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Aquilo que ninguém te conta sobre ciladas no empreendedorismo

Uma jovem mulher empreendedora está mexendo no seu notebook. Ela apoia uma de suas mãos na cabeça e possui uma expressão de preocupação ou dúvida no rosto, indicando estar preocupada com seu negócio.
Indypendenz / Canva
Escrito por Giselli Duarte

Promessas de sucesso rápido, gurus milagrosos, métodos “infalíveis”… até onde vai o limite entre inspiração e golpe? Descubra as ciladas mais sutis do empreendedorismo moderno e aprenda a reconhecer o que ninguém te conta. Continue lendo e proteja seus sonhos.

Você já recebeu aquela mensagem prometendo “6 dígitos em 30 dias” ou “método comprovado que vai mudar sua vida”? Se a resposta é sim, bem-vinda ao clube. Eu também. E mais de uma vez.

Desde 2015 atendendo empreendedoras e terapeutas, aprendi a identificar um padrão: existem dois perfis bem distintos. Os que procuram atalhos e os que entendem que construir qualquer coisa leva tempo. Os primeiros costumam gastar anos (e dinheiro) em programas que nunca entregam o prometido. Os segundos pivotam, testam, erram, ajustam e seguem em frente.

A diferença entre esses grupos? Discernimento.

Promessas que deveriam acender alertas vermelhos

Qualquer proposta que inclua “sistema infalível”, “resultado garantido” ou “só hoje” merece desconfiança imediata. Quem trabalha sério sabe: o crescimento leva tempo. É lento, consistente e, sim, às vezes chato. Não tem glamour nisso. Mas funciona.

Já vi de tudo. Aceleradoras cobrando mensalidades altas por conteúdo básico que você encontra em qualquer curso gratuito na Internet. Incubadoras exigindo percentuais absurdos da sua empresa em troca de “mentoria” que nunca se materializa. Networking com segundas intenções, onde todo mundo se compromete a curtir e comentar nos posts uns dos outros para inflar métricas vazias.

E tem pior: programas que colocam participantes em situações constrangedoras, rituais humilhantes, tudo sob a promessa de “libertar bloqueios”. Isso tem nome: abuso disfarçado de transformação.

A era dos golpes sofisticados

Um homem usando óculos e terno, gritando com expressão de frustração enquanto olha para um notebook sobre a mesa.
Andrea Piacquadio / Pexels / Canva

Agora, tudo ficou ainda mais complexo. Vivemos num momento em que a tecnologia avançada está nas mãos de qualquer um. Vozes são clonadas em segundos. Vídeos falsos parecem autênticos. Fotos são manipuladas sem deixar rastros. É possível criar uma persona inteira, com depoimentos fabricados e resultados inventados.

Por isso, ter discernimento virou questão de sobrevivência financeira e emocional. Quando alguém aparece mostrando apenas prints de faturamento, mas nunca fala do investimento que colocou, do tempo que levou ou da estrutura necessária, desconfie. Transparência seletiva sempre esconde algo.

Os sinais para você identificar ciladas

Existem padrões. Depois de anos observando, consigo listar alguns bem claros:

Pressão temporal: “Só até meia-noite”, “Últimas vagas”, “Preço especial agora”. Essa urgência fabricada serve para tirar você do estado de análise racional e empurrar para a compra impulsiva.

“Guru” sem formação: a pessoa se apresenta como expert, mas quando você pesquisa, descobre que nunca estudou a área de verdade. Experiência própria virou “método revolucionário”. Cuidado com quem vende como solução universal aquilo que funcionou apenas para si.

Percentual do seu negócio: aceleradoras ou incubadoras querendo fatia da sua empresa em troca de apoio? Fuja. As legítimas investem dinheiro ou oferecem estrutura. As outras só querem lucrar em cima do seu trabalho.

Venda de estilo de vida: fotos no Havaí, liberdade financeira, trabalhar de qualquer lugar. Tudo lindo, mas cadê a parte sobre as 12 horas diárias de trabalho? O investimento inicial? Os anos de construção? Nunca mencionam.

Engajamento combinado: grupos onde todos se comprometem a interagir nos conteúdos uns dos outros. Quem vê de fora acha que tem audiência engajada, mas é tudo teatro.

Como eu trabalho (e por quê)

Uma mulher de negócios apresenta uma palestra ou uma aula em uma universidade. Ela está em uma sala de aula apresentando para alunos universitários.
Monkey Business Images / Canva

Tenho MBA, psicanálise, anos de estudo. Não virei especialista da noite para o dia. Meu trabalho é pé no chão. Falo do que é difícil. Do que demora. Do que exige compromisso. Tenho formação porque acredito que experiência sem base teórica tem limite.

Quando alguém me pergunta quanto tempo leva para ter resultado, eu respondo com a verdade: depende. De quanto você está disposta a trabalhar, a investir, a errar e recomeçar. Ninguém quer ouvir isso porque vende menos que a promessa de sucesso rápido. Mas pelo menos você dorme tranquila sabendo que não enganou ninguém.

O networking que funciona acontece naturalmente

Ao longo dos anos, conheci pessoas incríveis. Parcerias surgiram de conversas autênticas, de interesses em comum, de valores alinhados. Nunca de um esquema pago onde todo mundo está ali com um objetivo comercial disfarçado de conexão.

Networking forçado é tipo uma amizade arranjada: pode até rolar, mas raramente vira algo consistente.

Onde você quer chegar? De verdade?

Essa pergunta deveria vir antes de qualquer investimento em curso, mentoria ou programa. Porque muita gente compra solução para um problema que nem tem ainda. Ou pior: compra baseado no sonho que o vendedor criou, e esse sonho pode nem ser o seu.

Reconhecer armadilhas me tornou mais criteriosa. Já me convidaram para várias propostas questionáveis. Uma ou outra vez até fui ver do que se tratava, por curiosidade. Sempre saí de lá pensando: “Como tem gente que cai nisso?”. Mas sei como. A promessa é sedutora. O cansaço é grande. A vontade de acreditar que existe um caminho mais fácil é enorme.

Transformação exige trabalho, humilhação nunca

Você vai crescer quando encarar suas limitações, estudar, praticar, errar, ajustar. Pode ser desconfortável? Sim. Mas desconforto é diferente de humilhação. Se algum programa te coloca em situações vexatórias para “quebrar bloqueios”, saia. Isso tem mais a ver com controle e manipulação do que com desenvolvimento pessoal.

O recado que fica

Formação importa. Transparência importa. Trabalho sério, mesmo sendo mais lento e menos espetacular, entrega resultado duradouro. Desconfie de quem vende o extraordinário como se fosse corriqueiro. E, principalmente: desenvolva seu próprio senso crítico, porque em tempos de IA e manipulação digital, ele é sua melhor defesa.

Sobre o autor

Giselli Duarte

Sempre fui movida pela busca por novos aprendizados.
Minha trajetória percorreu diferentes áreas, desde a carreira corporativa até experiências pouco convencionais, como um curso de DJ. Essa diversidade ampliou minhas perspectivas e me trouxe a compreensão de que cada fase contribui para o trabalho que realizo hoje.

Com espírito empreendedor desde cedo, comecei a trabalhar aos 14 anos como jovem aprendiz e, aos 21, legalizei meu primeiro negócio. Desde então, criei e participei de projetos diversos, sempre unindo consistência e visão estratégica.

Atuei como profissional PJ em projetos para empresas de diferentes setores, incluindo engenharia, startups, agências de comunicação e administração de condomínios, conciliando o empreendedorismo com projetos fixos. Essa experiência trouxe visão prática sobre diferentes modelos de negócios e a capacidade de orientar profissionais em diversos momentos da carreira.

A experiência com o burnout transformou a forma como conduzo minha vida e minha atuação profissional. Encontrei no Yoga e na Meditação o caminho de reconexão, o que me levou à formação em Hatha Yoga e à especialização em terapias naturais.

Compartilho esse conhecimento como colunista nos portais O Segredo e Eu Sem Fronteiras e como instrutora de meditação nas plataformas Insight Timer e Aura Health, onde também atuo como podcaster, oferecendo práticas que ajudam a cultivar presença e equilíbrio.

Como autora, publiquei os livros No Caminho do Autoconhecimento, Lado B e Histórias de Jardim e Café, registrando reflexões e vivências que me conduziram a um olhar mais consciente sobre a vida.

Sou graduada em Marketing, pós-graduada no MBA em Gestão Estratégica de Negócios, com especializações em Design Gráfico e Inteligência Artificial aplicada a Growth Marketing, Inteligência Emocional, Psicanálise e outras.

Concluí também a Formação de Instrutores de Yoga para Crianças, Jovens e Yoga na Educação, ampliando minha visão sobre o bem-estar em todas as fases da vida.

Hoje, à frente da Terapeutas Digitais, auxilio profissionais da área terapêutica a fortalecerem suas marcas e a se posicionarem no digital de forma consciente e coerente com seus valores. Atuo como mentora de negócios, incentivando e conduzindo profissionais no caminho do empreendedorismo ao longo da minha trajetória. Atualmente, também sou mentora da RME – Rede Mulher Empreendedora, ampliando esse propósito.

Acredito que negócios alinhados com quem somos têm mais impacto e significado. É assim que escolho atuar e é esse o caminho que sigo construindo.

Curso
Meditação para quem não sabe meditar

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