Constelação Familiar

Constelações a Ressonância Mórfica

Silhueta de homem, mulher e crianças num pôr-do-sol.
Jochen van Wylick / Unsplash
Escrito por Silvia Jara

Você deve conhecer alguém que já tentou explicar o que acontece em uma Constelação Familiar, certo?

E o que você vê é alguém com uma cara de espanto, que não entende muito bem o que está acontecendo e se pergunta: como? A pessoa que representou seu pai, sua avó, sua mãe, seu irmão… isso é bem estranho, não é?

Pois bem, vamos compreender como as constelações acontecem?

A grande dúvida: uma das coisas mais difíceis de explicar sobre a constelação é como alguém que não conhece sua família pode trazer informações tão fiéis às pessoas, aos seus sentimentos e ao seu jeito de agir?

Muitos acham que a Constelação está relacionada à vidência, ao espiritismo, à magia ou ainda à religião.

Para entender como é possível acontecer essa comunicação entre pessoas sem nem mesmo elas se conhecerem, é preciso pensar na ressonância mórfica.

Ressonância mórfica: afinal, o que é?

Todas as espécies, animais, seres humanos e até minerais possuem um campo de informação, um campo de conhecimento e de memórias.

Tudo o que acontece com cada elemento de um sistema fica gravado nesse campo e torna-se uma informação disponível para todos os elementos que compõem esse sistema.

Todas as mudanças que ocorrem em um sistema são repassadas através dessa ressonância para todos da mesma espécie, por isso novos conhecimentos e uma nova consciência passam a ser compartilhados dentro do sistema.

Não é telepatia, é algo natural, inconsciente que acontece com todos nós.

Isso foi estudado pelo biólogo inglês Rupert Shaldrake e é denominado de campo mórfico.

Família asiática.
Muktasim Azlan / Unsplash

Gosto de fazer sempre uma analogia dos campos com a informação na nuvem. É como se todas as informações passadas, presentes e futuras estivessem lá nessa nuvem e nós fôssemos acessando e incorporando cada uma delas em nosso conhecimento, sem consciência disso, apenas fazemos o download inconsciente de tudo.

Quer um exeplo? Teoria do centésimo macaco: macacos de uma determinada região passaram a abrir o coco de uma forma diversa a que comumente abriam. A partir do centésimo macaco, a informação vai para essa “nuvem” e a partir de então, todos os macacos da mesma espécie começam a abrir o coco da mesma forma. Em pouco tempo, até mesmo macacos da espécie que estão à quilômetros de distância começam a usar a mesma técnica para abrir cocos.

Um outro exemplo disso é uma floresta de coníferas que aprofunda suas raízes para absorver mais nutrientes. Essa informação fica armazenada na nuvem de todas as florestas coníferas e não só naquelas que estão numa região próxima geograficamente. Então, aprofundar as raízes se torna hábito e se dissemina através da ressonância mórfica por todas as florestas dessa espécie.

Isso é o inconsciente coletivo que Jung falava. Um conhecimento ou padrão de comportamento que está disponível para todas as espécies, possibilitando que todos os indivíduos de uma mesma espécie possam promover a evolução dela de maneira equânime, igualitária.

E como esses campos se comunicam?

Através da ressonância, que é um fenômeno imaterial e que leva informação.

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E é assim que os representantes de uma constelação conseguem acessar sentimentos e informações de pessoas que nem mesmo conhecem.

E como isso nos afeta?

Se um elemento do sistema é excluído, o sistema começa a entender que esse é um novo padrão de comportamento e esse padrão começa a se repetir.

Ocorre que algumas pessoas de uma família ou sistema começam a manifestar esses padrões de forma inconsciente. Geralmente, existem alguns elementos dentro do sistema, aqueles chamados de “ovelhas negras”, que questionam esses padrões e começam a buscar saídas para fazer de outra forma, ou seja, quebrar o padrão.

É importante entender que esse processo de “contrariar” os padrões do sistema não acontece de forma consciente. Essas pessoas geralmente se sentem diferentes, estranhas quando se comparam à família e esse é o elemento que trará novas informações a esse sistema.

O campo mórfico e a constelação

Na constelação, o campo mórfico do sistema é aberto através do facilitador ou do constelador que, por meio de técnicas específicas, compreende como acessar essas informações.

A partir daí, a constelação traz uma nova informação para esse sistema, desde que seja permitido pelo próprio sistema. Padrões recorrentes são observados e um novo caminho de compreensão é trazido. Quem estava excluído, por exemplo, é trazido de volta à família e, assim, o equilíbrio é restabelecido.

Mulher brancas sentadas num sofá de mãos entrelaçadas.
Ave Calvar / Unsplash

A Constelação atua fenomenologicamente e abre uma comunicação entre nós e as memórias que estão em nosso clã de maneira atemporal, sem barreiras de tempo e espaço.

Para o campo mórfico, o tempo não acontece na linearidade de presente, passado e futuro como costumamos vivenciar no dia a dia. É uma atuação dentro dos padrões da mecânica quântica (assunto para outro artigo). Tudo o que ocorre no momento da constelação afeta o passado e o futuro, criando, assim, um continuum de tempo e espaço.

Dica para começar a compreender os padrões de sua família:

· Observe e anote os hábitos que são comuns em sua família.

· Observe a forma como executam algumas tarefas.

· Observe as “coincidências” entre seus familiares.

Tudo está interconectado. Estamos quebrando os véus da temporalidade. Basta que permitamos essa experiência.

Sobre o autor

Silvia Jara

Depois dos dois primeiros anos do Eu Sem Fronteiras, resolvemos atualizar nossas informações e isso foi um belo exercício de reflexão!
Nosso propósito sempre foi ajudar as pessoas na busca do autoconhecimento e eu, pessoalmente, não fiquei isenta disso.

Em meu perfil anterior disse: “olhando para trás percebo que, em minha vida, as coisas sempre aconteceram de maneira fluida, sem muito planejamento, embora tenha verdadeira admiração pelo planejamento ‘das coisas'”. Hoje entendo que foi o foco no presente que me fez seguir o fluxo da vida em muitos momentos, sem me preocupar com o ontem ou com o amanhã. As coisas caminharam como deveriam ser.

Minha paixão pela publicidade se transformou na paixão por pessoas, comportamentos, sentimentos, atitudes e, principalmente, na capacidade e necessidade do ser humano de se comunicar, compartilhar e crescer. Minha formação acadêmica em Publicidade não mudou, mas minha formação humana tem sofrido diversas e importantes mudanças no sentido de compreender que sozinhos não chegaremos longe. Somos um sistema e como tal, precisamos uns dos outros.

Minha capacidade analítica e observadora, aplicada à Pesquisa Qualitativa de Mercado que, até então, me serviu para compreender o comportamento de consumo das pessoas e grupos, agora parece muito mais voltada a me compreender, a olhar para dentro de mim e buscar minha essência verdadeira. É praticamente impossível ficar ilesa, isolada e desconsiderar tantas informações e conteúdos com os quais lidamos no dia a dia de nossa redação.

Hoje entendo que o trabalho em áreas comerciais, marketing de empresas, agências de publicidade e a atuação em pesquisa de mercado estavam me preparando para esse mergulho no autoconhecimento. Nada é coincidência!

A curiosidade pelo mundo espiritual, pela meditação, pela metafísica, pela energia vital está se transformando em novos conhecimentos e práticas: Reiki, Apometria, Constelação Familiar, Thetahealing, PNL, EFT, Florais e tantas outras técnicas. Sigo acreditando que o questionamento, a busca de informação e a vivência me levarão a conhecer minha missão de vida, meus caminhos e minha plenitude.

Trabalhando no Eu Sem Fronteiras desde 2014, tenho aprendido muitas coisas, vivenciado outras tantas e não sei onde isso chegará! O que me importa é continuar nessa busca. É um caminho sem volta no qual o grande objetivo é aceitarmos que somos sujeitos de nossa própria vida, os únicos capazes de transformá-la.

Grande abraço e muita luz!

Email: silvia@eusemfronteiras.com.br
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