Psicologia

Você sabe o que é efeito sanfona psicológico?

Uma mulher com roupa esportiva debruçando a cabeça sobre suas mãos.
pheelingsmedia / 123rf
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Entre aqueles que estão tentando perder peso, a expressão “efeito sanfona” é bastante conhecida: é o que acontece quando emagrecemos um pouquinho, engordamos de novo, depois emagrecemos mais um pouco e aí voltamos a engordar… É um ciclo sem fim de idas e vindas sem produzir efeito permanente.

Mas você sabia que uma coisa muito parecida pode acontecer conosco psicológica e emocionalmente? Conhecido como ESP, o efeito sanfona psicológico pode ser muito cruel com nossa autoestima e com a nossa percepção sobre quem somos. Entenda o que é esse problema e como combatê-lo!

O que é o efeito sanfona psicológico?

O efeito sanfona psicológico se comporta de duas principais maneiras.

A primeira delas é quando percebemos que já faz muito tempo que estamos tentando mudar hábitos, mas, a longo prazo, a sensação é de que não conseguimos evoluir nada. Pode ser estudar mais, fazer mais exercício, perder menos tempo nas redes sociais, enfim, não importa qual seja a meta, paramos para pensar e chegamos à conclusão de que não estamos conseguindo mudar, independentemente de quais sejam os esforços.

Uma mulher branca em evidente gesto de frustração debruçando seu rosto sobre um notebook numa mesa.
Andrea Piacquadio / Pexels

A segunda maneira como se comporta o efeito sanfona psicológico é aquilo que acontece quando decidimos mudar radicalmente um hábito, mas, pouco tempo depois, voltamos a nos comportar como nos estávamos nos comportando anteriormente.

Imagine que você decide sair do sedentarismo para a prática diária de 1 hora de corrida antes das 6h da manhã. Radical, né? Como é uma mudança muito extrema, você vai desanimando de pouco em pouco, por este ou por aquele motivo e, quando percebe, voltou ao sedentarismo.

Consequências do ESP

A maior consequência do efeito sanfona psicológico é relatada por muitas pessoas que estejam passando por essa situação, mesmo que elas nem mesmo conheçam esse problema. Por causa das seguidas sensações de fracasso por causa das tentativas de mudança malsucedidas, a pessoa pensa:

“Acho que eu não tenho jeito mesmo. Não tem solução para mim.”

Então aí é que ela desiste de vez de qualquer mudança, porque fica a sensação de que jamais será possível mudar o que quer que seja, já que nenhuma mudança nunca vai para frente.

Uma mulher morena olhando para o seu reflexo com um olhar de desaprovação.
Polina Zimmerman / Pexels / Eu Sem Fronteiras

Outra consequência bastante presente no comportamento das pessoas que sofrem com esse problema é certa inveja ou ressentimento de pessoas que sejam (ou demonstrem ser) disciplinadas e comprometidas.

É aquele sentimento desagradável de faltar ânimo para sair cedinho e se exercitar, mas ver nas redes sociais os amigos que publicam foto após terem corrido 10 km antes das 7h da manhã.

Além disso, há muitas outras consequências, como baixa autoestima, sensação de incapacidade de fazer qualquer coisa a longo prazo, sensação de ser um fracasso, desesperança com a vida, conformismo com uma situação incômoda, dentre muitos outros.

Como combater esse problema?

Apesar de não ser uma doença, o efeito sanfona psicológico pode ser a porta de entrada para alguns males que podem prejudicar bastante a qualidade de vida de uma pessoa, como depressão, transtorno de ansiedade generalizado e síndrome do pânico, por isso é importante combatê-lo.

Preparamos uma lista com 5 dicas para você lutar contra o efeito sanfona psicológico e encontrar mais paz de espírito no seu dia a dia:

Terapia

Duas mulheres negras conversando. À esquerda, uma sentada numa cadeira, à direita, outra sentada num sofá. Elas sorriem.
Polina Tankilevitch / Pexels

Qualquer pessoa que esteja travando batalhas dolorosas em sua mente deveria procurar terapia. Com a ajuda de um psicólogo, fica muito mais fácil lidar com o fardo das decepções, além de conseguir se congratular pelas pequenas vitórias e pelos pequenos passos dados. Não aceite sofrer sem necessidade, procure ajuda.

Um passo de cada vez

Passar a estudar 5 horas por dia depois de anos sem nem mesmo abrir um livro pode parecer tentador na teoria, mas na prática pode ser bem cansativo e exaustivo, atrasando você, em vez de ajudá-lo. Por isso estabeleça metas menores e vá aumentando gradualmente um novo hábito, em vez de mudar radicalmente.

Não há nada de errado com você

Entenda: não há nada de errado com você e você pode, sim, mudar os seus hábitos e viver uma vida mais harmônica consigo mesmo. Todo mundo passa por angústias, frustrações e problemas, então você não é o único. Com o tempo, você pode operar quais mudanças quiser em sua vida, mas será preciso ser paciente.

Armadilhas das redes sociais

Quando pensamos em nossas vidas, definimos atitudes, atividades e posturas que queremos mudar. Um exemplo: quero ler mais, fazer mais exercício, estudar um idioma novo e dar mais atenção aos meus animais de estimação. Na correria da vida, porém, tudo isso acaba sendo impossível.

Uma pessoa segurando um celular. Na tela, sendo exibida uma lista de aplicativos de redes sociais.
Tracy Le Blanc / Pexels

Aí você abre o seu perfil nas redes sociais e vê o amigo que já está na 30ª leitura do ano, a amiga que correu 15 km no fim de semana, aquele carinha que está estudando horas por dia para passar no vestibular ou aquele que passou a só publicar em francês, porque está estudando o idioma.

A sensação é a de que todo mundo está no caminho, menos você, mas isso é uma armadilha. Todo mundo tem suas procrastinações e seus problemas. O que lê pode nunca praticar exercício, enquanto o que se exercita pode odiar estudar um idioma novo. Pare de se comparar. Ninguém é perfeito. Vá no seu tempo.

Aceite-se como é

Se você pensa em si e nos seus hábitos atuais como ruins, vai abrir as portas de sua vida para a baixa autoestima. Em vez de fazer isso, entenda que você é quem é hoje por causa de tudo o que o trouxe aqui. Você até pode querer sair daqui, mas valorize sua história e os esforços que o trouxeram aqui.

Pensar assim ajuda a dominar a frustração nos momentos em que o novo hábito fica meio pausado ou não engrena e acabamos caindo nos hábitos antigos de novo.

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O efeito sanfona psicológico pode ser muito ruim, especialmente porque traz a sensação de que a pessoa é uma fracassada. Combater isso traz mais qualidade de vida e uma melhora muito grande na autoestima. Você não está “quebrado”. Tudo tem conserto! Vá em busca da sua melhora com muita paciência e calma!

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