Talvez esta constatação nos permita entender porque muitos estudantes não conseguem ficar sem falar em uma sala de aula, sem que o docente não seja forçado a interromper seu desenvolvimento do assunto para pedir silêncio. Diversas publicações indicam que as conversas paralelas, a não realização de tarefas solicitadas, respostas mal educadas e hostilização dos professores podem ser consideradas posturas de pessoas indisciplinadas.
Muitos destes jovens não são capazes de lidar com as suas deficiências relacionadas à dificuldade de compreensão de textos na língua pátria ou outros idiomas, problemas no convívio social e incompreensão de manifestações culturais e artísticas, proporcionando uma falta de compromisso e indisciplina.
A tecnologia mais avançada promove a utilização de equipamentos ainda mais potentes, com volume de som muito elevado, até ensurdecedor, impedindo a prática do momento silencioso. Além disso, o grande e veloz fluxo de informações via internet os deixa bastante ansiosos, com necessidade de comunicar alguns fatos, mesmo que irrelevantes, no ato em que acontece. E então, falam ainda mais alto.
A prática de momentos de meditação e interiorização na espiritualidade não está inserida na rotina da juventude, e, assim, ouvir o silêncio, colocar as ideias no lugar organizando os pensamentos, a rotina, os acontecimentos são atividades que não existem na vida corrida daqueles que, em um futuro muito próximo, precisarão assumir posições de responsabilidade e de liderança na sociedade.
Será que podemos ajudá-los? Será que eles querem nossa ajuda? Somos tolerantes ou apenas os “velhos rabugentos”? Vale a pena a reflexão, para que possamos dar suporte a estes garotos, cujas vidas estão apenas se iniciando.