Estamos vivendo um tempo curioso: quanto mais conectados pelas telas, mais desconectados parecemos uns dos outros. Basta observar — é comum alguém preferir enviar uma mensagem por um aplicativo a fazer uma ligação ou, quem sabe, atravessar a rua para olhar nos olhos de alguém.
O toque foi trocado por emojis. O abraço, por figurinhas. E, mais recentemente, o desabafo foi entregue a inteligências artificiais, na esperança de encontrar ali algum tipo de escuta e acolhimento.
Mas será que encontramos?
Empatia é coisa que nasce no peito, que se educa com o tempo, que cresce com as experiências. Uma máquina pode até “simular” um diálogo gentil, pode até sugerir uma resposta simpática — mas não sente.
Ela não conhece o frio na barriga, o nó na garganta, a dor de ouvir um amigo chorando e não saber o que dizer. Ela não se emociona com o reencontro de duas pessoas que se perdoam, nem se alegra com um simples “obrigado” sincero. Isso, só o humano sabe o que é.
Veja o exemplo simples de uma criança que cai e se machuca no parquinho. Uma IA poderia sugerir, em um chat, que ela limpe o machucado com água e sabão. Mas só um ser humano se abaixa, oferece o colo, assopra o machucado e diz: “vai passar, eu estou aqui”. Esse tipo de calor não é programável.
Outro exemplo cotidiano: depois de um dia difícil, você desabafa com um amigo. Ele ouve, faz silêncio na hora certa, compartilha uma lembrança, te olha nos olhos e diz: “eu entendo”.
E você sente que não está mais tão sozinho. Agora compare isso com escrever para uma IA que responde com frases genéricas. Pode ajudar, mas não acolhe de verdade.
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A empatia humana é feita de imperfeições. Às vezes erramos, nos atrapalhamos nas palavras, mas mesmo assim nos estendemos reciprocamente. O mundo parece querer digitalizar tudo — até o afeto. Mas que nunca esqueçamos: empatia não se programa. Ela se vive.
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