As crenças populares são facilmente proferidas entre as pessoas, fazendo com que muito do que se ouve seja tomado como verdade absoluta. Com a alimentação das crianças acontece o mesmo, deixando muitos pais confusos com relação às informações disseminadas de maneira errada. No entanto, é bom ficar atento ao que se escuta e tomar os cuidados corretos para que os pequenos possam se desenvolver com qualidade e saúde.
Separamos alguns tópicos com alguns mitos e coisas que você precisa saber sobre a alimentação infantil.
Doces e refrigerantes
Ficar longe dos doces e refrigerantes é algo muito difícil para as crianças e, por tabela, os pais também sofrem por privar tais substâncias. Há, no entanto, a possibilidade de liberar os dois, o que vai variar de acordo com cada biótipo apresentado. Seguindo a orientação da nutricionista Priscila Maximino, os mais gordinhos precisam de maior cuidado já que a quantidade de açúcares e gorduras encontradas nos dois alimentos é alta. Para esse perfil, duas porções por semana é o suficiente. Para os que não têm problemas com a balança, a frequência de três porções semanais está dentro do permitido.
Bolinhos recheados
Sabe aqueles bolinhos prontos que a criançada adora? Elas não resistem, mas é melhor ficar de olho. A nutricionista também comentou a respeito do item e afirma que, apesar de serem excelentes fontes de carboidrato, os bolinhos que contém recheio não são tão indicados por conterem gordura hidrogenada, a responsável por deixar a parte cremosa do bolinho com aquela consistência homogênea. No caso, se a refeição vier na versão simples (sem recheio), não há nenhum problema em colocá-la na lancheira.
Intolerância à lactose
Já na infância, a lactose apresenta sinais e é uma das maiores vilãs nessa fase da vida. Se esse é o problema de seu filho, a substituição do leite pela bebida derivada da soja é uma excelente alternativa e trará muito mais conforto à situação. Como afirma a pediatra Renata Rocco (Universidade Federal de São Paulo), o leite de vaca tem mais cálcio, mas, se a reação de desconforto é causada pela lactose, a troca é mais que válida.
A beterraba e a anemia
Parece até um conto infantil, mas, brincadeiras à parte, a beterraba sempre esteve associada à anemia e popularmente é utilizada como meio de combater a doença. A anemia indica a deficiência de glóbulos vermelhos no sangue, levando a pessoa a um estado de desânimo, palidez, fraqueza e cansaço. Como explica o pediatra Ary Lopes Cardoso, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, o quadro é um pouco diferente. “A criança anêmica tem que consumir, todo santo dia e durante três meses, 5 miligramas do mineral para cada quilo de peso”. E uma xícara de beterraba ralada tem apenas 0,8 miligramas de ferro. Ou seja, o legume por si só não dá conta do tratamento de anemia. É necessária a reposição de vitaminas que contenham ferro, zinco, proteínas, vitamina B12 entre outras.
Incluir carne no cardápio
Para um melhor desenvolvimento da criança, o consumo de carne vermelha é essencial. Muitas mães e pais ficam na dúvida devido à imensidade de informações a respeito da carne, muitas delas, em sua maioria, mitos. A presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Roseli Sarni, confirma a importância da carne por ela conter fonte de proteínas, ferro, zinco e gordura, além de outros nutrientes indispensáveis na formação infantil. Segundo a médica, a carne deve ser consumida pelo menos três vezes na semana com a inclusão de uma fonte de vitamina C, pois a vitamina facilita a absorção do ferro orgânico, presente na carne e imbatível contra a temida anemia.
O bom e velho cafezinho
Uma das bebidas mais populares no mundo inteiro, o café divide opiniões quando o assunto se trata de saúde. Rico em cafeína, substância conhecida por dar aquela revitalizada e reanimar o organismo, Ary Lopes diz que, dependendo da quantidade ingerida pelas crianças, não há restrições. Para o pediatra, uma pequena xícara da bebida por dia não faz mal porque o tanto de cafeína contida nesta porção não influenciará em nada no comportamento dos pequenos. O ideal seria misturá-lo com um pouco de leite para amenizar o sabor forte, aproveitando também as propriedades do leite, como o cálcio.
Cuidado com os frutos do mar
Um dos principais desconfortos causados nas crianças são as alergias e as reações que alguns alimentos dão ao serem comidos. Considerados mais leves e saborosos, dentro desta lista, encontramos os frutos do mar como os menos indicados. Priscila Maximinio sugere que o ideal é esperar a criança completar dois anos para começar a incluir esse tipo de alimento no prato. Antes disso, os riscos de intoxicações são grandes, já que eles precisam de cuidado redobrado em armazenamento e limpeza.
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Essas são algumas informações sobre a alimentação infantil e um sinal de alerta do quanto é importante saber o que se está colocando no prato das crianças. Para que haja um acompanhamento eficaz e assertivo, não deixe de consultar um especialista na área para que a dieta de seu filho seja feita corretamente e contenha todos os ingredientes necessários para que ele cresça saudável.
Escrito por Juliana Alves de Souza da equipe Eu Sem Fronteiras