Empoderamento Feminino

O empoderamento feminino passa pelo corpo

Mulheres com roupas de banho sorrindo.
ammentorp / 123rf
Escrito por Juliana Bernardo

Considero um grande avanço todas as iniciativas de empoderamento feminino nos últimos anos. Sabemos que a realidade social da mulher está longe de se equiparar à do homem, sobretudo em países como o nosso.

E se você tem dúvidas sobre isso, basta pesquisar os índices de violência contra a mulher, de comparação salarial, de acesso à educação superior ou o número de representantes em cargos públicos eletivos.

As iniciativas de empoderamento que mais vejo estão relacionadas a empreendedorismo feminino, estudo, expressão artística e criativa. Há também discussões sobre liberdade sexual e relacionamentos. O debate sobre o direito ao aborto.

Mas pouco se falta sobre a mulher apropriar-se de fato de seu próprio corpo. Não como algo urgente e pontual, como numa situação em que desejaria interromper uma gravidez, mas como algo permanente.

Nas últimas décadas se falou muito sobre o anticoncepcional como uma forma de liberdade da mulher. E não questiono que foi uma nova possibilidade que se apresentou na época e que pode ser a melhor escolha para muitas mulheres até hoje.

No entanto pouco se discute, com exceção de grupos muito específicos, sobre a mulher poder ser integralmente mulher, com seus ciclos, seu sangue, suas mudanças hormonais aceitas, suas alterações emocionais decorrentes dessas que são respeitadas, e assim por diante.

Ignora-se o útero quando não há nele uma criança.

Controlam tanto o corpo de uma mulher a ponto de existir um padrão idealizado de como deve ser sua vulva: pequena, sem pelos, rosada e infantilizada.

E para quem achava que a virgindade já não tinha mais tanta importância, surgiu há alguns anos a cirurgia de restituição de hímen para “voltar a ser virgem”.

Tudo isso pode até soar cômico para machistas inveterados. Para mim soa trágico ter um panorama desses em 2021.

Estudando sobre o tantra e sobre ginecologia natural, eu percebi que precisava incluir mais o corpo, não só nas minhas escolhas de vida, mas nos meus atendimentos como terapeuta.

Mulher branca deitada numa cama.
Daria Litvinova / Unsplash

Percebi que, para uma mulher apropriar-se de si e se empoderar, não é o suficiente cuidar apenas das emoções e dos pensamentos, nem somente ressignificar memórias e ajudar a trazer à consciência novas possibilidades escolhas, mesmo que elas incluam hábitos saudáveis.

Era necessário incluir uma reconexão com o corpo, principalmente com o útero e a vagina.

Muitos traumas ficam guardados nessa região e podem ser liberados com recursos naturais, como as yoni eggs (ovos vaginais de cristais usado em culturas ancestrais), por exemplo, ou meditações guiadas e vaporizações uterinas com ervas.

Também estimular que uma mulher reconheça e toque o próprio corpo ajudará muito mais do que apenas aumentar a autoestima; trará à tona crenças sobre não merecimento, falta de permissão para ter prazer, medo de acessar o próprio poder, condicionamentos para alegria, questões sobre autonomia e independência.

A mulher tem um poder incrível. É capaz de gerar a vida, desenvolvê-la dentro de si e nutri-la. E não é à toa que há milênios esse poder vem sendo reprimido pelo patriarcado, estrutura social que se mantém até hoje.

Estamos tão acostumadas a permanecer nesse lugar, muitas vezes, de invisibilidade, silêncio ou menor importância, que ignoramos a possibilidade de um dia a realidade ser diferente.

E a verdade é que um dia ela já foi!

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Por mais distante que isso esteja de nós, com seus resquícios somente em achados arqueológicos, existiram sociedades matrifocais, nas quais a mulher era vista como centro, altamente valorizada por gerar a vida e, entre outros, por seus atributos de cura, capacidade de conexão com o espiritual e comparação com a natureza.

Esses registros não se encontram somente em artefatos e livros; estão presentes no profundo na psique de toda mulher e em nossos corpos.

Esses vestígios esperam para serem vistos, ouvidos e sentidos. São como brasas quase se apagando, mas que, se assoprarmos, podem virar uma chama e – por que não? – uma labareda.

O caminho para isso?

Para dentro! Pelo corpo.

Sobre o autor

Juliana Bernardo

Olá! É uma alegria ter você por aqui.

Eu atuo como terapeuta holística, o que significa que trato do Ser de maneira integral, levando em consideração não somente o físico mas também as dimensões emocional, mental, espiritual e relacional.

Minha missão é ajudar as pessoas a expandirem a consciência e reconhecerem seu poder na criação de uma vida mais alegre, leve, abundante e cheia de amor.

Para isso, auxilio as pessoas que atendo em seus processos de reconexão com a essência, despertar do amor-próprio e reprogramação mental. Tudo isso aliado ao poder transformador com que a Natureza nos presenteia por meio de seus recursos e ensinamentos.

Além do atendimento individual, realizo vivências em grupo focadas em autoconhecimento, empoderamento e transformação interior. Criei para isso o programa terapêutico para mulheres chamado “Florescer para uma Nova Vida”.

Sou também facilitadora de cursos livres na área holística, como tameana/pleiadian healing e aromaterapia.

Tenho formação e experiência em diversas técnicas terapêuticas, dentre elas constelação familiar e soluções sistêmicas, terapia floral, aromaterapia clínica, radiestesia e mandalas radiônicas, reiki, Thetahealing®, Barras de Access®, alinhamento intuitivo e numerologia sistêmica com abordagem terapêutica.

Antes de me tornar terapeuta, me formei em comunicação social pela USP e fiz mestrado em artes visuais pela Unesp, com pesquisa publicada internacionalmente sobre colagem na arte contemporânea. Atuei, dentre tantas coisas, como docente na educação formal e não formal em ambas as áreas antes da minha transição de carreira e de vida.

Email: juliana.bernardo@poderdanatureza.com.br
Site: poderdanatureza.com.br