Convivendo

Refletindo sobre Pontos de Vista

Homem apoiado na parede
Renan Lima/Pexels
Escrito por Fernando Vidya

Com a era das terapias holísticas e do descobrimento de uma espiritualidade sem dogmas, mas livre e dirigida no sentido do bem, do bom e do belo, em busca da paz e do equilíbrio interior, a partir da compreensão da Verdade e da busca por expansão da consciência, inúmeras pessoas tornaram-se adeptas da expressão “ponto de vista” para demonstrar que, em uma sociedade ainda repleta de preconceitos e manipulação de crenças pessoais, a opinião pessoal tem tanto valor quanto a opinião coletiva, equiparando-se, sem que possa ser desprezada, ignorada ou diminuída pelo foco que estabelece.

Respeitar o ponto de vista do outro, encarando-o como parte da sua realidade de mundo, a partir da sua história, dos seus aprendizados, enfim, da sua verdade, nos coloca em uma situação menos conflituosa e nos permite aceitar mais facilmente que somos pessoas com visões diferentes. Por si só isso já apazigua muitos conflitos e nos permite viver mais harmoniosamente uns com os outros.

Por outro lado, sem o devido cuidado, auto-observação e atenção constantes, a prática de “cada um com a sua opinião” pode nos colocar em uma zona de conforto egoísta, onde não aceitamos ou ao menos nos esforçamos para considerar como valiosas e transformadoras para nós as opiniões e visões de outras pessoas. Opiniões estas que poderiam colocar em xeque uma ou mais visões limitadas da nossa realidade e nos impulsionar para um novo nível de consciência, mais expandido, assim como o subir os degraus da escada evolutiva.

Mulher olhando para fora da janela e segurando uma xícara
Sarah Dietz/Pexels

Como na realidade humana tudo tem mais de um lado ou versão, a expressão “é apenas o meu ponto de vista” tornou-se também, sob certa análise, uma maneira muito confortável das pessoas se acostumarem ou ainda se acomodarem a uma limitada forma de enxergar o mundo e compreender situações sobre novas nuances, sem o exercício da empatia, a partir de um esforço consciente.

O objetivo dos debates sadios de opiniões contrárias nunca deixou de ser fundamental para que haja equilíbrio e evolução da própria visão de mundo individual, favorecendo justamente a expansão da consciência, que é o que tanto buscamos. Mas, para galgá-la, necessitamos nos esforçar conscientemente para compreender quando algo se trata de uma visão de mundo limitada e egoísta e quando se trata de uma visão de mundo expansiva e libertadora, que vem nos mostrar o quanto podemos estar desperdiçando ótimas oportunidades de ampliar nosso ponto de visão, a partir do instante em que abaixamos a nossa guarda. Isso pois parte da resistência que podemos colocar para olhar o mundo com os olhos dos outros pode representar uma fuga inconsciente, a fim de preservarmos crenças e valores que por muito tempo nos protegeram como mecanismos de sobrevivência social que desenvolvemos desde a infância pelo nosso ego.

A resistência em abrirmos mão dos nossos pontos de vista é o foco deste texto, caro leitor. Pois quem se priva de debates sadios, encontrando meios de encerrar conversas em razão da sua própria resistência, ou mesmo orgulho cogitar que pode estar em equívoco, justificando ter seu próprio ponto de vista e não abrindo mão dele, recusa-se a refletir sobre a apresentação de uma “nova verdade” pelo outro e limita o seu próprio estado de consciência de expandir, entrando não apenas em uma zona de conforto e autoboicote, podendo entrar até mesmo em uma inércia evolucional, dependendo do nível de resistência envolvido.

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Por isso mesmo, o intuito desta análise é provocar as nossas mentes a refletirem e perceberem o quanto podemos estar resistentes a abrir mão da nossa realidade, das nossas lutas, das nossas verdades, dos nossos julgamentos, dos nossos apontamentos, das nossas críticas destrutivas, dos nossos dogmas e crenças limitantes, a fim de nos engajarmos na expansão do nosso mundo interno, a fim de que possamos observar o mundo externo de maneira empática, pacífica e com humildade.

Namastê!

Sobre o autor

Fernando Vidya

Fernando Vidya nasceu em 1986. É autor do livro “Despertando para um Novo Mundo”, pela Editora Vida & Consciência.

Formado em biologia pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). É membro da Sociedade Brasileira de Eubiose, escola filosófica e iniciática, com foco no desenvolvimento do ser humano, por meio do estudo esotérico para melhor compreensão da vida.

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