Espiritualidade Religiões

Espiritualidade e religião – Parte três

Mulheres orando
Odua Images / Canva
Escrito por Vander Luiz Rocha

As religiões procuram ser didáticas e são intrínsecas a elas os catálogos de regras, crenças e proibições predominando a voz exterior, enquanto pela espiritualidade, que é livre, prevalece a voz interior e a conscientização de si mesmo como ser eterno, singularidade essa que conduz o ser a se sintonizar com o sublime imaterial. Isso não significa que religião e espiritualidade não coexistam, aliás a concomitância de ambas é bastante profícua.

A religião se faz benéfica, pois que há pessoas que necessitam que lhes digam qual caminho seguir, moldando-os com regras para que dele não saia, pois a autoconduta espiritual voluntária lhes é difícil.

Estamos acostumados a ouvir que precisamos mudar nós mesmos para sermos merecedores do céu. No entanto a espiritualidade nos mostra que havemos de continuar a ser nós, de nos ver como somos, pois é assim que nos sentimos bem, merecendo, contudo, aprimorarmos esse nosso eu interior por meio da reforma íntima que consiste no nosso aprimoramento moral.

Temos a tendência a ser nosso melhor advogado, e para tudo que fazemos ou que nos acontece encontramos explicação que nos justifique, de forma que estamos sempre certos; errados são os outros. Essa postura há de ser revista, porquanto a maioria do que nos acontece é retorno dos nossos pensamentos, palavras ou obras, daí, pela conscientização, passar a nos ver como seres espirituais, percebendo o material como efêmero, embora os que não compreenderam a mensagem imaterial persistam em pregar o que lhes parece conveniente dizer. Um desses dizeres é a expressão “Esperar em Deus”, dando o sentido de passividade de aguardar.

mão de pessoa orando com um terço
Myriams-Fotos / Pixabay / Canva

O espiritualismo nos mostra que havemos de ter mérito para merecermos o aconchego Divino, nunca praticar a espera passiva. A propósito, encontramos no cristianismo em, Matheus 22:14:

“Pois muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.

Há religiões que pregam a penitência para a purgação dos pecados, outras incentivam a autoflagelação. Não é danificando o corpo que vamos nos aprimorar em espírito.

Pecado é termo judaico-cristão, é a desobediência deliberada à vontade de Deus, ou da Sua Lei. Na visão de religiões de outras origens, o termo “pecado” é desconhecido. No budismo há ações virtuosas e não virtuosas, nas religiões vindas do taoísmo, praticadas em países asiáticos, entende-se “yin e yang”, que são como as forças iguais do bem e do mal. Portanto cada religião tem sua própria visão sobre os desacertos humanos.

O espiritualismo questiona sobre o eu interior, não sobre o que seja certo ou errado no exterior desse eu. Mas se você é religioso e se sente bem na sua religião, continue! Será por ela que se tornará melhor pelo espiritual.

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Assim como na escola, onde para o mesmo ano escolar há várias classes, cada uma destinada à capacidade de compreensão de grupos de alunos, também para cada grupo de espíritos existem religiões que lhes são propícias.

Nas rodas científicas é comum ouvir que à medida em que a ciência avança, a religião vai diminuindo. Prefiro dizer quer à medida que o espírito avança, a religiosidade se faz desnecessária.

Obrigado por me ouvir.

Sobre o autor

Vander Luiz Rocha

Vander Luiz Rocha, nascido na cidade de Conselheiro Lafaiete, no estado de Minas Gerais, Brasil, em 1939.

Criado dentro dos princípios da tradicional família mineira, teve no catolicismo a sua primeira religião.

Na adolescência, dos 7 aos 14 anos, fez, como interno, o Seminário Menor da Ordem dos Redentoristas, na época em Congonhas do Campo, MG. Naqueles momentos o cenário de vida foi o barroco e o fundo musical o canto gregoriano.

Deixando o seminário, tornou-se não religioso e se dedicou aos estudos e ao trabalho em Belo Horizonte. Inicialmente se formou em contabilidade e, posteriormente, graduou-se em administração, com o título de bacharel. A sua vida privada foi alimentada por essas profissões.

Em 1973, mudou-se com a família, esposa e três filhas para São Paulo, indo residir no ABC Paulista, em São Caetano do Sul, trabalhando em empresas da região, tendo se interessado pelo espiritismo e adotando-o em 1976 como escola de vida.

Após preparar-se em cursos feitos sob supervisão da Federação Espírita de São Paulo, SP, tornou-se servidor, no segmento palestrante, e expositor de cursos em casas de socorro espiritual, e com os socorridos muito aprendeu.

Nos dias atuais, continua a se dedicar à filosofia espiritualista, adaptando as palestras para textos escritos.

Possui várias obras editadas e ganhou prêmios literários.

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