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Como lidar com o luto após a perda de um animal de estimação?

Cachorro deitado em uma cama
Christian Domingues / Pexels
Escrito por Eu Sem Fronteiras

“Ele é como um membro da família”, dizem alguns a respeito de seus pets. E a verdade é que muitos animais de estimação se inserem tão profundamente em nossas vidas que não são “como parte da família”, mas sim parte verdadeira dela.

Então, quando passamos pela experiência dolorosa de ver morrer um bichinho que amamos tanto e de quem cuidamos com tanto carinho, nosso coração se enche de tristeza, assim como se tivesse sido com uma das pessoas que amamos e que faz parte da nossa família.

Como lidar com a morte de um animal de estimação? Preparamos um artigo com algumas dicas e conselhos para passar por esse momento da maneira menos traumática possível. Confira!

Luto por animal não é exagero

Muitas pessoas, especialmente as que não têm tanta conexão com animais de estimação, costumam desdenhar de quem dá atenção ou amor demais a um pet e também de quem sofre bastante quando essas criaturinhas morrem. Mas a verdade é que erradas estão essas pessoas, que provavelmente nunca puderam dar e receber o amor puro que só um animal é capaz de proporcionar.

Ouvir frases como “Era só um cachorro”, “Adote outro gato” ou “Pelo menos, agora, os gastos vão diminuir, né?” podem ferir demais alguém que esteja sentindo falta do seu companheirinho animal. Nesse momento, não fique perto de pessoas que pensem assim e falem coisas como essas, se você é quem está passando pelo luto. Assim como cada pessoa tem uma personalidade, os animais também têm. Então não é simplesmente “adotar outro”, né?

Homem triste sentado em um banco de uma praça
Inzmam Khan / Pexels

Não, o luto por um animal de estimação não é exagero. Muitas vezes, ele pode levar até mesmo meses ou anos, dependendo da conexão entre o tutor e o animalzinho. “Na maioria dos casos, o animal representa um membro da família. Já atendi situações em que a pessoa vivia apenas com o pet e, após a perda, entrou em depressão, pois a solidão ocupou o lugar daquele animal. E ainda há casos em que o pet foi a primeira perda que a pessoa enfrentou na vida, e ela não sabia como reagir ao sentimento”, explicou a psicóloga Sirlene Ferreira, em entrevista ao jornal “Metrópoles”.

Segundo ela, é essencial que a pessoa fale sobre essa perda, caso sinta vontade, e que se cerque de pessoas queridas. Além disso, dependendo do vínculo dela com o animal que morreu, é fundamental também procurar fazer terapia para falar sobre as consequências e a profundidade desse luto.

8 dicas para lidar com o luto após a perda de um animal de estimação

Não, não vai ser fácil passar por essa fase, mas o luto é algo inevitável sempre que perdemos alguém em nossas vidas, mesmo que seja um animal de estimação — ou seria mais correto dizer: principalmente quando perdemos um animal de estimação, que costuma doar a nós amor e dedicação puros e com nenhuma maldade.

Para ajudar a suavizar a depressão e a melancolia que vêm com essa fase do luto do pet, preparamos uma lista com 8 dicas que podem ajudá-lo a passar por essa situação tão difícil.

Não, não vai ser fácil passar por essa fase, mas o luto é algo inevitável sempre que perdemos alguém em nossas vidas, mesmo que seja um animal de estimação — ou seria mais correto dizer: principalmente quando perdemos um animal de estimação, que costuma doar a nós amor e dedicação puros e com nenhuma maldade.

Para ajudar a suavizar a depressão e a melancolia que vêm com essa fase do luto do pet, preparamos uma lista com 8 dicas que podem ajudá-lo a passar por essa situação tão difícil.

1. Não finja que o luto não existe — se você estiver se sentindo triste por causa da perda do seu pet, não tenha vergonha de si mesmo e dos seus sentimentos. Só você conhece a conexão que existia entre vocês, então não ignore a tristeza que está sentindo nem decida agir como se ela não existisse. Permita-se se sentir triste.

Casal abraçando um cachorrinho
Helena Lopes / Pexels

2. Evite se isolar — em momentos de tristeza extrema, muitas vezes costumamos ter vontade de ficar afastados de tudo e de todos, evitando eventos sociais e a presença das pessoas queridas, mas tente não fazer isso. Para combater a sensação de tristeza, faça o oposto: cerque-se de pessoas queridas e permita que elas ajudem você a passar por esse difícil momento que é o luto.

3. Peça ajuda — se estiver se sentindo mais triste do que consegue suportar ou se achar que a sensação de tristeza e desamparo não diminui com o passar das semanas, procure ajuda. A terapia é uma boa forma de lidar com tudo aquilo que nos incomoda profundamente, mas você pode procurar um amigo ou uma pessoa amada que seja sensível o suficiente para entender a falta que o seu animal faz.

4. Não defina prazos — você tem direito de passar tanto um único dia triste quanto um mês inteiro. Uma das piores características do luto é que ele vai se revelando pouco a pouco. Ainda que você já tenha se despedido do seu amiguinho, é no transcorrer dos dias que, em algum momento, você vai sentir falta dele ou daquela coisinha fofa ou engraçada que ele fazia. Permita-se se sentir tão triste quanto for necessário.

5. Desapegue, mas com calma — muitas vezes, ficar observando os pratinhos de ração, as caixinhas de areia e os brinquedinhos que ficaram espalhados pela casa pode ser bastante doloroso. Então, caso sinta que isso tem feito mal a você, procure recolher tudo isso e guardar ou até mesmo doar a alguma ONG que esteja precisando, mas respeite o seu tempo e tome as decisões com calma.

6. Uma nova rotina — a rotina nunca volta a ser a mesma quando perdemos alguém, inclusive um animal de estimação, mas aos poucos vai ser necessário que você comece a construir uma rotina nova, adaptada à ausência do bichinho que lhe era tão importante. Dê tempo ao tempo e vá adotando esses novos hábitos.

Tigela com comida para gato ou cão e acessórios no chão.
belchonock / 123RF

7. Faça terapia — se lidar com a morte do animalzinho tem sido pesado demais para suportar sozinho, procure a ajuda de um psicólogo. Muita gente desdenha da morte de um animal, como se ela fosse menos importante do que com um ser humano, mas a verdade é que a comparação é impossível. Se estiver sentindo dificuldade de seguir em frente, procure uma ajuda permanente para voltar a uma rotina mais saudável.

8. Um novo animalzinho? — quando estiver se sentindo melhor e já estiver em sua nova rotina, é possível que continue sentindo falta de um animalzinho de estimação. Então por que não adotar um novo? Há milhares de bichinhos em abrigos e ONGs, todos precisando do carinho e da atenção de alguém como você. Dessa forma, que tal cuidar muito bem de mais um bichinho? Mas lembre-se: adoção deve ser pensada como algo permanente, portanto não adote um bichinho se não tiver certeza de que vai ter condições de cuidar dele no presente e no futuro.

E quando tem criança envolvida?

Se, para os adultos já é difícil compreender, aceitar e lidar com o luto, as coisas podem ser ainda mais difíceis quando há uma criança que era bastante conectada ao animal. Por isso, é preciso ter alguns cuidados adicionais, especialmente porque perder um bichinho na infância pode ser a primeira experiência da criança com o luto. Confira alguns cuidados adicionais necessários quando uma criança na família perde o animal.

1. Dê espaço a ela — a criança precisa ter acolhimento e espaço para manifestar como se sente. Não diminua os sentimentos e a saudade que ela sente do animal, e permita que ela se expresse como e o quanto desejar.

2. Não existem culpados — ensinar à criança que existe um ciclo em que todos nascem, vivem e morrem é essencial; caso contrário, ela poderá achar que teria sido possível fazer algo para salvar o bichinho, o que pode fazê-la sofrer bastante.

3. Vai passar — muitas vezes, quando é a primeira experiência com o luto, a criança pode falar daquele sentimento como algo que nunca vai diminuir ou passar. Então mostre a ela casos de pessoas que perderam animais e hoje estão bem. Isso pode acalmá-la.

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4. Recordações — se a criança quiser guardar fotos, itens, brinquedos ou outros objetos que lembrem o animal que partiu, permita que isso seja feito. Não a impeça de manter boas recordações e memórias do bichinho que se foi.

5. Adotar um novo? — o ideal é esperar a ideia surgir da criança, porque pode demonstrar que ela já lidou com o luto pelo animalzinho que partiu. Se ela der a ideia, converse bastante para avisar que o próximo animal pode ser bastante diferente do anterior, mas merecerá tanto amor quanto ele. Se a ideia partir de você, converse antes de adotar, para sentir se ela já se despediu do amiguinho que se foi. Não acelere os processos.

Lidar com a morte de um animal é tão complexo e doloroso quanto lidar com a partida de uma pessoa querida. Por isso, sentir-se triste é normal, já que havia uma conexão entre você e o seu amigo que se foi. Procure ajuda se estiver se sentindo muito triste ou se a melancolia durar muito tempo e tenha em mente que o bichinho agora está descansando, sem sofrer mais com dores ou desconfortos. Que as memórias criadas ao lado dele jamais sejam esquecidas, e o amor dure para sempre!

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