Autoconhecimento

2018

Escrito por Juliana Meyer Luzio

Acabou 2017! Mais um ano se foi e, provavelmente, passamos o Réveillon (re)fazendo as mesmas promessas e pedidos dos anos passados. Por que será?

Talvez porque seja mais fácil esperar que 2018 promova mudanças do que efetivamente promovermos as mudanças necessárias para que os nossos pedidos e promessas se realizem. Então, ficamos sempre na esperança, afinal, aprendemos que ela deve ser a última a morrer.

Colocar toda a expectativa em cima do novo ano que chega é mais fácil, porém menos eficaz e mais repetitivo. E só alimenta isso que em nós humanos é inato, uma certa necessidade de sofrer, de lamentar, de tornar dura e difícil a vida.

Podemos nomear de várias maneiras esse “ISSO” que nos torna negativos: sabotadores, sintomas, pulsão de morte, negativismo, traumas, crenças limitadoras, enfim, cada um que encontre o nome que melhor lhe soar. E que ao nomeá-lo olhe para ele, se olhe no espelho e pergunte: Por que será?

Não! Não será a contagem regressiva da meia noite, nem a chegada de 2018 que terão o poder de mudar sua vida, de acabar com os problemas, de te colocar em outro emprego, em outra família, em outro país. Enfim, não será nada e nem ninguém além de você mesmo. E para que mudanças ocorram, não precisamos esperar um novo ano, uma segunda-feira ou qualquer outro click que estejamos esperando.

Qualquer dia, qualquer hora e em qualquer instante, o tempo de mudar é o tempo todo, ou melhor, é em qualquer tempo! O importante é coragem! São os primeiros, segundos, terceiros e os próximos passos que de fato mudarão as coisas e não o dia seguinte.

A Ruth Rocha tem uma historinha chamada “Lá Vem o Ano Novo”, que conheci através do CD “Mil Pássaros da Palavra Cantada”, nessa história, as crianças fazem promessas de não contarem mentiras, não faltarem na aula e muitas outras como fazem todos os anos. Só que cansada de tanto fingimento, a Dona Meia-Noite resolve fazer greve, impedindo então que o Novo Ano chegue.

Claro que no fim da história, ao ver o ano novo pequenininho, ela o pega no colo, não resiste e aposta: Quem sabe se este aninho, tão pequenininho ainda não vai fazer o milagre? E então, toda vestida de verde, que é a cor da esperança, escorrega pelo escorregador do tempo, dando adeus a todos. Adeus, todo Mundo. Feliz Ano Novo!

Sempre que ouço esse CD e essa historinha, penso em todas as promessas que me fiz a cada virada de ano e o que me deixa um pouco mais feliz é que há uns três anos as promessas acabaram.

Agora, a cada réveillon eu apenas agradeço pelo que vivi e pelo que virá, nada mais! Não pulo 7 ondinhas, não como mais uma colherada de lentilha, uso a cor que tenho vontade e não mais o eterno branco. Simplesmente porque aprendi vivendo que sou eu a causadora de mudanças. Sou eu a transformadora das realidades que vivo. 

Como lentilha sempre que me dá vontade e, sim, a cada vez que como penso que ela é símbolo de prosperidade, e aí como com mais gosto ainda. Pulo ondas sempre vou à praia, entregando ao mar o que ele puder levar em suas profundezas. Uso branco em qualquer dia e sempre desejando cada vez mais paz!

Não escrevo isso para que deixem de fazer essas “tradições”, pelo contrário, elas são divertidas e unem amigos e famílias. Escrevo para que talvez lendo percebam que todo dia é um novo dia. E ele chega cheio de possibilidades, porém, precisa que tenhamos olhos de ver, corações corajosos e sorrisos abertos para trilhá-los de maneiras diferentes.

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Apostar que o novo ano trará ou fará o milagre pode ser infantil de nossa parte, pode ser medo, sabotadores, sintomas, pulsão de morte, negativismo, traumas, crenças limitadoras… Quem sabe? Quem sabe? Só você! 

Sobre o autor

Juliana Meyer Luzio

Terapeuta que constrói sua clínica através de um espaço que integra fala, consciência corporal e quietude, tornando possível uma reconexão com o que há de belo, delicado e muito forte em nós - nossa saúde.

Formada em Psicologia, Psicanálise, Terapia de Integração Craniossacral, Transmutation Therapy, entre outros, está sempre em busca de conhecimentos que agreguem, em seu dia-a-dia maneiras, diferentes de olhar a vida.

Atualmente, além de sua clínica, lançou a Îandé, onde tem se dedicado à arte de criar e costurar produtos exclusivos e cheios de carinho.

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