Comportamento

O ano novo não será diferente se eu permanecer o(a) mesmo(a)

Homem branco olhando pela janela.
Laurenz Kleinheider / Unsplash
Escrito por Ana Paola Lamanna

Pensamos, sentimos e agimos por meio de uma série de condicionamentos, de repetição de experiências, de um roteiro que carregamos em nosso DNA, que provém de questões ambientais, culturais e parentais que influenciam a nossa vida direta e cotidianamente. Daí, quando tomamos consciência disso, podemos parar pra nos perguntarmos: como podemos afirmar que temos livre-arbítrio quando vivemos sob tantos condicionamentos?

É algo sobre o qual devemos refletir.

O mundo e as pessoas tal como as conhecemos passam pelo nosso filtro de percepções, que rejeita tudo que não é de acordo com aquilo ao que estamos habituados, e assim nossa sensação de segurança não é colocada em cheque. Preservamos assim nosso sistema de crenças, mesmo que estejamos insatisfeitos, frustrados etc.

Aí que podemos falar que a dor é inevitável, porém o sofrimento é opcional. Por medo, por bloqueios e por traumas, permitimos que o sofrimento vá além do necessário para nosso aprendizado.

Quando nosso conteúdo mental e emocional está tão ocupado armazenando tudo aquilo que ainda não conseguiu liberar, como poderá assimilar e estar pronto para lidar com experiências e novas formas de sentir?

O seu conforto pode representar a sua frustração e a sua insatisfação por aquilo que nunca muda, e a vitimização não te fortalecerá naquilo que você quer que seja diferente.

Cada nova descoberta abala nosso sistema de crenças e representa uma ameaça a tudo aquilo que insistimos em nos apegar. Que possamos dar um basta naquilo que nos faz menos autoconfiantes em nossa capacidade e vontade de mudar, de melhorar e de evoluir.

Pessoa acendendo fósforo em cima de mapa com marca textos e velas.
S Migaj / Unsplash

Se nos afinizamos somente com aquilo que nos é conhecido, como podemos falar em escolhas? Se você apenas se vê de um lado, não há como perceber outras possibilidades além de nossos conceitos e, então, decidir qual delas deseja. O conhecido nos cega, nos limita e nos manobra com uma falsa promessa de “certezas” e estabilidade.

Respeitar as tradições não significa ficar ancorado a elas, mas demonstrar, por meio de novos paradigmas, algo que tenha passado despercebido, em alicerces tão bons quanto os das tradições anteriores, mas diferentes, reestruturados, renovados, favorecendo nosso alinhamento com o fluxo do que a força Universal nos traz em novas frequências e novos aprendizados.

Respeito e gratidão pelo que aqueles que vieram antes de nós puderam fazer até aqui e coragem para fazermos diferente sem que possamos nos sentir rejeitados ou excluídos por isso.

Quanto maior o conhecimento de nós mesmos, menor a chance de sermos condicionados pelas forças daquilo que nos foi incutido e que não pertence à nossa individualidade, ao nosso verdadeiro eu e aos nossos anseios.

Experimente desapegar aos poucos daquilo que lhe é conhecido, se esforçar a trabalhar em si e naquilo que o impede de fazer diferente. Tente se comprometer a pertencer a si mesmo, desidentificando-se do que não ressoa em quem você, em emoções, pensamentos etc.

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Deixe com o outro o que é dele, então perceba que não são questões pessoais. Reconheça o que pode fazer ou não, como reagir diante das situações.

Cabe a nós decidir se negligenciamos ou não nosso trabalho interior. Se achar que vem o ano novo e nada muda, procure se posicionar diante da vida e dizer: se nada muda, mudo eu.

“Livre é aquele que sabe se transformar. E só sabe se transformar quem é capaz de se desprender e de seguir o próximo grande passo para o desconhecido.” (Bert Hellinger)

Sobre o autor

Ana Paola Lamanna

Quando iniciei esse caminho de autoconhecimento, notei que não existem coincidências. E quando me tornei terapeuta, percebi que não seria diferente. A área de desenvolvimento humano me fascina. Cheguei a um ponto da minha vida em que tive que dar uma pausa em tudo e quebrar paradigmas, ouvir o que minha alma pedia para me conectar mais comigo mesma. Foi quando conheci a constelação, o método sistêmico que me reconectou com minha essência. A experiência de ser constelada foi tão profunda e de tal transformação em minha visão de vida e de mundo, que determinada fiquei a estar do outro lado — de fato me conectei com muito amor a essa profissão e, dessa forma, tornei-me consteladora. Venho da área do Direito e pretendo dar uma chance de exercer a advocacia agregando o conhecimento sistêmico para me voltar a dedicar ao direito de forma humanizada, mais conhecido como direito sistêmico. Procuro pesquisar e estudar além do conhecimento sistêmico para aplicar em meus atendimentos, enfim, tudo que me permita utilizar o máximo em benefício do desenvolvimento humano e da descoberta do poder pessoal; por exemplo: psicossomática, leitura corporal, traços de caráter etc. Acredito que quanto maior o conhecimento que o profissional tem, maior a probabilidade de ajudar seu cliente a se expandir além do que se possa imaginar. Espero que cada vez mais pessoas busquem e se interessem em conhecer e se maravilhar com esse método tão revolucionário e, ao mesmo tempo, tão essencial nesta época conturbada em que vivemos. OBSERVAÇÃO: Realizo atendimentos online.

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