Comportamento Convivendo

FOMO, redes sociais e tendências: o custo oculto de viver na era digital

Imagem de três jovens, deitadas sobre uma cama em um quarto, mexendo em seus celulares.
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Escrito por Giselli Duarte

Redes sociais e o fenômeno FOMO (medo de perder algo) criam uma constante pressão para estar atualizado e seguir tendências, gerando comparações e insatisfação. Esse comportamento pode levar a ansiedade e baixa autoestima. Superar isso exige consciência e foco no que realmente importa, buscando autenticidade.

Vivemos em uma era onde as redes sociais moldam não apenas como interagimos, mas também como nos vemos e nos avaliamos. No meio dessa constante conectividade, surge um fenômeno chamado FOMO – Fear of Missing Out, ou Medo de Estar Perdendo Algo. Mas o que é esse medo realmente criando em sua vida? E como as redes sociais e as tendências estão moldando sua realidade a longo prazo?

FOMO é mais do que um simples sentimento de descontentamento; é uma força poderosa que alimenta uma necessidade incessante de estar atualizado, de participar, de não perder nada. Quando você se depara com postagens brilhantes de amigos em festas, viagens exóticas ou conquistas impressionantes, o FOMO começa a agir. Ele cria uma comparação constante, um senso de inadequação e uma pressão para acompanhar o ritmo frenético das tendências. Mas a pergunta que você deve se fazer é: o que isso está realmente criando na sua vida?

As redes sociais são projetadas para manter você engajado, para te conectar com uma infinidade de informações e experiências. Elas oferecem uma janela para a vida dos outros, mas muitas vezes, você só vê a superfície – os momentos curados e filtrados que as pessoas escolhem compartilhar. Ao se comparar constantemente com essas versões editadas da vida, você está, na verdade, afastando-se da sua própria realidade e autenticidade. Você está criando um ciclo de insatisfação e frustração, onde nunca é o suficiente. Isso é o que o FOMO faz: te desconecta do seu eu verdadeiro e te prende em uma corrida interminável atrás de algo que parece sempre estar fora de alcance.

E o que dizer das tendências? Elas são uma força poderosa que molda nossos comportamentos e escolhas. Estar na moda, acompanhar os lançamentos mais recentes, adotar os hábitos mais populares – tudo isso é incentivado pelas redes sociais e pelo marketing. As tendências muitas vezes nos atraem com promessas de felicidade, sucesso e aceitação. Mas o que acontece quando a nova tendência deixa de ser relevante? O que acontece quando você se dá conta de que, ao seguir essas modas, estava apenas tentando preencher um vazio?

A longo prazo, viver sob a influência de FOMO e das tendências pode ter efeitos prejudiciais. Em vez de construir uma vida baseada em seus valores e desejos autênticos, você acaba criando uma existência baseada em comparações e modismos passageiros. Esse ciclo pode levar a uma série de problemas, incluindo ansiedade crônica, baixa autoestima e um sentimento persistente de insatisfação.

O impacto dessas dinâmicas na sua saúde mental não deve ser subestimado. A pressão constante para se adequar, para estar sempre atualizado, para ser aceito, pode levar a um estado de estresse contínuo. As redes sociais, com seu fluxo interminável de informações e imagens, muitas vezes funcionam como um gatilho para comparações e inseguranças. A sensação de estar sempre atrás ou de não estar “fazendo o suficiente” pode criar um ambiente de constante tensão e descontentamento.

Imagem de várias pessoas segurando celulares, vendo as redes sociais.
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Além disso, o tempo gasto consumindo redes sociais e seguindo tendências pode desviar você das verdadeiras fontes de alegria e satisfação. Em vez de buscar a profundidade e a autenticidade, você se perde em uma busca superficial por validação externa. Isso pode resultar em uma vida onde as conexões reais e significativas são deixadas de lado em favor de um prazer momentâneo e efêmero.

Mas há uma alternativa. Em vez de ser arrastado pela maré do FOMO e das tendências, você pode escolher a consciência. Escolher estar presente em sua própria vida, em vez de ser arrastado pelas correntes do que está na moda ou pelo que parece ser uma experiência superior. Isso significa reconhecer que sua vida não precisa ser uma réplica das experiências que você vê nas redes sociais. Significa se reconectar com o que realmente importa para você, em vez de seguir a enxurrada de expectativas externas.

A verdadeira felicidade e realização vêm de viver de acordo com seus próprios valores e desejos. É sobre construir uma vida que ressoe com quem você é, não com quem você pensa que deveria ser baseado no que os outros estão fazendo. Significa encontrar satisfação na autenticidade, em vez de na conformidade. Quando você para de buscar validação nas redes sociais e nas tendências, começa a perceber o verdadeiro valor da sua própria experiência.

Então, o que você pode fazer para escapar da armadilha do FOMO e das tendências? Comece por ser mais consciente do que você consome e como isso afeta seu estado mental. Pergunte a si: “O que eu realmente desejo?” e “O que realmente importa para mim?”. Em vez de se deixar levar pelas correntes externas, tome decisões baseadas em suas próprias respostas. Envolva-se em atividades que nutram sua alma e que estejam alinhadas com seus verdadeiros interesses e valores.

Imagem de um lindo mar e ao fundo o pôr do sol. Em destaque, uma mulher sobre uma pedra, em pé e de braços abertos, transmitindo o conceito de viver plenamente o hoje, de ser você mesma.
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Reconheça que a vida é uma jornada única, e que cada um tem seu próprio caminho a trilhar. O valor real da sua vida não está nas experiências que você compartilha ou nas comparações que você faz, mas na profundidade das suas vivências e na autenticidade do seu ser. O FOMO e as tendências podem ser sedutores, mas a verdadeira satisfação vem de viver plenamente no presente, em harmonia com seu eu mais verdadeiro.

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Portanto, liberte-se das amarras do FOMO e das tendências. Reivindique sua capacidade de criar uma vida que realmente ressoe com quem você é. O que você está criando agora? E o que mais é possível se você escolher viver de maneira autêntica, em vez de ser guiado pelas expectativas externas? A verdadeira liberdade e felicidade vêm de dentro, e você tem o poder de acessá-las a qualquer momento.

Sobre o autor

Giselli Duarte

Nunca fui alguém que se contenta em observar a vida passar. A inquietação sempre pulsou em mim, guiando-me a atravessar caminhos diversos, por vezes improváveis, mas sempre significativos. Não se tratava de buscar respostas rápidas, mas de me deixar ser moldada pelas perguntas.

Meu primeiro contato com o trabalho foi aos 14 anos. Não era apenas sobre ganhar meu próprio dinheiro, mas sobre entender como o mundo se movia, como as relações de troca iam além de cifras. Com o tempo, percebi que meu lugar não seria apenas cumprir horários, mas criar algo próprio. Assim, aos 21, nasceu meu primeiro negócio, registrado formalmente. Desde então, empreender tornou-se tanto profissão quanto paixão.

Mas, por trás dessa trajetória profissional, sempre existiu uma busca interior que muitas vezes precisei calar para priorizar o mundo exterior. Foi somente quando o cansaço me alcançou na forma de burnout que entendi que não podia mais ignorar a necessidade de olhar para dentro. Yoga e meditação não foram apenas escapes, mas verdadeiras reconexões com uma parte de mim que havia sido negligenciada.

Foi nesse espaço de silêncio que descobri o quanto a curiosidade que sempre me guiou podia ser dirigida também para dentro. Formei-me em Hatha Yoga, dentre outras terapias integrativas, e comecei a dividir o que aprendi com outras pessoas, conduzindo práticas e compartilhando reflexões em plataformas como Insight Timer e Aura Health. Ensinar, percebi, é uma das formas mais puras de aprender.

A escrita foi um desdobramento natural desse processo. Sempre acreditei que as palavras possuem a capacidade de transformar não só quem as lê, mas também quem as escreve. Meus livros, No Caminho do Autoconhecimento e Lado B, são registros de uma caminhada que não se encerra, mas que encontra sentido na partilha. Participar de antologias poéticas também me mostrou a força do coletivo, de somar vozes em algo maior.

Cada curso que fiz, cada desafio que enfrentei, trouxe peças para um mosaico em constante formação. Marketing, design, gestão estratégica – cada aprendizado me preparou para algo que, na época, eu ainda não conseguia nomear. Hoje, entendo que tudo se conecta.

Minha missão não é ensinar verdades absolutas, mas oferecer ferramentas para que cada pessoa possa encontrar suas próprias respostas. Seja através da meditação, da escrita ou de uma simples conversa, acredito que o autoconhecimento é um processo contínuo, sem fim, mas cheio de significado.

E você, o que tem feito para ouvir as perguntas que habitam em você? Talvez nelas esteja o próximo passo para um novo horizonte.

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Meditação para quem não sabe meditar

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