios:

1 – Mais experiências

Quando você transforma uma refeição em algo mais do que simplesmente ingerir alimentos, transforma isso em uma experiência. Seja sozinho ou acompanhado, um almoço ou jantar pode se transformar numa experiência de conexão consigo mesmo ou de compartilhamento com pessoas queridas.

2 – Gastronomia é arte

Se você conversar com um amante de cinema, por exemplo, ele provavelmente vai dizer que aquele filme de comédia bobinho até é legal, mas tem aquele filme escondido que, nossa, é incrível… E é assim também com a gastronomia. O fast food pode até ser ok, mas há um mundo de possibilidades fora dele.

3 – Economiza dinheiro

Sucumbir à facilidade do fast food pode até poupar o seu tempo, mas não poupa o seu bolso. Tente cozinhar a sua própria comida durante uma semana (ou mesmo em um fim de semana), coloque na ponta do lápis e compare com o que teria gastado comendo fora, todos os dias, em restaurantes com comida rápida e pronta.

4 – Ajuda produtores locais/menores/artesanais

Quando você passa a priorizar restaurantes e produtores locais, menores e artesanais, fugindo da lógica das grandes redes de fast food, passa a apoiar o comércio local, que realmente precisa do seu apoio. Além disso, você sentirá que está verdadeiramente contribuindo com a manutenção e a vida dos seus restaurantes preferidos.

5 – Faz bem para o organismo

Comer devagar, sem pressa, usando alimentos de qualidade e, se possível, com você mesmo cozinhando esses alimentos faz muito bem para o seu organismo, que se beneficia da ingestão e da digestão sem pressa, e para a sua saúde mental, porque cozinhar pode ser uma grande oportunidade de se distrair de tudo.

Diferenças entre slow food e fast food

Hambúrgueres e porções de batata frita do McDonald's.
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Em suma, a filosofia do fast food é produzir e consumir rapidamente, o que faz mal para a digestão e também para o lado social (tempo de qualidade consigo ou acompanhado). Já o slow food transforma cada refeição em uma ocasião especial, especialmente se a comida for preparada por você mesmo.

Além disso, o slow food prega maior cuidado na seleção dos alimentos, então você vai consumir comida mais fresca e com mais qualidade. Já o fast food usa, normalmente, produtos ultraprocessados e de origem duvidosa, em que a carne não é carne de verdade, por exemplo.

Obras para conhecer melhor o slow food

Um homem cortando pepino numa tábua. Ao lado deste, tomates e pimentões.
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Se você gostou muito de conhecer o movimento e a filosofia slow food, pode estudar um pouco mais sobre o assunto para decidir se ele cabe na sua vida e se tem tudo a ver com quem você é. Portanto, confira algumas obras que selecionamos sobre essa atitude e estude bastante:

“Slow Food: bom, limpo e justo”, de Carlo Petrini — Neste livro, o criador do movimento slow food apresenta as bases dessa filosofia, seus benefícios, sua importância e de que forma ela pode mudar a sua vida e a sua relação com os alimentos.

“Cooked” — Esta série da Netflix aborda a maneira como os alimentos podem transformar, caracterizar e moldar culturas e a maneira como nos relacionamos com o mundo em que vivemos, mostrando que refeições são muito mais do que apenas ingerir alimentos.

“A comida como cultura”, de Massimo Montanari — Livro em que a comida é apresentada não só como alimento, mas como “membro” da sociedade, parte da nossa cultura, da maneira como nos relacionamos com as pessoas e até mesmo conosco.

“Food matters” — Este documentário já clássico começa demonstrando como alimentos e vegetais são usados para tratamentos medicinais baseados apenas em consumo saudável. Em seguida, argumenta sobre como as lógicas da pressa e do fast food, em voga atualmente, fazem mal não só para nossa saúde física, mas para a mental também.

“O terceiro prato: notas de campo sobre o futuro da comida”, de Dan Barber — Neste livro, o chef norte-americano Dan Barber faz previsões e análises a respeito da maneira como consumimos alimentos hoje e como será a transformação das refeições, rumo ao futuro.

O que consumiremos daqui a 35 anos?

Enfim, se você busca viver uma rotina menos conectada aos valores de pressa e de pura comodidade dos tempos atuais, o slow food pode mudar a maneira como você se alimenta.

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Então, dê uma chance a esse estilo de vida e transforme a sua alimentação e, consequentemente, a sua vida!

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