A esquizofrenia é uma doença que causa transtornos mentais e que atinge, no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas. A doença se manifesta na mesma proporção em homens e mulheres, geralmente os primeiros sintomas surgem no final da adolescência ou início da fase adulta.
A esquizofrenia caracteriza-se por uma grave desestruturação psíquica, os portadores da doença têm dificuldades em decifrar e distinguir o real do imaginário, além disso, a doença pode desencadear problemas na vida social, pois constantemente podem surgir delírios, alucinações, comportamentos inadequados, causando problemas no trabalho, em relacionamentos e em qualquer atividade do cotidiano.
Causas
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a esquizofrenia é considerada a terceira doença que mais afeta a qualidade de vida entre a população de 15 a 45 anos de idade. Infelizmente, não se sabe a causa exata da doença, mas alguns fatores como genética e ambiente podem ser avaliados. Segundo estudos, a genética é responsável por 50% dos casos, sendo assim não necessariamente pais esquizofrênicos terão filhos com a mesma doença.
Os outros 50% estão relacionamentos ao ambiente e pode ser considerados fatores de riscos: desnutrição materna, morte dos pais, depressão durante a gravidez, crescimento fetal fora do comum e complicações durante o parto. Depois do nascimento: infecções como meningite e sarampo, traumas, abusos físicos e sexuais, uso de drogas e etc.
Primeiros sinais
Em casos menos frequentes, podem surgir interesses, que até então eram desconhecidos, como temas místicos, religiosos, astronômicos ou qualquer outro assunto que passe a dominar a maior parte do cotidiano da pessoa.
Sintomas
Os sintomas, assim como a evolução do quadro são variáveis. Algumas pessoas têm apenas uma crise e conseguem viver naturalmente, com sintomas que praticamente não interferem em sua vida. Em outros casos, as crises podem ser mais constantes, o que gera uma dificuldade maior para retomar os hábitos cotidianos. Existem também os casos mais graves, que necessitam de supervisão a todo instante, pois o número de recaídas é muito frequente.
A esquizofrenia pode se apresentar de diversas maneiras, entre as mais comuns podemos ressaltar:
- Delírios: o paciente tem convicções absolutas de fatos que não existem como a sensação de ser perseguido ou achar que está sendo monitorado por câmeras.
- Alucinações: é muito comum que o paciente passe a ouvir vozes onde não existe. Geralmente as vozes controlam suas ações e palpitam em suas escolhas. Outros sentidos como a visão e o olfato também podem sofrer com alucinações.
- Falta de coerência no pensamento: o paciente passa a ter dificuldade para se expressar e ser entendido, pois suas ideias se tornam confusas e desorganizadas. É comum que o paciente tente explicar a falta de conexão do pensamento, alegando que suas ideias estão sendo “roubados” por alguém.
- Falta de afetividade: geralmente o paciente passa a ficar indiferente e sem expressão diante algumas situações. Por vezes, ele pode agir de forma inesperada, como gargalhar em uma situação de pânico, tristeza e etc.
- Desânimo: falta de motivação e perda de vontade para enfrentar as tarefas também é muito comum.
- Poderes paranormais: em alguns casos, o paciente acredita que ele foi agraciado com algum dom como, por exemplo, ler a mente das pessoas.
- Suicídio: cerca de 50% dos esquizofrênicos já tentaram suicídio, destes 15% consumaram o ato.
- Manias: é comum que o paciente passe a incorporar manias em sua rotina, seja hábitos de higiene, vestimentas, alimentação e etc.
Tratamento
Um paciente diagnosticado com esquizofrenia deverá tomar medicação e fazer acompanhamento psicológico durante a vida toda, assim conseguirá viver sem que a doença seja um pesadelo em sua vida. Durante os períodos de crise ou agravamento dos sintomas, talvez seja necessário a internação do paciente.
Antipsicóticos ou neurolépticos são os medicamentos utilizados no tratamento, estes possuem calmante em sua composição e combatem alguns dos principais sintomas como delírios e alucinações. A maioria dos pacientes precisam utilizar o remédio periodicamente para evitar crises. O medicamento clozapina, pode ser uma segunda opção caso a primeira não funcione, porém é menos indicado, pois pode causar mais efeitos colaterais.
A reabilitação ou o treinamento psicossocial são de extrema importância para o paciente, são estes procedimentos que farão com que ele volte a levar uma vida normal e independente.
Dicas
- O amor, dedicação e paciência da família são pontos fundamentais para recuperação do paciente.
- Ocupar a mente é algo muito importante, no primeiro momento é importante que ele seja inserido em algum tipo de trabalho com propósito ocupacional, depois que ele adquirir mais segurança será possível assumir novas responsabilidades.
- O paciente deve se relacionar com outras pessoas, no início isso pode ser difícil, mas depois será uma grande porta para motivação e novas atividades.
- O lazer é tão importante como tudo o que já foi falado. As atividades devem ajudar a descarregar tensões, sendo relaxantes e trazendo uma sensação de bem-estar.
- Escrito por Natália Nocelli da Equipe Eu Sem Fronteiras.