De acordo com o autor Pierre Weil em seu livro “O Corpo fala”, inúmeras informações são transmitidas através de gestos, olhares e movimentos corporais. Entretanto, de maneira silenciosa a nossa mente fala ainda mais e diversas doenças se conectam diretamente com ela.
Porém, não podemos garantir que em um corpo sadio há necessariamente uma mente sã. Apesar de estarem interconectados, podemos ter um estado mental elevado, ainda que nosso corpo apresente alguma enfermidade. Por décadas, o mundo ocidental desenvolveu inúmeros recursos tecnológicos e médicos aos cuidados de nosso corpo, mas nossa mente foi sensivelmente negligenciada, como se desnecessário fosse dar atenção a algo tão vago e fluido.
Não é à toa que presenciamos um crescimento exponencial de doenças psicológicas e comportamentais. Pessoas em estados depressivos, sensação de insatisfação constante, busca por algo indeterminado e ausência de foco são apenas alguns dos estados mentais que poderíamos citar de maneira superficial.
A ausência de autoconhecimento faz com que nos distanciemos cada vez mais de nossa essência. Acreditamos erroneamente que mente e corpo são entidades separadas e que por isso, devem ser tratadas distintamente. A capacidade da mente humana, ainda inexplorada, é capaz de criar ilusões fantásticas, poderosas e até mesmo perigosas. Projetamos sonhos, ideias fantasiosas e desejos de forma descontrolada na nossa vida diária. O pano de fundo para tais idealizações passa a ser tudo o que nos rodeia: relacionamentos, trabalho, pessoas, ideias e por serem irreais, acabam por distorcer a realidade e comprometer resultados.
A pior de todas as consequências destes desvios é a somatização de nossas projeções, tristezas, eventuais fracassos e questionamentos recorrentes. Nossas emoções, por muitas vezes traiçoeiras, nos enganam, nos distanciam de nossa essência e acabamos por adoecer. Por fim, a corrupção de nossa integridade gera sofrimento, amarguras, decepções e pior, diversas enfermidades.
A apreensão da mente humana se torna vital na busca de equilíbrio, assim como cuidamos do nosso corpo com uma boa alimentação, atividades físicas e preocupações estéticas. Talvez pelo seu caráter invisível e introspectivo, nos esquecemos que o centro controlador de nossa vida, ou no mínimo de nossas emoções, seja ela.
Algumas técnicas de conhecimento do funcionamento mental vêm sendo amplamente divulgadas, tais como processos terapêuticos, técnicas de relaxamento, meditação, etc. Estudos recentes de diversas universidades norte americanas e inglesas, tais como Harvard, Ohio, Oregon, Montreal e London, apenas para citar algumas, demonstram que a prática meditativa aumenta a atividade do córtex cingulado anterior (área ligada à atenção e concentração), do córtex pré-frontal (coordenação motora) e do hipocampo (memória). Além disso, estimula a amígdala e, quando acionada, acelera o funcionamento do hipotálamo, responsável pela sensação de relaxamento (Fonte: Revista VEJA, 2013).
Você também pode gostar:
O crescimento do estresse na vida moderna nos obriga a refletir sobre qual o estilo de vida queremos adotar. Até que ponto negligenciaremos os sinais sutis que são enviados através de nossas doenças e fragilidades emocionais. O processo preventivo certamente é o caminho mais eficaz e sensato a ser seguido. As possibilidades são diversas, profissionais capacitados existem para nos auxiliar, informações a respeito podem ser facilmente encontradas, mas a decisão é absolutamente pessoal e intransferível. CUIDE-SE e OUÇA SUA MENTE!