Autoconhecimento Saúde Integral

Você goza?

Escrito por Juliana Meyer Luzio
O que é sexo pra você? Como é sua sexualidade? Você tem fantasias? As realiza ou acha que elas não passam de devaneios? Como elas são? Você se permite tê-las? Fala delas com alguém?

 

Fala-se muito sobre sexo, mas ao mesmo tempo falamos muito pouco sobre o que de fato pensamos, sentimos e fazemos. E quando isso é feito, normalmente vem de um paradigma masculino, e não de mulheres. Com todo esse movimento feminista, será que alçamos de fato uma liberdade sexual ou será que queremos acreditar que alcançamos? Você transa ou já transou na mesma noite em que conheceu a outra pessoa? Fez ou faz isso livre e levemente? Você toma a iniciativa de levar alguém pra cama, seja desconhecido(a), namorado(a), marido, esposa, enfim, você já levou alguém pra cama ou sempre é levada?

Você se olha no espelho, se toca, conhece seu corpo, sabe quais são as partes do corpo que te dão mais prazer? Mostra ou diz sobre elas ao seu parceiro ou parceira?
E masturbação, o que pensa sobre ela? Acha certo ou errado? Você se masturba? Se sim, faz isso com liberdade ou depois vem a culpa ou a solidão de ter gozado sozinha? Você se acha bonita? Vê beleza, sensualidade e sexualidade em seu jeito, em seu olhar, andar…. ?

Senti vontade de escrever esse texto porque se por um lado o sexo me parece banalizado e presente em cada esquina, afinal temos hoje aplicativos, preservativos, discursos liberais, relacionamentos abertos e muitas outras facilidades e possibilidades de experimentá-lo, por outro lado escuto muitos desencontros entre casais, muito fingimento de gozo, muitas traições e muita mulher contando que a primeira vez que gozou de verdade – depois de anos de casada ou de namoro com um homem – foi quando transou com outra mulher.

Fico pensando nessa contradição de uma época em que transar e gozar nunca foi tão fácil e, ao mesmo tempo, tão difícil. Uma hipótese pode ser a de vivermos num individualismo extremo em que o outro é uma ameaça e, portanto, a solidão e a superficialidade foi o caminho que escolhemos. Porém uma outra hipótese coloca a repressão que a religião e uma sociedade patriarcal nos impõe frente ao nosso corpo e nosso desejo sexual.

Sim, eu acredito que a religião está muito mais presente e pungente do que acreditamos. Mesmo quem diz não ter religião e não frequentar nenhuma missa, culto ou reunião tem intrincado em si os preceitos de alguma delas. Exemplos presentes desde sempre são as mulheres que ao tornarem-se mães estão condenadas a deixar de sentir tesão. Ou pior ainda, ao tornarem-se esposa já perdem o lugar privilegiado nas fantasias de seus maridos.

Nessa segunda hipótese nos privamos de experimentar nossa sexualidade em toda sua extensão. Não nos permitimos ir até o fim de uma sedução, saindo correndo, desistindo ou deixando o ato final para os homens. Nos culpamos por querer transar mais do que transamos, vestimos a máscara de mãe e da mulher submissa, aceitamos as traições e as relações sexuais meia boca e vamos seguindo. Até que um dia o desejo explode e o tesão transborda.

A pergunta final fica então nessa explosão e transbordo: você goza o quanto tem vontade? Se não, por que não?

Libere-se, desnude-se, liberte-se e descubra a fêmea que há em você.


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Sobre o autor

Juliana Meyer Luzio

Terapeuta que constrói sua clínica através de um espaço que integra fala, consciência corporal e quietude, tornando possível uma reconexão com o que há de belo, delicado e muito forte em nós - nossa saúde.

Formada em Psicologia, Psicanálise, Terapia de Integração Craniossacral, Transmutation Therapy, entre outros, está sempre em busca de conhecimentos que agreguem, em seu dia-a-dia maneiras, diferentes de olhar a vida.

Atualmente, além de sua clínica, lançou a Îandé, onde tem se dedicado à arte de criar e costurar produtos exclusivos e cheios de carinho.

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