Autoconhecimento Comportamento

Vulnerabilidade…

Mulher sentada no chão do quarto com as mãos no rosto
KatarzynaBialasiewicz / Getty Images Pro / Canva
Escrito por Mariana de Carvalho

Ando refletindo bastante sobre esse tema e sobre o quanto nós estamos distorcendo conceitos, emoções e ações. Nós, porque eu me incluo entre aqueles que estão numa zona limbosa para conseguir dar conta dessa tal vulnerabilidade.

Se pararmos para pesar que estar vulnerável é estar sob o efeito de algum risco, seja físico, moral ou emocional, o que seria então mostrar nossa vulnerabilidade? E como isso de fato mostra o quanto somos fortes?

Como eu disse, puro limbo esse lugar. Mas a intenção aqui é que você, criatura divina, sinta-se normal ao ler este texto e perceba que ter atos reflexos de sobrevivência é perfeitamente normal quando uma vulnerabilidade de estarmos “escondendo” é exposta sem aviso prévio.

Eu estou em treinamento para aprender a ser mais elegante diante de uma ameaça que ocorre somente por uma percepção minha, não uma intenção verdadeira de ameaça da outra parte envolvida.

É aquele cenário em que estamos contando um monte de historinha em nossas mentes somente para nos proteger. Instinto de preservação, pois nas historinhas (que só você sabe) todos os cenários são catastróficos.

Nesse momento me pego rindo. Decidi escrever sobre isso pois me vi passando por uma situação que me deixou muito, mas muito irritada mesmo, para não falar outra coisa: comigo mesma!

Algo simples. Que me fez entrar no que eu chamo “módulo bazuca na formiga” (risos de nervoso).

Um parêntese no nosso “causo”. É natural que o cérebro responsável pela estratégia de sobrevivência lance o melhor recurso que você tem, uma vez que a integridade e o vital estão sob ameaça.

mulher nervosa segurando as mãos
cottonbro / Pexels / Canva

Nosso sistema de defesa, seja imunológico, emocional, mental e/ou comportamental, é ativado pelo mesmo princípio básico: há um reconhecimento de algo muito parecido com algo já vivido e que foi muito ruim. Para evitar chegar na mesma situação de risco de vida do passado, o corpo vai reagir.

Só que tem um grande X nessa questão toda. Quando estamos falando de comportamentos, nem sempre o outro lado de fato é alguém ruim ou está colocando você sob ameaça. Porém, dependendo do quanto você se conhece e se mantém em tratamento, pode ativar o seu “bazuca na formiga”. Fazendo um paralelo com o sistema imune, é o choque anafilático.

O “causo” pessoal que me fez refletir sobre essa situação aconteceu quando eu me coloquei em um movimento para conhecer um homem por quem me interessei. Depois de um tempo solteira, resolvi entrar num aplicativo de relacionamento.

E já cutuco você aí do outro lado, que por um instante pode ter julgado e lançado vários pensamentos em relação ao meu movimento. Costumo dizer que você vai encontrar aquilo que está vibrando. Então, ao usar esses aplicativos de relacionamento, se a intenção for só sexo, é isso que você vai ter. É você que escolhe que uso faz da ferramenta, não o contrário. Entendeu?

No meu caso, eu confesso que não tenho muita paciência, mas como tudo que faço, propus que pelo menos seria divertido. Como eu sou uma pessoa que se conecta com ideias, pensamentos e posicionamento, eu gosto de conversar. Então só aí o filtro é gigante, pois a maioria não sustenta mais de um dia de conversa.

Mas acredite: é possível encontrar quem goste de conversar e conversar. Inclusive conversas repletas de “sincericídio”. Termo carinhoso que dou à minha versão de sinceridade sem filtro.

Escrevendo aqui, confesso que estou rindo. Pois nesse tipo de contato — que se inicia via aplicativo — há uma linha extremamente tênue do que de fato você vai expor para o outro lado. E aí, até que ponto você consegue de fato mostrar quem você é e, principalmente, as tais vulnerabilidades?

Já ouviu o ditado que diz que quem procura acha? Pois bem, eu achei um ser que literalmente é como conversar com um espelho. O que tornou a conversa altamente interessante até ele tocar num ponto vulnerável meu. E aí o módulo bazuca na formiga veio com força total.

Lembra que é um espelho? E aí fui surpreendida porque do outro lado veio todas as observações que eu mesma faria a outra pessoa se a situação tivesse acontecido ao contrário.

Mulher se olhando no espelho
Misha Voguel / Pexels / Canva

O mais interessante é que o ser em questão havia apenas demonstrado preocupação comigo por eu não estar dormindo. Por uma fala dele que me lembrou uma pessoa do passado que me fez muito mal, inconscientemente desci uma resenha bem articulada e agressiva na direção do homem.

A maior parte de mim achou fofa e se derreteu pela preocupação genuína dele, mas por causa de um único comentário dentro de um contexto que parecia para mim um dejavú fez com que eu me sentisse exposta. Minha mente me levou num túnel no tempo e me ativou memórias de dor. Resultado: ativação do sistema de sobrevivência.

Eu só me dei conta em decorrência da resposta que veio em seguida, que me pegou de surpresa, pois não havia me dado conta do que tinha feito. De tudo que foi dito, o que me fez despertar para a situação foi: “Eu sei que seu trabalho é aconselhar e motivar, mas se você não deixar as pessoas se aproximarem e pensar no seu bem, fica difícil”.

Qual ponto de vulnerabilidade ele tocou sem saber? Que eu me cobre de dar conta de tudo, primeiro pelo processo de criação pelo qual passei e, em segundo, justamente por causa da profissão? Meu ponto de vulnerabilidade — um deles — é não querer que ninguém se preocupe comigo, afinal, se eu ajudo todo mundo, é minha obrigação dar conta de mim mesma.

Pois bem, não é bem assim que as coisas funcionam. Até mesmo porque o que eu mais quero é alguém do meu lado fazendo justamente o que esse homem fez: preocupando-se e simplesmente estando ali. Simples. O mais simples é o que geralmente resolve e encanta.

Agora, qual outro gancho de vulnerabilidade foi ativado e me fez sentir um medo tremendo? Que todos aqueles que realmente se preocuparam genuinamente comigo em algum momento vão embora ou não estão mais entre nós.

Na minha memória, o gesto de cuidado e preocupação genuína de uma pessoa comigo, principalmente do sexo masculino, estava associado a partida, separação, ruptura e/ou abandono. Assim como no choque anafilático, a resposta é intensa. Para evitar um dano maior, minhas emoções reagiram para evitar um dos pontos de maior dor da minha alma.

E aí, olha que maluco e lindo ao mesmo tempo, para o inconsciente agir assim é menos ruim. Mesmo que o homem do meu “causo” escolha ir embora, para o sistema de defesa do corpo, é um resultado melhor do que ser abandonado depois, mesmo que ambos resultam no afastamento de qualquer forma.

Eu quero que o homem se afaste? Óbvio que não, só reagi assim pois na verdade sabia que algo maravilhoso pode acontecer, mas como o final termina em ruptura, o cérebro só tem registrado o final, não o caminho, a jornada.

Mulher caminhando no parque
VBaleha / Getty Images / Canva

Para minha alegria, o outro se mostrou disponível a conversar e rever a rota, mas é claro que o movimento acabou mudando.

Para mim, ficou ainda mais clara a necessidade de estarmos atentos e dispostos a olhar para o que precisamos melhorar em nós.

E quanto ao quanto é necessário se libertar do medo de mostrar nossas vulnerabilidades. Afinal, é muito melhor uma conversa franca do que uma bazuca na formiga.

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Independentemente do desfecho desse meu “causo”, eu já sou grata por ter tido a oportunidade de perceber o quanto tenho medo de que as pessoas que eu quero bem e guardadinhas num bom lugar no meu coração simplesmente partam.

O medo não era mais o de ser cuidada, mas sim que essa pessoa cujo cuidado é recíproco e amoroso vá embora.

Ou seja, ainda tenho muito a aprender sobre o soltar e viver o momento do agora.

Convido você a investigar quantas coisas você tem deixado de viver simplesmente por não olhar para suas vulnerabilidades e assumi-las, para então fazer um ajuste de rota.

Conte comigo.

Com fé, amor e gratidão.

Sobre o autor

Mariana de Carvalho

Sobre mim e minha formação.

Entusiasta pela vida! Nutro uma grande fé nas pessoas. Acredito que o amor é a força maior capaz de transmutar vidas e concretizar sonhos com alegria.

Para poder ser um instrumento para aqueles que me buscam, fui pesquisando técnicas que fizessem sentido para mim. Abordagens que me permitissem transmutar, primeiramente a mim e depois o outro. Mergulhei não só nas ciências em torno da saúde como fisioterapeuta por meio da microfisioterapia e leitura biológica mas também em quântica, filosofia, espiritualidade livre e conhecimentos herméticos.

Desde criança fui incentivada a fazer com que mais “SINS” ocorressem em minha vida. Fui estimulada a persistir, afinal o verdadeiro resultado de uma ação é alcançado quando se mantém o foco e se exerce a capacidade de encontrar soluções diante dos desafios.

Assim cresci, perseverando no bem, focada nos estudos, persistindo com o sonho de transmutar a minha vida e a de quem estivesse em torno. Durante essa trajetória, idealizei uma condução terapêutica para ser uma facilitadora do processo de despertar e acesso ao EU SOU – o BE yourself. E da experiência em consultório surgiu a necessidade de expandir esse conhecimento para vivências e cursos, possibilitando facilitar o caminho de mais pessoas ao mesmo tempo.

Para mim a busca pela reforma íntima é constante, pois quanto mais expandimos nosso nível de consciência mais integrados às LEIS que regem o Universo estamos. E, assim, os véus da ilusão são removidos e aprendemos a desapegar de tudo que é desnecessário, passando a focar no que realmente importa: o amor incondicional.

Assim inicia-se uma experiência interna, sem volta, rumo ao CRIADOR de Tudo que É. Rumo ao EU SOU.

Nos tornamos peças fundamentais na mudança do mundo, pois acredito piamente que ao mudarmos individualmente o mundo todo muda.

Basta despertar sua essência!

Pois a verdadeira mudança só se estabelece quando é de dentro para fora.

Algumas das situações em que posso ser um instrumento de auxílio na mudança do seu mundo:

• Despertar de consciência;

• Facilitar o acesso ao EU SOU;

• Reprogramar crenças limitantes;

• Harmonizar os pilares em torno da vida nesta dimensão;

• Estimular o seu salto quântico;

• Equilíbrio da saúde: física, emocional, mental, relacional;

• Bem-Estar e Vitalidade;

• Recuperar a Autoestima e a Autoconfiança;

• Traumas Emocionais: perdas, separações, abandono, agressões, abusos;

• Déficit de atenção e hiperatividade;

• Alterações hormonais;

• Ansiedade e Depressão;

• Câncer;

• Insônia e Distúrbios do Sono;

• Enxaqueca e Cefaleia;

• Eliminação de Medos, Fobias e Síndrome do Pânico.

O estudo se mantém em fluxo contínuo e se integra aos processos terapêuticos realizados por mim, mas a base maior do que faço está nas seguintes formações:

• Idealizadora e criadora do BE YOURSELF – Biological Experience for YOU;

• Formação Internacional em Microfisioterapia pelo Instituto Salgado;

• Formação Internacional em Leitura Biológica pelo Instituto Salgado;

• Pós-graduação em Osteopatia pelo Idot;

• Mestrado em fisioterapia pela Unesp;

• Especialização em reabilitação cardiovascular pela Unesp;

• Pós-graduação em Fisiologia do Exercício e Prescrição do Treinamento;

• Pós-graduação em Nutrição Esportiva;

• Formação internacional em pilates clínico;

• Formação em treinamento funcional CORE 360;

• Graduação em fisioterapia pela Unesp de Presidente Prudente;

• Graduação em Tecnologia em Saúde.

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