Autoconhecimento Coaching Comportamento Convivendo Educação Empoderamento Feminino

O que aprendi perdendo dinheiro com consignação em livraria física

Mulher segurando um livro azul aberto, cobrindo parcialmente o rosto, em um ambiente interno bem iluminado.
Karola G / Pexels / Canva
Escrito por Giselli Duarte

Quem nunca se deixou levar por uma ideia que parecia perfeita no papel? Às vezes, o sonho de ver seu trabalho “ganhar o mundo” pode sair mais caro do que parece. Quer saber o que essa experiência revelou sobre negócios, parcerias e ilusões? Continue lendo e descubra.

Quando você é escritora independente e empreendedora, existe uma fantasia romântica de ver seus livros numa prateleira física. Eu caí nessa fantasia e paguei caro por ela.

Há quase um ano, decidi colocar dez exemplares dos meus livros em consignação numa livraria do interior. A única livraria da cidade, aliás. Parecia uma boa ideia na época. Afinal, presença física, visibilidade local, possibilidade de alcançar leitores que não estão no digital. Fazia sentido na teoria.

Na prática, o investimento passou de mil reais. Produção física dos livros, envio, certificado digital para emissão de nota fiscal, deslocamento até a Secretaria da Fazenda para regularizar a emissão de nota de produto (já que minha empresa era de serviços). Gastei tempo, dinheiro e energia apostando que funcionaria.

Resultado? Menos de duzentos reais de retorno em quase doze meses.

Mas o dinheiro foi só parte do prejuízo. Fui até a livraria várias vezes para criar conteúdo. Filmei, narrei, editei vídeos, publiquei nas redes sociais, marquei a livraria nas postagens. Fiz o trabalho de divulgação que deveria ser deles. E sabe o que aconteceu? A filha dos donos demorava dias para aceitar as marcações. Quando aceitava.

Mulher sorrindo enquanto grava um vídeo com o celular apoiado em um tripé com ring light, sentada à mesa em um ambiente iluminado e aconchegante.
Xavier Lorenzo / xavierlorenzo / Canva

Não recebia aviso de vendas. Precisava ir atrás, perguntar, cobrar informações que deveriam vir naturalmente. Descobri que um livro tinha sido vendido porque eu perguntei, não porque eles me avisaram. O pagamento? Chegava quando chegava.

Quando publiquei meu terceiro livro em coautoria com minha mãe, perguntei sobre fazer uma noite de autógrafos. A resposta foi: precisaria de no mínimo trinta exemplares na livraria. Para eu comprar. A contrapartida deles? Nenhuma. “Se vira aí” foi basicamente a mensagem.

Trinta livros significariam mais de quatro mil reais do meu bolso. Para fazer evento no espaço deles, gerar movimento para o estabelecimento deles, enquanto a experiência anterior já mostrava que não vendiam, não divulgavam, não se comprometiam com nada.

Eu disse não. E foi a melhor decisão que tomei nessa história toda.

O que essa experiência me ensinou vai além de números. Aprendi que nem toda parceria vale a pena só porque parece boa no papel. Aprendi que romantizar canais de venda pode custar caro. Aprendi que, quando o outro lado não demonstra comprometimento, você vai carregar todo o peso sozinha.

Mulher sentada à mesa com um notebook aberto, olhando pensativa para o lado em um ambiente com estante de livros ao fundo.
Fizkes / Getty Images / Canva

Mas, principalmente: aprendi a olhar para onde meu negócio já funciona.

Eu vendo mais online do que fisicamente. Trabalho com impressão sob demanda através de plataformas como Clube de Autores e Uiclap. Não preciso produzir estoque antecipado, não tenho custo de envio, não dependo de intermediários desorganizados. O livro é produzido quando alguém compra. Simples, direto, funcional.

Eu já tinha um modelo que funcionava. Mas quis forçar outro que não era para mim.

Numa quarta-feira qualquer, fui buscar os livros que sobraram na livraria, para encerrar essa história.

Não estou com raiva. Já passei dessa fase. Agora é só aprendizado.

Se você é empreendedora ou escritora independente, preste atenção: a consignação física tem custo alto e retorno incerto. Pode funcionar para algumas pessoas, em algumas circunstâncias, com parceiros realmente comprometidos. Mas se o outro lado demonstra desinteresse, desorganização, falta de comunicação, saia enquanto o prejuízo ainda é controlável.

Olhe para onde seu trabalho já dá resultado. Invista energia no que já está funcionando. Não romantize canais de venda só porque “seria legal” ou “parece profissional”. Seja prática.

Eu gastei mais de mil reais e um ano da minha vida para aprender isso. Você pode aprender de graça lendo este texto.

A fantasia da prateleira física é linda. Mas o lucro real está onde você tem controle, comprometimento mútuo e retorno proporcional ao investimento. Para mim, isso está no digital. Para você, pode estar em outro lugar.

Só não deixe a fantasia custar mais do que você pode pagar.

Sobre o autor

Giselli Duarte

Sempre fui movida pela busca por novos aprendizados.
Minha trajetória percorreu diferentes áreas, desde a carreira corporativa até experiências pouco convencionais, como um curso de DJ. Essa diversidade ampliou minhas perspectivas e me trouxe a compreensão de que cada fase contribui para o trabalho que realizo hoje.

Com espírito empreendedor desde cedo, comecei a trabalhar aos 14 anos como jovem aprendiz e, aos 21, legalizei meu primeiro negócio. Desde então, criei e participei de projetos diversos, sempre unindo consistência e visão estratégica.

Atuei como profissional PJ em projetos para empresas de diferentes setores, incluindo engenharia, startups, agências de comunicação e administração de condomínios, conciliando o empreendedorismo com projetos fixos. Essa experiência trouxe visão prática sobre diferentes modelos de negócios e a capacidade de orientar profissionais em diversos momentos da carreira.

A experiência com o burnout transformou a forma como conduzo minha vida e minha atuação profissional. Encontrei no Yoga e na Meditação o caminho de reconexão, o que me levou à formação em Hatha Yoga e à especialização em terapias naturais.

Compartilho esse conhecimento como colunista nos portais O Segredo e Eu Sem Fronteiras e como instrutora de meditação nas plataformas Insight Timer e Aura Health, onde também atuo como podcaster, oferecendo práticas que ajudam a cultivar presença e equilíbrio.

Como autora, publiquei os livros No Caminho do Autoconhecimento, Lado B e Histórias de Jardim e Café, registrando reflexões e vivências que me conduziram a um olhar mais consciente sobre a vida.

Sou graduada em Marketing, pós-graduada no MBA em Gestão Estratégica de Negócios, com especializações em Design Gráfico e Inteligência Artificial aplicada a Growth Marketing, Inteligência Emocional, Psicanálise e outras.

Concluí também a Formação de Instrutores de Yoga para Crianças, Jovens e Yoga na Educação, ampliando minha visão sobre o bem-estar em todas as fases da vida.

Hoje, à frente da Terapeutas Digitais, auxilio profissionais da área terapêutica a fortalecerem suas marcas e a se posicionarem no digital de forma consciente e coerente com seus valores. Atuo como mentora de negócios, incentivando e conduzindo profissionais no caminho do empreendedorismo ao longo da minha trajetória. Atualmente, também sou mentora da RME – Rede Mulher Empreendedora, ampliando esse propósito.

Acredito que negócios alinhados com quem somos têm mais impacto e significado. É assim que escolho atuar e é esse o caminho que sigo construindo.

Curso
Meditação para quem não sabe meditar

Contatos
Email: giselli.du@outlook.com
Site: giselliduarte.com
Site dos livros: No Caminho do Autoconhecimento e Lado B
Facebook:: @giselli.d
Instagram: @giselliduarte_
Twitter: @gisellidu
Linkedin: Giselli Duarte
Spotify: No Caminho do Autoconhecimento
YouTube: No Caminho do Autoconhecimento
Medium: @giselliduarte

Aura Health: www.aurahealth.io/coaches/giselli-duarte

Insight Timer: insighttimer.com/br/professores/giselli