Autoconhecimento Sagrado Feminino

Dia Internacional da Mulher e o empoderamento feminino

Imagem do rosto de uma mulher usando óculos de sol. Ela usa uma peruca rosa e as suas unhas estão pintadas de cores diferentes.
Ulrike Mai / Pixabay
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Em 8 de março de todos os anos comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Da mulher preta, da mulher indígena, da mulher com deficiência, da mulher trans, da mulher cis, da mulher lésbica, da mulher bissexual, da mulher amarela, da mulher que vive o próprio padrão de beleza, da mulher branca, da mulher heterossexual, da mulher que não performa a feminilidade e de todas as outras.

Para o comércio, essa data é o momento ideal para vender bombons, perfumes, batons e peças de roupas, reforçando estereótipos associados ao gênero feminino. Porém o verdadeiro significado da data vai muito além disso. Criada em 1970, a celebração é uma maneira de enaltecer e dar visibilidade à luta das mulheres pela conquista de uma qualidade de vida igual à dos homens no que diz direito à liberdade, ao respeito, aos direitos e às oportunidades de trabalho.

Inicialmente, as reivindicações das mulheres diziam respeito majoritariamente à igualdade salarial em relação aos homens, que até hoje não foi totalmente alcançada. No entanto, com o passar do tempo, foram identificadas inúmeras outras desigualdades que as mulheres precisam superar. E foi a partir desse reconhecimento que se desenvolveu o empoderamento feminino.

O reconhecimento da força feminina

A sociedade mundial é patriarcal, heteronormativa, racista e classista. Isso significa que mulheres, pessoas não brancas, pessoas LGBT+ e pessoas de classes baixas sempre estarão submetidas aos desejos e às regras daqueles que correspondem aos padrões que a própria comunidade dissemina.

Imagem de uma mulher do alto de uma montanha. Ela está olhando para o sol de braços abertos, dando boas-vindas a ele.
Daniel Reche / Pixabay

A partir do momento em que as mulheres de cada um desses grupos sociais são capazes de reconhecer que elas podem mudar essa realidade e que elas também são pessoas, o empoderamento feminino se desenvolve.

O Dia Internacional da Mulher, que funciona como uma data de protestos em todo o mundo, é uma oportunidade para enxergar a força feminina e promover a união das mulheres por uma melhor qualidade de vida para todas, independentemente de como elas pareçam, de como elas se comportem e de como elas pensem.

Entendendo o lugar da mulher na sociedade

O empoderamento feminino e o Dia Internacional da Mulher caminham juntos porque um não existe sem o outro. Se pensarmos sobre o lugar que é atribuído às mulheres na sociedade, imaginaremos algo como: casar com homens, ter filhos, agir e falar com delicadeza, aceitar abusos e injustiças, ocupar posições subalternas no trabalho e não demonstrar as próprias opiniões.

Imagem de uma jovem mãe segurando o seu bebê. Ela usa uma camisa e um chapéu de renda branco. O bebê usa um macacão branco. Ambos estão sorrindo.
PublicDomainPictures / Pixabay

Com a conscientização que o Dia Internacional da Mulher promove, por outro lado, as mulheres tornam-se empoderadas, porque reconhecem que o papel delas na sociedade é algo mais próximo disso: reconhecer que são pessoas, trilhar os próprios caminhos, fortalecer outras mulheres, manifestar-se em situações de abuso e de injustiça, envolver-se com quem tiver vontade, construir uma carreira de sucesso, se desejar, e entender os problemas do mundo.

Pelo tempo que precisar, reflita sobre o papel que você, mulher, está desempenhando. Está mais próximo daquilo que impuseram para você ou daquilo que você realmente precisa fazer para que a realidade seja mais respeitosa e gentil com você e com as mulheres que estão ao seu redor? O que é preciso mudar nos seus pensamentos e nas suas atitudes?

O poder da sororidade

A sororidade é um conceito feminista que prega a união entre as mulheres, em contraposição à competição feminina que é imposta a todas elas. Para verificar um exemplo de como essa competição se manifesta, pense sobre todas as novelas nas quais duas mulheres são grandes rivais ou disputam o mesmo homem. Normalmente, elas estão sempre prontas para distribuir críticas à outra.

Imagem de uma bela mulher de cabelos longos e escuros em um campo. Ela segura em suas mãos um buquê de flores brancas.
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Quanto menos as mulheres se unirem, menos fortes elas serão, então é interessante para uma sociedade machista que elas estejam sempre separadas e acreditem que somente os homens podem fazê-las felizes e realizadas. As mulheres empoderadas e conscientes do que acontece na realidade, porém, são capazes de apoiar e fortalecer outras mulheres, reconhecendo que cada uma tem algo de bom a oferecer para o mundo.

Com a sororidade, não significa que todas as mulheres devem se amar e ser amigas. Na verdade, elas precisam reconhecer que todas devem ter os mesmos direitos e as mesmas oportunidades, e que juntas podem lutar por isso. É uma questão que afeta a coletividade, não a individualidade. O Dia Internacional da Mulher é um exemplo de como a sororidade se manifesta na sociedade.

A redescoberta do Sagrado Feminino

Outro ponto essencial da compreensão das mulheres de quem elas são e do papel que desempenham na sociedade é a redescoberta do Sagrado Feminino. Durante toda a vida, as mulheres são proibidas de falarem sobre os próprios corpos, de comentarem sobre a menstruação e de investigarem os processos que ocorrem dentro de si.

O Sagrado Feminino, que é muito associado à espiritualidade, é um estilo de vida que promove o conhecimento do corpo e da mente das mulheres a partir de ensinamentos ancestrais e naturais que são transmitidos de geração para geração.

As mulheres que são adeptas do Sagrado Feminino e que passaram por esse despertar de consciência analisam como os ciclos menstruais funcionam, como elas estão ligadas com a natureza e quais são os meios naturais de lidar com possíveis problemas que se desenvolvam em seus corpos e em suas mentes.

Imagem de uma mulher de cabelos escuros. Ela usa um short jeans e uma camiseta regata branca. Ela está dando um salta de braços abertos na areia da praia.
Messan Edoh / Pixabay

Abrir-se para essa maneira de se enxergar e de enxergar as outras mulheres é o que faz com que todas sejam consideradas deusas, donas de si e responsáveis pelas suas próprias histórias. É como criar uma realidade distante dos estereótipos de gênero, valorizando, a partir do empoderamento feminino, tudo o que uma mulher pode ser e alcançar ao longo da vida.

Para que o Sagrado Feminino seja transmitido para toda a população e para que as mulheres melhorem a relação delas consigo e com as outras, é importante se atentar para as necessidades de cada grupo social. Enquanto algumas mulheres precisam esconder os absorventes na escola, outras deixam de frequentar a escola depois que menstruam. Quais são, assim, as diferentes percepções que elas têm sobre os próprios corpos, a partir do contexto social no qual estão inseridas?

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Ainda que seja um processo trabalhoso e árduo, é por meio desse tipo de questionamento que a sociedade conseguirá prestar atenção nas mulheres e entender do que elas realmente precisam. Uma vez que isso for conquistado, o Dia Internacional da Mulher deixará de ser um dia de protestos e de lutas e será um dia para celebrar o empoderamento feminino que toda a sociedade foi capaz de alcançar.

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