Autoconhecimento Meditação

Meditação e Relação Sexual

Imagem de um casal meditando no quarto, sobre a cama.
Canva/IA/ESF

Quando a meditação se une à sexualidade, o prazer deixa de ser apenas físico e se torna um encontro de presença e consciência. Estar atento a si e ao outro transforma o ato em troca genuína, onde o tempo perde importância e o sentir se torna o verdadeiro caminho do prazer.

A fisioterapeuta pélvica Viviane Manso e o mestre Nisargan, do Espaço Presença, abordam um tema profundo e pouco discutido: a relação entre meditação e sexualidade. Juntos, eles refletem sobre como o estado de presença pode transformar a experiência sexual em um encontro de consciência e conexão.

Como você acha que a meditação pode melhorar a qualidade da relação sexual? Outro dia eu estava assistindo um podcast e achei superinteressante, porque era uma sexóloga falando que uma relação sexual dela dura 20, dez minutos, quer dizer, hoje é muito comum mesmo, a gente vai transar, é cinco minutos, 20 minutos… que mais… você acha que precisa mais que isso? Você está louca? E aí, né? Primeiro é que não existe esse tempo ideal, mas será que se a gente aumentar a qualidade da nossa presença na relação ela tende a ser melhor?

Nisargan: São várias as questões aí que ela está colocando. Eu acho que o primeiro ponto é que tradicionalmente a meditação está associada ao fato de a pessoa ser celibatária, ela evitar, isso desde a cultura de tudo, então é um enfoque de desenvolver a presença para restringir esse impulso natural. Nós estamos fazendo uma abordagem de meditação contemporânea, que inclui o natural como algo não só aceito, mas o natural com presença, com consciência deve ser acolhido. A transformação positiva, construtiva de nós mesmos, de estarmos em acolhermos o natural, então é uma abordagem diferente da tradicional.

No nosso contexto, sexo é natural, você negar a sexualidade é você negar a sua base de vida, ele não precisa e não deve ser negado e o que a meditação traz é eu estar com a minha consciência dentro do que está acontecendo. Se eu estou bebendo água, eu estou sentindo a água. Se eu estou comendo, eu estou comendo, se eu estou falando, eu estou falando. Eu não estou fora do momento presente, eu estou cada vez mais no momento presente.

Mulher com olhos fechados e boca aberta com expressão de prazer
Foto de Valeria Boltneva no Pexels

Quando nós colocamos isso dentro de uma relação sexual, nós estando no momento presente, quanto mais a gente se dá conta de que nós estamos no momento presente, mais a gente nota um fluir original, cada momento é único, cada desdobrar desse momento surge por si mesmo. Então as relações sexuais passam a ser mais criativas com esse aumento da perceptividade da realidade que nós temos, nós passamos a ter mais consciência das nossas necessidades, de onde a gente gosta mais de ser tocado, qual é a postura mais adequada, vai havendo um encaixe, é um equilíbrio necessário, eu posso ficar só voltado ao que eu quero e esqueço o outro.

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Tradicionalmente, parece que o homem está mais interessado em aliviar as suas próprias cargas sexuais do que realmente estar atento ao que a mulher gosta, ao que a mulher precisa, ao que a excita mais. Então é um equilíbrio entre o que eu quero, o que eu gosto com o que eu tenho afinidade e a percepção do outro para que fluam os dois juntos, são os dois que estão em um processo de desfrute, de prazer.

Sobre o autor

Anand Nisargan

Anand Nisargan é o criador do ESPAÇO PRESENÇA e focalizador de seus Retiros de Meditação.

Formado em Medicina na Unicamp, em 1994 abandonou seu trabalho como médico psiquiatra para tornar-se instrutor de meditação.

Bebeu da fonte do Mestre Osho em sua própria presença física e foi membro de suas comunas na Alemanha, Itália e Brasil, sendo tradutor de dezenas de seus livros e vídeos. Autor do livro “A Arte de Estar Presente”.

Site: retiros.espacopresenca.com.br
E-mail: contato@espacopresenca.com.br
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