O Zen Budismo é uma corrente chinesa com princípios filosóficos específicos e que tem como base da prática a meditação sentada, chamada Zazen. Essa corrente considera que, por meio da meditação, o indivíduo consegue viver uma experiência plena e abstrair certos pensamentos, voltando-se para si.
Para os zen budistas, não há almas nem espíritos presentes para nos ajudar, tudo é causa e consequência e a nossa vida é o resultado das ações do nosso “eu”.
Nosso papel
Dentro da mesma filosofia, considera-se que somos indivíduos eternos como essência, mas não como os diversos “eus” que adquirimos durante a nossa vida na Terra. Ou seja, passamos a nos comprometer com tarefas, relacionamentos, metas, trabalhos, atividades e cobranças, que julgamos importantes, e a partir delas montamos um “papel” em cima de nosso “eu” essencial, para poder viver as regras desse jogo e de suas diversas partidas.
Aqui, as partidas do jogo seriam todas as vertentes que assumimos em nossa trajetória, desde o papel que exerce entre sua família e amigos, até o ambiente profissional, passando ainda pelo papel que representa para si mesmo, em adaptação à sociedade. Isso tudo pode parecer muito confuso, entretanto, resumo a ideia de que não vivemos como seres autênticos, mas sim como seres adaptados às situações externas.
O acreditar
Pensando assim, podemos considerar a vida como uma mera criação na qual acreditamos. Por não viver o nosso estado autentico, passamos a acreditar naquilo que já existe e inserir em nosso comportamento.
Deixamos de expressar e manifestar o “eu” interior verdadeiro, para viver os diversos papéis externos, dando importância para coisas que são, na verdade, mais algumas das verdades que nos foram “impostas” e que “precisamos” ou nos forçamos a viver e sustentar.
Segundo o Reverendo Meiho Gensho, da Comunidade Zen-budista de Florianópolis, O ZEN não é religião de acreditar, e sim de despertar. É outra coisa. O Reverendo expressa, em suas palavras, que o Zen Budismo busca abdicar da vida “comum”, e auxilia o homem a deixar de acreditar em coisas que não tem valor real. Ele ainda cita que tais coisas podem ser, por exemplo, um time de futebol pelo qual nos apegamos, a reverência de bisavós ou figuras antigas, que nem mesmo conhecemos a história, entre outras coisas que compõe o imaginário das pessoas. São razões pelas quais um indivíduo se guia e se pauta, mascarando o ser autêntico dentro de si. Através da meditação e do estudo da filosofia Zen Budista, é possível se conectar com o “eu” interior e ter uma vida mais equilibrada e feliz.
- Escrito por Julia Zayas da Equipe Eu Sem Fronteiras.