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A conservação dos solos e a produção de alimentos sustentáveis

Uma colheita cresce diante de um céu azul e cheio de nuvens.
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Como o solo influencia na nossa comida, no clima e até na água que bebemos? E por que técnicas como o plantio direto e a rotação de culturas são tão importantes? Descubra os segredos por trás da terra que alimenta o mundo. Continue lendo e surpreenda-se!

A conservação dos solos é fundamental para a produção de alimentos nutritivos, sustentáveis e na manutenção do equilíbrio da natureza. Os solos conservados são essenciais para promover a fertilidade dos solos, a produtividade e a resistência das plantas às mudanças climáticas, prevenção da erosão, melhoria na capacidade de absorção e retenção de água disponível no solo.

  • Fertilidade do solo: os solos férteis são ricos em nutrientes essenciais para as plantas. A conservação do solo envolve práticas como a rotação de culturas, o uso de adubação orgânica e a cobertura do solo, que ajudam a manter essa fertilidade.
  • Prevenção da erosão: a erosão do solo, causada pela chuva e pelo vento, pode remover a camada superficial rica em nutrientes, reduzindo a produção agrícola. Práticas como o plantio de cobertura vegetal, o uso de terraços e o manejo adequado da água ajudam a reduzir a erosão.
  • Capacidade de retenção de água: os solos conservados têm melhor capacidade de absorção e retenção de água, sendo fundamental para a produção de alimentos em regiões com longos períodos de seca.

As práticas de conservação do solo são o plantio direto, construção de terraços, rotação entre diferentes culturas no solo e têm impacto no aumento da produtividade, redução da utilização de fertilizantes químicos industrializados e aumento da lucratividade agrícola.

  • Plantio direto: a técnica é a semeadura das culturas diretamente sobre a palha ou resíduo da cultura anterior, com o mínimo revolvimento do solo, o que reduz a erosão e melhora a estrutura do solo.
  • Terraços e curvas de nível: as práticas que conduzem a água da chuva, reduzindo o escorrimento muito rápido que resulta em erosão do solo.
  • Adubação verde e rotação de culturas: a alternância entre diferentes tipos de culturas pode melhorar as propriedades físicas e químicas do solo e fixar nitrogênio no solo.

As principais características do plantio direto são:

  • Ausência de preparo convencional do solo: em vez de preparar o solo com arado e grade, o plantio direto deixa a palha ou restos de culturas anteriores sobre a superfície do solo como uma proteção das camadas superficiais.
  • Uso de máquinas específicas: na semeadura, utilizam-se máquinas próprias para plantio direto, que conseguem cortar a camada de palha, abrir um sulco no solo e semear com redução do revolvimento do solo.
  • Cobertura do solo: a cobertura do solo, composta por resíduos de culturas anteriores e plantas de cobertura, ajuda a proteger o solo contra a erosão, a perda de nutrientes e reduz o impacto das chuvas. A cobertura contribui para a melhoria das propriedades do solo, aumentando sua capacidade de retenção de água.
Imagem de um plantio direto. Há um trator fazendo a colheita.
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As vantagens do plantio direto são:

  • Redução da erosão do solo: a palha e os restos de culturas funcionam como uma camada protetora, reduzindo o impacto das chuvas e erosão do solo em regiões com chuvas intensas.
  • Melhoria das propriedades do solo: o plantio direto contribui para o aumento da matéria orgânica no solo, o que melhora as propriedades, tornando-o mais poroso e facilitando a infiltração de água, favorecendo a atividade microbiana benéfica, como as minhocas e outros organismos do solo.
  • Aumento da retenção de água: a manutenção da cobertura do solo e a porosidade. O solo retém melhor a água da chuva, reduzindo o risco de secas e favorecendo às culturas durante os períodos de seca.
  • Redução de custos e menor compactação do solo: o preparo dos solos é minimizado, o uso de máquinas pesadas e a necessidade de trabalho manual são reduzidos, o que resulta em economia de recursos agrícolas. O solo não é compactado com o uso constante de tratores pesados dos sistemas de preparo convencional.
  • Aumento da matéria orgânica: o sistema de plantio direto, quando combinado com o uso de plantas de cobertura e rotação de culturas, favorece a adição de matéria orgânica ao solo, fundamental para a manutenção da fertilidade do solo e da biodiversidade de microorganismos.

Os desafios do plantio direto são:

  • Otimização tecnológica: embora o plantio direto seja eficaz, exige o uso de equipamentos sofisticados para o plantio direto, o que representa investimentos iniciais elevados (figuras 1, 2 e 3).
  • Controle de plantas invasoras: em sistemas de plantio direto, o controle de plantas invasoras pode ser difícil, pois o solo não é totalmente revolvido. O uso de herbicidas e práticas de controle mecânico de plantas invasoras pode ser necessário para manter a produtividade da cultura.
  • Acúmulo de patógenos e pragas: o plantio direto pode favorecer o acúmulo de doenças e pragas no solo nos resíduos da cultura anterior. A rotação de culturas e o uso da cobertura vegetal podem ajudar a resolver esse problema.
  • Custo de transição: os agricultores adotam o plantio direto após anos de cultivo convencional. A transição exige um período de adaptação e pode afetar nesse intervalo a produtividade, o que pode requerer o aprendizado de novas práticas agrícolas.
Uma colheita cresce diante de um céu azul e cheio de nuvens.
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As funções do plantio direto na sustentabilidade são:

  • Redução do impacto ambiental: o plantio direto tem um impacto ambiental menor em comparação com o cultivo convencional, pois diminui a erosão, aumenta a biodiversidade do solo e reduz o uso de insumos como fertilizantes e herbicidas.
  • Sequestro de carbono: os solos conservados com a técnica de plantio direto podem atuar como reservatórios de carbono no solo, reduzindo o efeito estufa na atmosfera e as mudanças climáticas.
  • A rotação de culturas é uma prática agrícola de cultivo sucessivo de diferentes espécies de plantas na mesma área ao longo de vários ciclos de cultivo, sendo aplicada de forma estratégica para melhorar as propriedades físicas e químicas do solo, reduzir o risco de pragas e doenças e otimizar a absorção de nutrientes pelas plantas. A rotação de culturas permite que o solo conserve as propriedades originais e favorece a produção agrícola sustentável.

A rotação de cultura pode ser feita de várias maneiras como:

  • Rotação anual: trocar culturas a cada ano.
  • Rotação de curto prazo: alternar culturas durante a mesma temporada, como plantando uma cultura de inverno e outra de verão.
  • Rotação de longo prazo: alternar culturas ao longo de vários anos, garantindo que diferentes espécies de plantas sejam cultivadas na mesma área.

Os benefícios da rotação de culturas são:

  • Melhoria da fertilidade do solo: as leguminosas, quando cultivadas na rotação de culturas, fixam nitrogênio no solo, melhorando a fertilidade do solo.
  • Redução da incidência de pragas e doenças: a rotação de culturas quebra o ciclo de pragas e doenças nas culturas.
  • Prevenção da compactação do solo: a rotação de cultura entre plantas com raízes mais profundas, como o milho, e plantas de raízes superficiais, como a soja, não permite que o solo compacte de maneira uniforme.
  • Melhoria da estrutura do solo: a alternância entre diferentes espécies de plantas pode melhorar as propriedades do solo, tornando-o mais poroso e facilitando a infiltração de água no solo. A rotação de culturas pode conservar a matéria orgânica do solo e aumentar a biodiversidade no solo.
  • Redução da necessidade de fertilizantes e pesticidas: a rotação de culturas reduz a aplicação de fertilizantes sintéticos e pesticidas, contribuindo para uma agricultura ecológica, sustentável e lucrativa.

A rotação de culturas é uma prática agrícola fundamental para garantir a sustentabilidade da produção, pois contribui para a manutenção da fertilidade do solo, controle de pragas e doenças e redução da necessidade de insumos químicos.

Uma colheita cresce diante de um céu nublado e o sol se pondo.
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Os terraços são práticas agrícolas consolidadas para a conservação do solo em áreas inclinadas, montanhosas e com alta declividade. Os terraços são construídos ao longo do terreno com alta declividade no formato de níveis horizontais para reduzir a velocidade da água da chuva e erosão do solo e conservar a fertilidade dos solos.

As principais funções dos terraços na conservação do solo são:

  • Redução da erosão: em terrenos com alta declividade, a água da chuva é transportada em alta velocidade e transportam as partículas do solo que não tem cobertura vegetal, resultando em processos erosivos. Os terraços são barreiras que desaceleram a velocidade do transporte da água, impedindo o arraste das camadas superficiais do solo.
  • Controle do escoamento da água: a água é drenada em menor velocidade e quantidade, o que reduz os processos erosivos e promove a infiltração da água no solo.
  • Apoio à agricultura em terrenos com alta declividade: em áreas montanhosas e com alta declividade, os terraços tornam a agricultura possível em áreas de difícil cultivo, conservando os solos e aumentando a produtividade.
  • Existem diversos terraços, dependendo da declividade do terreno, dos materiais e das necessidades de cada região:
  • Terraços em degraus ou escadas: os degraus são construídos ao longo da área declive. Os degraus são superfícies planas onde a agricultura é implantada.
  • Terraços de contorno ou curvas de nível: os terraços são construídos horizontalmente ao longo da linha de nível e podem reduzir o escoamento da água e permitir o crescimento uniforme da cobertura vegetal.
  • Terraços com drenagem: os terraços incluem canais de drenagem ou sistemas de irrigação para reduzir a velocidade de transporte de água e partículas dos solos.

Os benefícios dos terraços na conservação do solo são:

  • Prevenção de erosão: os terraços reduzem os processos erosivos no solo em áreas com alta declividade e protegem as camadas do solo ricas em nutrientes.
  • Aumento da retenção de água: a água da chuva é retida nos terraços e melhora a disponibilidade de água para as plantas ao longo das estações do ano.
  • Melhorias na fertilidade do solo: a retenção de água nos terraços permite que os nutrientes do solo sejam melhor absorvidos pelas raízes das plantas, aumentando a produtividade das culturas.
  • Sustentabilidade da produção agrícola: a prática de terraços é fundamental na agricultura sustentável, otimiza a aplicação de produtos agrícolas e reduz os impactos ambientais na agricultura.
  • Aproveitamento de terrenos com alta declividade: os terraços tornam possível cultivar em áreas com alta declividade.
  • Biodiversidade do solo: a construção de terraços promove a conservação da biodiversidade da flora e fauna.

As mudanças climáticas podem intensificar os problemas de degradação do solo, como secas e tempestades frequentes. Para minimizar essas mudanças, é necessário otimizar as práticas agrícolas, utilizando tecnologias mais eficientes e adotando métodos agrícolas que promovem a conservação dos solos.

O uso de tecnologias de conservação que monitoram o solo e otimizam as práticas agrícolas podem ajudar na conservação do solo, aumentando a produção de alimentos de forma sustentável.

A conscientização sobre a importância da conservação do solo com políticas públicas de incentivo à agricultura sustentável pode proteger os solos a longo prazo.

A implementação de práticas agrícolas que conservam as propriedades físicas e químicas dos solos é importante para garantir a segurança alimentar para as futuras gerações.

Sobre o autor

Fernanda Conceicao Moreira

Copywriter, Colunista, Paisagista, Engenheira Agrônoma, Editora de Conteúdos, Escritora, Ph.D. em Agronomia, Fisiologista Vegetal, Pesquisadora Independente e Professora de Cultura Italiana Renascentista.

E-mail: fernandamoreiradtna@gmail.com
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