Autoconhecimento Comportamento Convivendo Crônicas da Vida Cultura Filosofia Psicologia

O que fica quando o tempo passa

Uma mulher está sentada perto da janela da sala da sua casa. Ela olha pela janela, contempla a paisagem lá fora e toma uma xícara de café.
Rockaa / Getty Images Signature / Canva
Escrito por Lita Duarte

O que realmente permanece quando o tempo passa? Entre memórias, afetos e gerações, descobrimos que o que parece pequeno é o que mais nos constrói. Quer descobrir o que fica em você também? Continue a leitura e se emocione com essa reflexão sobre o tempo e as lembranças.

Cheguei a uma idade em que olho para trás com mais frequência do que para frente. E descobri que isso não é melancolia, como alguns pensam. É gratidão. É reconhecimento. É entender que cada momento vivido me trouxe até aqui.

Quando minha filha me propôs escrevermos juntas, achei que seria apenas um projeto literário. Mas virou algo muito maior. Virou um encontro entre duas mulheres de gerações diferentes, olhando para as mesmas coisas e vendo mundos distintos. Ela com seus olhos de quem ainda está construindo. Eu, com os meus, de quem já construiu tanto e agora observa.

Escrever sobre memórias me fez perceber o quanto carrego comigo. O quintal da casa da minha infância. O cheiro do café que minha mãe fazia toda manhã. Os gatos que tive ao longo da vida e como cada um me ensinou algo diferente sobre companhia e despedida. As árvores que plantei e vi crescer. As amigas que fiz e que ainda hoje me ligam para conversar sobre tudo e sobre nada.

Percebi também que muitas dessas lembranças estavam guardadas sem que eu desse a devida atenção a elas. Estavam lá, quietas, esperando que eu parasse para olhar. E quando parei, quando sentei para escrever, elas vieram todas de uma vez. Com cores, cheiros e sensações. Com a nitidez de quem acabou de acontecer.

Uma mulher está escrevendo em sua agenda ou diário.
Balazs Toth / Canva

Dividir essas histórias com minha filha foi um presente. Ver como ela também tinha suas memórias, muitas delas entrelaçadas com as minhas, me emocionou. Porque percebi que, sem querer, fui parte da construção dela, assim como ela foi parte da minha. Que os rituais que criei em casa, o café coado, o jardim cuidado, as conversas à mesa, ficaram marcados nela também.

Isso me fez pensar em como somos feitos de camadas. Camadas de experiências, de pessoas que passaram por nós, de lugares que habitamos, de bichos que amamos, de natureza que nos acolheu. E que essas camadas não desaparecem. Elas ficam, formando quem somos.

Hoje sei que envelhecer pode ser leve quando temos memórias bonitas para revisitar. Quando conseguimos transformar o vivido em aprendizado, em gratidão, em história. Quando dividimos essas histórias com quem amamos e percebemos que elas também tocam outras pessoas.

Foi assim que nasceu “Histórias de Jardim e Café”. Um livro escrito por mim e pela minha filha Giselli, onde colocamos nossas memórias, nossos afetos, nossos olhares sobre a vida. São textos sobre família, infância, perdas, animais de estimação, natureza e os pequenos rituais que dão sentido aos nossos dias.

Se você também guarda memórias que merecem ser lembradas, convido você a ler nosso livro. Talvez ele desperte as suas também. Ele está disponível aqui!

Sobre o autor

Lita Duarte

Espiritualista, amante da natureza e das artes.

Sempre gostei muito de escrever e compartilhar reflexões e estudar para me manter em movimento.

Pintar a óleo sobre tela nas horas vagas sempre foi uma grande inspiração.

Contato:
Email litaduartedobrasil@gmail.com