Energia em Equilíbrio Yoga

O que nos traz paz no dia a dia?

Escrito por Pedro Kupfer

A paz verdadeira só vem quando sabemos quem somos e o que estamos fazendo na Terra. Os ensinamentos do Yoga nos mostram que nós somos fabricados de paz, sendo que em sânscrito, essa paz chama-se shantah e não pode ser entendida como uma emoção, ou sensação de tranquilidade que vem e vai, quando por vezes é substituída pela tensão e nervosismo.

Shantah é Paz, assim, com letra maiúscula, contínua e sólida. Para ser devidamente apreciada, essa paz precisa antes ser conhecida, ou seja, entender que o caminho para a paz é o autoconhecimento.

Quando percebo a mim mesmo como paz, nada que possa acontecer no mundo, de bom ou ruim, conseguirá alterar o meu ponto de equilíbrio. E também, se algo me tira o equilíbrio, consigo retornar para ele sem dificuldade, como um bambu que se enverga com o vento e rapidamente volta a ficar de pé.

Atitudes: atentividade e consciência

Para vivermos em paz é fundamental que saibamos qual é a nossa vocação, e assim conseguir compreende a qual lugar pertencemos, como devemos nos colocar na sociedade e no mundo. Quando compreendo que estou fazendo aquilo que me cabe, a paz vem de uma forma natural e harmoniosa. E mesmo quando estou fazendo aquilo que me cabe, algum erro ocorre, não irei perder a minha paz, pois em minha mente tenho a certeza de que estou fazendo o melhor que posso, com atentividade e consciência.

A BhagavadGita, um texto sagrado hindu, nos ensina que é melhor fracassar fazendo aquilo que nos cabe, do que ter sucesso fazendo aquilo que cabe a outra pessoa. Assim, sejam lá quais forem os resultados de minhas ações, estou tranquilo e em paz. Outra maneira bastante simples de estar em paz é aprender a amar aquilo que se faz, ao invés de lutar para fazer apenas o que se quer.

Práticas: mantra e meditação

Cantar os mantras é uma prática que pode ajudar a lembrar-lhe da paz que é, além de ser uma maneira fácil, acessível e rápida de refletir sobre o que somos nos dando também uma liberdade de escolha, tanto na forma do mantra, quando no tema do mantra. Caso você não saiba cantá-los, não tem problema, existem gravações de mantras, e você pode escolher o que melhor lhe cabe, ir para um lugar tranquilo, no qual você possa se deitar em silêncio e apenas ouvir aos sons, dando a si mesmo o direito de parar, de refletir, de respirar com tranquilidade.

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Uma meditação que acho importante para o encontro com o equilíbrio chama-se nididhyásana, que consiste em refletir sobre tudo que se sabe sobre si mesmo. E aquilo que você sabe, ou deveria saber sobre si mesmo é que você é paz.

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Quando o príncipe Arjuna encontrava-se em desespero no campo de batalha, perguntou ao deus Krishna como poderia recuperar a paz. Krishna então não lhe dá uma prática respiratória ou postura, mas o ensina que ele já é a paz que busca quando foge às suas responsabilidades. Quando o príncipe aprende a sua lição, ele precisa refletir o nididhyásana, ou seja, refletir sobre aquilo que sabe sobre si mesmo, enquanto faz aquilo que lhe cabe.

Sobre o autor

Pedro Kupfer

Pedro vive de vegetais, praia e surf. É casado com Ângela Sundari, com quem viaja com frequência para surfar, estudar, ensinar e compartilhar momentos bons com os seres humanos, plantas e animais deste belo planeta. Ensina Yoga há 30 anos. Move-se entre Portugal, Brasil, Índia, Indonésia e Chile, lugares que ama por diferentes motivos, sendo o mais importante de todos, as pessoas que conhece neles.

Oṁ Gaṁ Gaṇapataye namaḥ!

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