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O que é igualdade de gênero?

Imagem dos símbolos masculino e feminino em 3D sendo equilibrados em uma prancha de madeira, representando a igualdade de gênero.
Foto por Waldemarus no 123RF
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Igualdade de gênero é um conceito amplamente abordado pela sociedade. Ele é o princípio básico do feminismo — um movimento social — e permitiria a construção de uma sociedade mais justa e mais respeitosa com homens e com mulheres. Mas você sabe o que é igualdade de gênero e como ela seria implantada?

Como o nome sugere, a igualdade de gênero prevê que homens e mulheres recebam o mesmo tratamento e as mesmas oportunidades por parte da sociedade. Talvez você esteja se perguntando: “Mas homens e mulheres já não são iguais perante a lei?” Essa dúvida faz sentido, porque, em teoria, os homens e as mulheres são iguais para a sociedade.

Porém, não é possível afirmar que homens e mulheres sejam iguais. A desigualdade de gênero ainda impera na sociedade e é comum que um homem tenha mais oportunidades de trabalho, de estudo e de ter a sua palavra ouvida do que uma mulher. Essa diferença não se manifesta apenas no gênero, mas também na cor da pele.

Uma pessoa preta terá menos privilégios na sociedade do que uma pessoa branca, assim como uma pessoa que nasceu em uma família abastada terá uma chance maior de manter os patrimônios que foram herdados. Uma pessoa homossexual, bissexual ou transexual também enfrentará dificuldades que uma pessoa heterossexual ou cisgênero jamais conheceria.

As desigualdades estão em nossa sociedade apesar das leis que pregam a igualdade, então o que precisamos fazer para que elas acabem? Falando exclusivamente da igualdade de gênero, o feminismo prega a importância do empoderamento feminino para a tomada de consciência das mulheres sobre tudo aquilo que elas ainda podem alcançar.

Com o empoderamento feminino e com o feminismo, uma mulher se tornaria capaz de reconhecer a opressão que sofre e lutar contra ela. Além disso, com um processo de aprendizado e de desconstrução, os homens aprenderiam como podem agir de forma mais respeitosa com as mulheres, para que ambos vivam em harmonia e com liberdade. Tudo será mais fácil se esse aprendizado começar na infância!

Igualdade de gênero na escola

A igualdade de gênero nas escolas é um assunto para todas as pessoas que defendem uma inclusão responsável e inclusiva. É responsabilidade não só dos profissionais que irão educar os estudantes, mas também das famílias que escolherão uma escola para as crianças.

Quando nascemos, ainda não aprendemos todos os preconceitos e estereótipos que giram em torno do gênero masculino e do gênero feminino. Então, é nessa fase que precisamos blindar os pequenos contra tudo o que uma sociedade patriarcal está disposta a ensinar para perpetuar o machismo.

Uma educação com igualdade de gênero na escola deve se pautar, em primeiro lugar, na apresentação do feminismo. Enquanto um movimento social que tem como pauta a promoção da igualdade de gênero, ele deve ser abordado em sala de aula, assim como a luta contra o racismo.

A formação de uma criança depende das referências e dos estímulos que ela vai receber, por isso é importante que ela tenha contato com manifestações que prezam pela igualdade entre as pessoas, ainda que esse conteúdo seja apresentado de forma simplificada.

Outra medida essencial para o ensino da igualdade de gênero é a desconstrução de estereótipos de gênero. Em vez de reforçar a ideia de que as meninas são frágeis, delicadas e que sempre estarão interessadas nos meninos, e que eles podem fazer brincadeiras agressivas porque “é coisa de menino”, mostre para as crianças que existem outras possibilidades.

Imagem de um cortada represetando a metade superior do corpo de um homem e de uma mulher. Ambos usam camisa social - representando a igualdade de gênero.
Foto por Gerd Altmann no Pixabay

É preciso deixar claro que as meninas e os meninos podem ser como quiserem, desde que não ofendam e não agridam uns aos outros. É nessa fase que o diálogo deve ser estimulado, para que as crianças entendam a importância do respeito mútuo e o valor que a outra pessoa tem.

A igualdade de gênero nos esportes é outro ponto que deve ser estimulado desde a infância. Se somente os meninos forem convidados a realizar atividades físicas, como se as meninas não tivessem força ou resistência para tal, dificilmente a possibilidade de realizar uma atividade assim estará no horizonte delas.

Uma vez que meninas e meninos estiverem praticando os mesmos esportes, é importante se atentar na hora de combater possíveis conflitos e xingamentos que façam referência a diferenças entre os dois. Mostre para as crianças que todas são habilidosas em algum esporte e que não existem limites para elas!

Finalmente, a igualdade de gênero deve ser ensinada também em situações nas quais a opressão já está se manifestando. Se uma menina for agredida ou assediada, se um menino for ridicularizado por não atender aos padrões de masculinidade, essas crianças devem ser acolhidas e ouvidas para depois promover debates sobre o tema em sala de aula.

Cada um desses pontos é essencial na construção de uma educação com igualdade de gênero, mas eles não serão aplicados se as crianças não puderem ir até a escola. É importante lutar contra a desigualdade social e a desigualdade de raça para que o direito à educação seja uma garantia de todos.

Igualdade de gênero no Brasil

A igualdade de gênero no Brasil ainda é um sonho que não foi alcançado. Para que ela pudesse existir na sociedade brasileira seria preciso que mulheres não fossem vítimas de nenhum tipo de agressão (sexual, física, verbal, psicológica e moral), que pessoas LGBT não sofressem qualquer tipo de violência e que homens e mulheres tivessem as mesmas condições de vida e oportunidades de emprego.

Esse cenário está distante da realidade; mais precisamente, está a 59 anos de ser a realidade brasileira, de acordo com o “Relatório Mundial sobre a Desigualdade de Gênero de 2020”, do Fórum Econômico Mundial. O estudo mostrou que o Brasil, embora apresente igualdade em termos de educação e de saúde, ainda está contaminado com a desigualdade de oportunidades no mercado de trabalho e nos salários.

Imagem de uma linda mulher negra mostrando os seus músculos, represetando a força e a igualdade de gênero.
Foto por Sabine Mondestin no Pixabay

Outra questão que distancia o Brasil da igualdade de gênero é a baixa representação política de mulheres. No momento da análise, somente duas mulheres estavam ocupando cargos em algum ministério. Considerando que as mulheres representam a maior parte da população brasileira, por que elas não estão presentes em cargos políticos?

A desigualdade no Brasil é tanta que, mesmo o país tendo melhorado em três posições no ranking dos países, ainda ocupa a posição de número 92, entre 153 países. Na América Latina, o Brasil é o país número 22 em um ranking de 25 países. Observar esses dados é importante para que seja possível melhorar os índices de igualdade de gênero no país, tomando outras nações como exemplo.

Igualdade de gênero em outros países

Como foi apresentado anteriormente, a igualdade de gênero pode ser alcançada por um país, e as outras nações são um exemplo e uma comprovação disso. O Brasil ainda precisa superar outras desigualdades para chegar à desigualdade de gênero, mas há lições dos outros países, menos desiguais, que nos indicam por onde começar.

A seguir, veja quais são as iniciativas de combate à desigualdade de gênero dos países que estão conseguindo superar esse problema tão limitante!

A Islândia é o país com a menor desigualdade de gênero do mundo, e uma atitude simples e eficiente foi um dos elementos que o levou a essa posição. O governo tornou a desigualdade salarial entre homens e mulheres ilegal, sendo que todas as empresas com mais de 25 funcionários devem provar que ambos recebem os mesmos valores proporcionais por seus trabalhos.

Assim, as mulheres dependem menos dos homens, financeiramente, e podem construir um futuro sem os problemas que enfrentariam, caso precisassem arcar com um custo de vida muito superior ao salário que recebem. Em um mundo capitalista, um salário justo é um sinônimo de uma boa condição de vida e de independência.

A Noruega é o segundo país mais igual do mundo, e esse posto foi conquistado com uma solução inovadora. Em vez de responsabilizar a mãe pela educação e pela criação de uma criança integralmente, como a licença maternidade faz, a Noruega definiu a licença maternidade, a licença paternidade e a licença partilhada.

Imagem de mulheres e homens e uma mesa de negociação em um ambiente corporativos. Ambos, mulheres e homens vestem ternos e camisas, representando a igualdade de gênero.
Foto por Werner Heiber no Pixabay

Nesse novo sistema, a licença maternidade e a licença paternidade duram 15 semanas cada, obrigatoriamente, e a licença partilhada é de 19 semanas, sendo que os familiares podem decidir como irão distribuí-las entre si. Se desejarem manter a licença por 49 semanas, receberão 100% dos seus salários. Se preferirem 59 semanas, receberão 80%.

A partir dessa medida, há uma mudança na mentalidade de uma sociedade que atribuía a maternidade somente à mulher. Se o pai da criança é obrigado a deixar o trabalho para ficar com ela, a sociedade entende que ele também deve atuar na criação e na educação dos filhos.

Finlândia e Suécia são outros dois bons exemplos no combate à desigualdade de gênero. As duas nações definiram que as jornadas de trabalho poderiam ser flexíveis, aumentando a satisfação das pessoas com seus empregos e a possibilidade de homens e mulheres dividirem melhor as tarefas domésticas.

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Seguindo os exemplos de nações que redefiniram os conceitos de gênero em seus territórios, a população mundial pode ter a esperança de uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais harmoniosa para homens e mulheres.

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