Comportamento Convivendo

Autoresponsabilidade

Pessoas de máscara deixam aeroporto.
prostooleh / 123RF
Escrito por Andrea Pavlo

Ouvi uma história outro dia. Um cara pegou coronavírus e passou em isolamento. Ele não teve sintomas, mas descobriu que estava doente quando estava na praia (nesse surto coletivo que fez as pessoas acharem que a pandemia tinha acabado).

Ele precisaria voltar imediatamente para sua cidade natal e se isolar, certo? Pois é, mas ele gastou uma grana com acomodações, só faltavam dois dias, e “todo mundo que estava lá sabia dos riscos mesmo, né?”. Ele voltou no dia em que ia voltar, tudo normal. Isolou-se mais por causa da família mesmo e vida que segue.

Sei que a maioria está bradando um “ai, que absurdo, por isso este país não vai para frente”, mas eu tenho más notícias. Uma pessoa que eu atendo e mora em Portugal falou que os bares na calçada – uma marca registrada portuguesa – estavam absolutamente lotados no mesmo dia do começo da flexibilização por lá. No mesmo dia havia hordas de seres humanos respirando o mesmo ar contaminado e, talvez, só acreditando na própria sorte. Não é coisa de brasileiro. É coisa de ser humano.

A questão que quero levantar não é só a falta de empatia e descaso pelo próximo. Na realidade, o próximo fica bem longe da equação nesses momentos. A questão é falta de responsabilidade por si mesmo. Por que nós, seres humanos, simplesmente não nos responsabilizamos pelas nossas ações e atitudes? Por que é tão difícil entender que tudo o que fazemos, para nós ou para os outros, voltará de alguma maneira?

Psicologicamente o estresse é uma das coisas mais difíceis de lidar. Ser autorresponsável exige que entremos frequentemente em estresse. Por estresse vamos entender aquele momento em que estamos em perigo – de alguma maneira, mesmo não fisicamente – e precisamos tomar decisões. Se um chefe chega para você e te dá mais um relatório para se somar à pilha de oitocentos que já tem atrasado, seu corpo entra em estresse. Estresse é chato, dói o estômago e não gostamos dele.

Mulher sentada à mesa, com as mãos na cabeça, apoia os cotovelos na superfície em sua frente; nela, há uma caneca azul, fones de ouvido e um notebook.
Andrea Piacquadio / Pexels

A resposta é simples: somos um bando de mimados. Mimados porque fomos – ou não – mimados na infância. Mimados porque ganhamos um pônei ou porque queríamos um e não ganhamos daqueles papais malvados que o universo nos deu. Aí é fácil contar uma historinha de que não, não somos culpados. Não, não precisamos nos responsabilizar. Os outros sim, eles sabiam que poderiam se infectar estando na praia, eu não tenho nada a ver com isso.

Mimo é o mal da humanidade no momento. Pessoas que querem tudo de mão beijada e que acreditam na força do pensamento positivo e no Papai Noel. Pessoas que não querem fazer o que têm de fazer, mesmo que seja chato e doa, porque não. Eu não vim ao mundo para ser infeliz e fazer o que eu não quero. E assim, de não em não, não ganham nada.

Na hora da doença, continuam acreditando no pensamento mágico de: comigo não vai acontecer. Minha mãe sempre falou que eu não sou todo mundo, então eu não pego. A mesma mãe que ele não tem dó de ver chorar, caso ele morra de covid-19. A mesma mãe em que ele não pensa quando dirige bêbado, fuma como uma chaminé ou usa analgésicos como se fossem tic tacs. Isso não é para mim. Só o bem, as coisas boas, as fadas e os gnomos.

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Poxa, que pena! O mundo e tudo o que vemos ao nosso redor não foram construídos com esse tipo de pensamento. Meus avós me deixaram uma herança que eles construíram com as próprias mãos. Construíram enquanto comiam comida fria e calejavam os dedos. Meu pai me recebe na casa confortável dele, que ele comprou estudando até as 4h da manhã e acordando às 8h para ir trabalhar (eu estava lá, eu vi). A vida é dureza e precisamos parar de reclamar ou colocar a culpa no coleguinha. Ai, ai, ai…

Sobre o autor

Andrea Pavlo

Meu nome é Andrea Pavlo. E poder apresentar esse nome assim, parece fácil, mas não foi. Esse nome é fruto de muito autoconhecimento e autoanálise.

Fruto de duas faculdades e mais de mil horas de cursos, mentorias, vivencias e aprendizados. Fruto de muitos risos, muitas dores e muitos resultados. Sou uma espiritualista que aprendeu a servir. Servir ao outro com seus aprendizados. Apoiar mulheres a passarem por suas próprias dores.

Filha de pais narcisistas, passei a vida tentando entender a cabeça deles. Isso me ajudou a me apaixonar pela psicologia e por todas as ciências afins.

Filha de Iansã, devota de Santa Sara e neta da Dona Arlinda, trouxe uma
mediunidade temperada com clarividência, sonhos premonitórios e um dom de ler o inconsciente coletivo e pessoal. Dom que eu uso justamente para servir.

Apaixonada pela beleza da arte, da decoração e da moda, adoro transitar nesses pequenos grandes universos cheios de simbologias. Amante dos ensinamentos de Carl G Jung e seu entendimento do mundo, dos arquétipos milenares do tarot e por todas as formas de mistérios ocultos e especiais que considero o tempero especial da realidade.

Tentando manter os pés sempre no chão, o peso equilibrado e o humor em dia, esses são meus desafios eternos. Desafios que eu encaro com força e muita criatividade, além de uma xícara de café quente e um pão de queijo saindo do forno.

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