O que é presença? Essa é uma questão que não deve ser respondida intelectualmente, ela precisa ser vivida, então eu pergunto: neste momento, agora, neste instante, nós estamos ou não presentes? É preciso que nós saibamos que nós estamos ou não presentes agora, mas não do ponto de vista teórico, intelectual.
A pergunta é: nós estamos na presença agora? Sim ou não? Como é que eu sei se nesse momento há uma consciência, uma perceptividade da realidade, uma perceptividade de que está vindo a perceptividade, uma consciência de que está vindo uma chama de atentividade, é o momento, eu não estou ausente?
É difícil definir, mas tanto eu agora nesse momento estou verificando se existe essa perceptividade ao aqui e agora, uma perceptividade silenciosa, isto é, sem comentários, apenas percebendo, existe um observador, sentado em sua colina, observando o que acontece, o que está acontecendo, os eventos que se dão, no caso, no meu caso, os eventos que estão se dando agora é esse cara falando.
Se eu estou perceptível a isso, e se estou apenas na perceptividade, deixando fluir o que for a partir dessa perceptividade, pode ser em qualquer situação, claro, não precisa ser na situação da Rapunzel, aí então eu estou na presença, perceptividade contínua ao momento presente é presença. Então eu pergunto: você aí, você mesmo, que eu estou vendo muito bem, você não está me vendo, mas eu estou te vendo, eu pergunto: você está perceptivo ao aqui, agora? Você está consciente de que está vendo uma atentividade, é viva, no momento simples?
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Se houver essa perceptividade do momento, a presença está ocorrendo. Resumindo: presença é perceptividade contínua ao aqui e agora sem pensamentos intercalados às diferentes percepções. Muito bem, esse é o começo, essa é a matriz. Uma vez que eu identifique o que é presença, eu posso estar nela.
No momento, nós estamos apenas falando o que é presença, e não só do ponto de vista teórico, mas nós estamos tentando, eu e você estamos verificando e tentando estar nela, muito bem. Aí nós vimos um ponto interessante: nós podemos estar voluntariamente na presença, nós podemos ser o observador contínuo da realidade, o momento a momento de uma maneira voluntária.
Normalmente nós não estamos na presença e aí existe um motivo para isso que é a falta de motivo, motivo para isso é que nós não temos consciência do valor disso, a verdade é que nós normalmente estamos ausentes, muito, muito, muito ausentes, muito mais do que 90% das nossas ações são feitas de uma maneira automática, sem nenhuma observação, sem nenhuma atentividade, sem nenhuma chama da consciência, porque nós priorizamos outras coisas, porque nós não sabemos o valor que isso tem e por não saber o valor com clareza, na carne, vivencialmente, nós não priorizamos isso.
Então, em termos de intenção, a nossa força de intenção para nos mantermos presentes é muito baixa, nós já vimos que é possível voluntariamente estar na presença, mas a nossa força de intenção é tão baixa que nós nos esquecemos.
