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Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

Soldados da guerra sentados em rochas
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Em 1917, na Alemanha, a população passava por uma crise política e econômica em decorrência dos efeitos negativos da Primeira Guerra Mundial sobre o país. A fome tomava conta dos alemães, que estavam descrentes do poder da Alemanha para superar esse cenário.

Até 1920, movimentos populares de camponeses e de trabalhadores tinham como objetivo derrubar o atual governo, sendo que os comunistas quase o fizeram, em 1919. O que mudou esse contexto de inúmeras disputas políticas e de dificuldades econômicas foi a ascensão do Partido Nazista.

Imagem do Hitler retirado do site News BCC
Imagem do Hitler retirado do site News BCC

Liderado por Adolf Hitler, o Partido garantia que a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial fora o resultado de uma conspiração do povo judeu. Prometia aos banqueiros (que financiavam o Partido) que iriam acabar com o comunismo e com os socialistas, e assim conseguiam o apoio da elite.

Outra teoria disseminada pelo nazismo era o ódio contra negros, pessoas com deficiência, homossexuais e ciganos. Pregando a ideia de que existe uma raça pura, a ariana, qualquer pessoa que não fosse branca, de cabelos loiros e olhos claros poderia ser perseguida, torturada e assassinada.

Com o pretexto de que o nazismo era a única saída para que a Alemanha voltasse aos tempos de glória, Hitler demonstrava o suposto amor pelo país excluindo parte da população alemã. Judeus eram perseguidos e levados para campos de concentração, nos quais trabalhavam até o dia em que seriam executados.

Pessoas buscando mantimentos no caminhão no período da guerra

O genocídio das pessoas judias recebeu o nome de Holocausto, e é uma das evidências de quão cruéis os humanos podem ser. Embora seja um episódio histórico que causa vergonha e repulsa nos alemães, também é um evento a ser lembrado, para que nada parecido com isso aconteça novamente.

Em homenagem às vítimas do regime excludente e assassino de Hitler, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, a ser celebrado em 27 de janeiro, anualmente. Esse dia foi escolhido por ter sido em 27 de janeiro de 1945 que o campo de concentração de Auschwitz (o campo principal) foi extinto.

Soldado segurando mulher. Imagem retirada do site Made for Minds, por Picture Alliance.
Imagem retirada do site Made for Minds, por Picture Alliance.

Além disso, a data tem como objetivo reforçar e apresentar as histórias das pessoas que sobreviveram ao Holocausto ou que deixaram registros sobre como era a vida naquele momento da história. Dessa forma, a população mundial pode ser capaz de reconhecer a veracidade e o peso desse acontecimento.

Histórias para lembrar

Ainda que o Holocausto tenha acabado, o ódio e a intolerância continuam existindo no mundo, inclusive com movimentos neonazistas. Muitas pessoas sequer acreditam que o nazismo foi prejudicial ou que devamos conviver com as diferenças que existem entre os povos.

É para evitar esse tipo de pensamento excludente e preconceituoso que devemos ouvir as histórias de quem viveu o Holocausto. A seguir, você irá conhecer ou relembrar o que as pessoas que enfrentaram o regime nazista têm a nos contar.

1) Anne Frank

Uma das figuras mais marcantes quando se fala em vítimas do nazismo é Anne Frank. A fama de Anne começou quando o pai dela, Otto Frank, publicou o livro O Diário de Anne Frank, que relata o que a jovem viveu enquanto estava escondida em um quarto anexo. É um livro de memórias que continua sendo lido nas escolas de todo o mundo.

Imagem de Anne Frank sorrindo. Em Haus Amsterdam

2) Nanette Blitz Konig

Nanette Blitz Konig era colega de Anne Frank. Ambas estudavam na mesma classe, no período da escola. Infelizmente, Nanette também foi perseguida pelo regime nazista. Sobrevivente, ela dá palestras sobre os riscos da intolerância e sobre as experiências que viveu durante o Holocausto.

3) George Legmann

Nos campos de concentração, as mulheres grávidas não poderiam ter seus filhos. No entanto, a mãe de George Legmann, Elisabeta Török Legmann, passou despercebida pela avaliação dos soldados. Assim, ela saiu do campo de concentração com George. Ele é um dos sobreviventes mais jovens do Holocausto.

Criança durante o Holocausto

4) Frida Schmuskovits

Depois de sobreviver ao regime nazista, Frida Schmuskovits encontrou abrigo no Brasil. Ela vive até hoje no país e recebeu proteção da polícia de São Paulo por mais de um ano, quando chegou. Embora não se saiba muito sobre ela, é uma personalidade que carrega memória e história.

5) André Daniel Reisler

André Daniel é um exemplo de como uma vítima do nazismo ainda pode encontrar paz ao longo da vida. Ele e a família fugiram assim que as perseguições começaram. Mesmo separados, nunca perderam a esperança de que um dia estariam juntos. Com o fim do regime, a família se reconstruiu, mas André veio para o Brasil para não ser convocado para a Guerra da Coreia.

A memória alemã

Um país nunca deve ocultar a própria história. E a Alemanha é um exemplo de nação, nesse quesito. Por pior que tenha sido o Holocausto e a ascensão do nazismo, o país se esforça para mostrar ao mundo o terror daquele período, como forma de alerta. Com informações oficiais do governo alemão, é possível evitar qualquer tentativa de narrar a história de forma incorreta.

Se você se interessa por esse período da história e gostaria de aprender mais sobre ele, além de prestar uma homenagem às vítimas do Holocausto, existem alguns lugares que você pode visitar na Alemanha.

Chegada ao campo de concentração. Por: Picture Alliance
Por: Picture Alliance

Tenha em mente que este não deve ser um passeio agradável, para ser fotografado e postado a todo momento. O objetivo é que a visita seja informativa e respeitosa. Conheça a história e compartilhe o que aprender com ela, sem estampar sorrisos em fotos que falam sobre um evento histórico tão cruel.

1) Memorial do Holocausto

Imagem do memorial do holocausto

Trata-se de uma obra de arte que homenageia seis milhões de judeus que foram mortos durante o Holocausto. A construção ocupa o centro de Berlim e traz informações sobre cada vítima no subsolo.

2) Nova Sinagoga

Sinagogas são lugares sagrados para os judeus. Por isso, quando o nazismo ascendeu, a principal sinagoga de Berlim foi destruída, assim como lojas de pessoas judias. Como forma de reparar essa tragédia histórica, foi construída uma nova sinagoga, em memória das vítimas do Holocausto, que pode ser visitada em Berlim.

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3) Topografia dos Terrores

O que antes funcionava como uma das sedes do governo nazista atualmente é um museu com informações e documentos sobre como o Partido de Hitler chegou ao poder. É uma visita importante para entrar em contato com a história da Alemanha.

4) Casa da Conferência de Wannsee

Casa da Conferência de Wannsee. Por: D.W./N. Wojcik
Por: D.W./N. Wojcik

Na Casa da Conferência de Wannsee, líderes políticos nazistas arquitetaram formas de expulsar onze milhões de judeus da Europa. Hoje em dia, é um museu e um memorial que apresenta ao público os documentos nazistas e a história das vítimas do regime.

5) Sachsenhausen

Sachsenhausen é um dos campos de concentração do regime nazista. Como foi desativado, funciona como um memorial para as 200 mil pessoas que foram assassinadas no local.

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