A nova tendência é menos fingimento e mais verdade. E isso vale para muito além do que se publica. Está na forma como se vive, se escolhe, se consome e se relaciona.
Há um cansaço visível na tentativa de parecer. A busca por validadores externos, o esforço para sustentar uma imagem que não condiz com a realidade, vem se tornando um fardo.
Aos poucos, vai se tornando claro que há mais inteligência emocional em quem admite suas limitações do que em quem tenta camuflar tudo sob uma máscara de perfeição.
O problema é que por muito tempo se aplaudiu a performance. A autoconfiança falsa foi confundida com autoridade. A frieza foi confundida com profissionalismo. A ostentação virou sinônimo de sucesso. Mas, aos poucos, essas camadas se desgastam. E o que fica é o que de fato sustenta: a coerência entre o que se vive e o que se diz.
É nesse contexto que surgem figuras que mais parecem dublês de rico. Ostentam, acumulam, investem em aparências. Carros, marcas, viagens, tudo precisa ser mostrado. Mas basta um olhar mais atento para perceber o vazio por trás da encenação. O verdadeiro sucesso raramente faz barulho. Ele é discreto, coerente, sereno. E, quase sempre, modesto.
A vulnerabilidade começa a ser vista com outros olhos. Já não é mais fraqueza admitir que algo não está bem, que existem dias difíceis, que existem dores. Pelo contrário: é nesse tipo de postura que nascem as conexões genuínas. Quando alguém diz com verdade o que sente, o outro sente que pode fazer o mesmo. Quando alguém vive com verdade, sem precisar provar, o outro se inspira a ser mais honesto consigo também.
Ser verdadeiro cansa menos do que tentar parecer. Exige menos esforço diário do que sustentar um personagem. Exige, sim, coragem. Mas uma coragem que gera liberdade. E uma liberdade que dá espaço para o que é real.
As pessoas estão cada vez mais atentas a isso. O olhar treinado pelo excesso já reconhece o que não é espontâneo. E cada vez mais, quem se comunica, trabalha, vive e escolhe com verdade vai se tornando o novo padrão. Não porque é tendência. Mas é insustentável viver de fachada por muito tempo.
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No fim, ninguém precisa ser perfeito. Precisa apenas ser inteiro. Inteiro naquilo que é, naquilo que sente, naquilo que faz. A nova tendência não é nova. É antiga, mas voltou a ser necessária. Viver com verdade, mesmo que em silêncio, mesmo que sem plateia. Porque viver com verdade dá paz. E isso, nenhuma encenação consegue oferecer.