Comportamento

Perdão

Mãos negras juntas.
fizkes / 123rf

Durante muitos anos, eu busquei respostas e entendimento sobre o perdão.

Foi muito tempo mesmo, talvez décadas.

No meu trabalho como terapeuta, todos os pacientes tiveram que encarar essa tarefa em algum momento da vida.

Porém, nesta semana, a questão do perdão foi a campeã nos atendimentos. Devido ao distanciamento e à quarentena, as pessoas estão refletindo sobre o perdão ou sentindo mais o peso da falta dele. Quando falo em perdão, também me refiro ao autoperdão, que, na minha opinião, é o mais importante e o mais difícil de praticar.

O perdão é o início, o meio e o fim de qualquer caminho de transformação, de desenvolvimento e autoconhecimento. Uma pessoa que busca ser mais feliz ou que deseja se livrar de algum bloqueio emocional vai, obrigatoriamente, passar pelo perdão.

No início, somente com a vontade; no meio, com a repetição contínua do ato de perdoar; no fim, reforçando a cada dia os perdões concedidos.

Isso mesmo, gente, reforçando a cada dia, porque somos seres humanos e todos os dias surgem novos conflitos.

Já ouvi muitas coisas sobre o perdão:

“Ah, eu não ligo…”, “eu não preciso perdoar…”, “sou uma pessoa de bom coração, automaticamente perdoo todos”, “eu já perdoei, está tudo resolvido”.

Já ouvi profissionais dizendo que uma meditação do perdão bem feita resolve qualquer problema pendente. Já ouvi que “o perdão vem da mera compreensão de que não há nada a perdoar”.

A verdade é que todos somos iguais, porém diferentes em nossas individualidades, em nossas percepções.

Existem pessoas que conseguem realmente perdoar com mais facilidade, porém existem outras pessoas que nem sequer querem ouvir falar sobre perdão.

Outras que até querem perdoar, porém não sabem sequer como começar, e muitas outras que ainda estão machucadas por traumas passados e preferem se iludir sobre ter perdoado os seus “agressores”.

“O fato de você não perdoar facilmente não quer dizer que você seja uma pessoa má.

Você também não é santo(a) só por perdoar facilmente.

Cada coisa a seu tempo, se quiser uma cura real!

Porém precisamos dizer a nossa verdade, e não só a nossa dor e o nosso lamento, porém também colocar para fora, de preferência escrito a lápis, o mal que foi causado, a raiva, a revolta e o desejo de autopunição ou de vingança, de ódio e de frustração que foi bloqueando e murchando nós mesmos e em nós.”

Se você sabe que tem pendências emocionais para resolver, porém não deseja perdoar, eu quero te dizer que sou a primeira a respeitar seu posicionamento, porem deixo um lembrete:

Homem e mulher negros se abraçando.
Gus Moretta / Unsplash

Você vai esbarrar nessa questão algumas vezes e, quando menos esperar, pode sentir que sua vida estagnou sem perceber que o motivo é justamente a falta do perdão. Te deixo como presente uma frase de Max Lucado:

“Perdoar é destrancar a porta para libertar alguém e descobrir que o prisioneiro era você.”

Para aqueles que sentem o desejo de perdoar, vou deixar o lembrete que alguns conseguem sozinhos, porém a maioria precisa de ajuda.

O perdão pode ser considerado um exercício extremamente avançado para o desenvolvimento humano.

Perdoar é um ato de imensa coragem, durante o qual você terá que olhar de novo para uma situação que lhe causou dor, buscando um entendimento ou uma brecha por onde você possa, com uma força descomunal de vontade, aplicar a benesse de um sentimento divino.

Sim, o perdão é o sentimento mais divino que existe. Pois perdoar é, em alguns momentos de sua vida, tornar-se sobre-humano, deixando de lado seu ego e suas feridas.

“Não são só as pessoas que têm ritmos diferentes para perdoar. O tipo de ofensa também afeta o tempo necessário para o perdão.

Perdoar um mal-entendido é diferente de perdoar um assassinato, um incesto, uma violência, um tratamento injusto, uma traição, um roubo.

Dependendo da sua natureza, maus-tratos isolados podem, às vezes, ser perdoados com maior facilidade do que maus-tratos repetidos.”

O perdão só acontece depois que você já esgotou parte da sua raiva em relação ao acontecido. Enquanto ainda houver resquícios de raiva rondando o assunto, você não conseguirá perdoar.

“Muitas pessoas têm dificuldades com o perdão porque ensinaram a elas que ele é um ato único a ser concluído de uma vez. Isso não é verdade.

O perdão tem muitas camadas, muitas estações. Na nossa cultura, existe a ideia de que o perdão é absoluto. Tudo ou nada.

Também nos ensinam que perdoar significa fechar os olhos, agir como se algo não tivesse ocorrido. Isso também não é verdade.”

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O perdão em dose única geralmente não é suficiente para assuntos mais sérios.

Por isso é que você pode se ver às voltas, tendo que perdoar a mesma pessoa novamente pelo mesmo assunto ou talvez por outro assunto. Não desanime nem se autoculpe por isso.

Você pode escolher entre muitas formas de proceder. Você pode perdoar por enquanto, perdoar até que…, perdoar até a próxima vez, perdoar porém não dar outra chance — você pode dar só mais uma chance, dar mais algumas chances, etc.

O perdão acontece na mente, no coração e no corpo

E o corpo é o mais difícil de perdoar porque não compreende as coisas com a linguagem verbal.

Corpo é matéria, instinto, biologia, porém também é emoção, bioquímica, sedução…

Corpo é o mais alto e o mais baixo, o mais valorizado e também o mais desrespeitado na sociedade atual. Corpo é o único companheiro leal, o único que tem por você amor incondicional, não importa a imagem que a mídia venda.

O corpo é o único que vai te acompanhar até o final, até seu último suspiro. Ele é a testemunha da sua evolução, do seu aprendizado, das suas batalhas.

Ele testemunhou e registrou todos os seus progressos e regressos, todos os “sapos” que você engoliu, toda a raiva reprimida, o medo vivenciado, a tristeza sentida.

Porém também memorizou para você todas as alegrias vividas, os momentos de euforia, os instantes de paz, cada pedacinho de felicidade…

E o que você tem feito por esse companheiro fiel, esse amigo mais que íntimo?

Pessoas de costas se abraçando.
Melanie Stander / Unsplash

Como você tem o alimentado?

E exercitado?

E acariciado?

E descansado?

Sono, exercícios físicos, carícias, momentos de relaxamento, massagens.

Uma dança sua em relação a ele conta, cada palavra que você proferida a ele ou contra ele (sabe aquelas reclamações e xingamentos por estar muito isso ou aquilo? Magra, gorda, flácida, branca, com estrias…).

“Já que o corpo tem memória, ele também deve receber atenção. Não tente correr mais do que a raiva, e sim tente esgotá-la, decompô-la, transmutá-la.

Esse alívio físico precisa ser acompanhado de compreensão psíquica e emocional, ou seja, de autoconhecimento e controle.

Eu sei que perdão é um tema difícil, que, às vezes, pode parecer uma tarefa impossível. Porém te digo que é possível, sim, perdoar. É possível perdoar qualquer coisa vinda de qualquer pessoa. Não deixa de ser uma tarefa difícil e árdua, porém completamente possível quando você quer deixar de beber veneno na intenção de que o outro morra.

A libertação de energia negativa que advém do perdão é uma sensação incomparável, e te deixa livre, de coração leve para seguir adiante com sua vida plena.

Você ainda precisa de um convite?

Então aqui está: dê o primeiro passo, nem que seja apenas permitindo que a ideia do perdão ganhe espaço em sua mente.

Uma caminhada de mil passos começa com o primeiro!

Seja você o primeiro a perdoar!

Baseado no livro “Mulheres que correm com os lobos”.

Este texto foi escrito por Eliana Fagundes, Psicoterapeuta Vibracional Quântica, associada ASITEQ.

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Instagram: @elianafagundes_terapeuta

Sobre o autor

ASITEQ - Associação Internacional dos Terapeutas Quânticos

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