Energia em Equilíbrio

Reiki Celta: Imbolc, o Festival Celta das Luzes

Foto desfocada de feira de festividades com muitas luzes.
Escrito por Tereza Gurgel
O calendário celta era baseado nos movimentos cíclicos lunares, tendo 13 divisões ao longo de um ano. E, por isso, se diferenciava do calendário gregoriano posteriormente adotado, que constavam 12 meses.

No primeiro dia do mês de fevereiro, (época associada ao mês de Luis, a sorveira, arbusto encontrado na Europa, América do Norte e Ásia) é a época que inspira o começo de novos projetos, o fortalecimento do poder pessoal e o sucesso em empreendimentos. Há uma grande controvérsia entre os estudiosos em associar cada mês a uma árvore; alguns dizem ser uma adaptação moderna (vinda principalmente dos neopagãos), outros acreditam que há uma base histórica sólida para validar essa correspondência. Toda essa discussão é bastante interessante, mas é melhor que cada pessoa procure estudar e se abrir para que sua própria intuição o guie, ao procurar aprofundar sua prática no Reiki Celta.

Fotografia de árvores em chamar com silhueta de pessoas dançando ao redor.

Os antigos celtas celebravam nessa data o festival de Imbolc, em honra da deusa celta Brighid, protetora do lar e do fogo. Este festival era celebrado por vários outros povos, como os egípcios e romanos. por exemplo. Em gaélico (língua irlandesa), Imbolc era também conhecido como Oimelc (traduzido como “leite de ovelha” – a cor branca tradicionalmente vem ligada à ideia da “pureza” e “luz”). O “Festival das Luzes” anunciava o fim do inverno e o início da volta da luz do Sol, deixando claro que logo a natureza iria acordar de seu longo sono invernal.

Um antigo poema folclórico sugere a ligação entre este dia e a figura de uma serpente saindo de um buraco no chão, talvez uma lembrança da energia renovadora da vida, renascendo após a “morte” simbólica no inverno:

“A serpente virá do buraco (Thig um nathair as an toll)
no amanhecer do dia da Noiva (la donn Bride (Brighid))
embora possa haver três pés de neve (ged robh tri traighean dh’an)
Na superfície do solo” (Ar leachd an lair)

Brighid era uma das três principais deidades celtas. Era filha do chefe dos deuses, Dagda, celebrada como a protetora dos curadores e poetas. Os antigos realizavam um festival de purificação que a honrava. Brighid assumia o papel da anciã, trazia a inspiração e a criatividade, e seu nome significava “a iluminada”. Sítios neolíticos marcavam o alinhamento do sol nascente.

Quando a Irlanda se converteu ao Cristianismo, a Igreja comumente associava um santo cristão às antigas deidades pagãs, a fim de facilitar sua conversão.
 Assim, a deusa Brighid foi transformada na santa Brígida de Kildare, uma das mais importantes santas padroeiras da Irlanda. A tradição conta que Santa Brígida era filha de um escravo e foi batizada pelo santo protetor da Irlanda, São Patrício. Mais tarde, ela fundou um convento de religiosas em Kildare, uma cidade fundada no século V, cujo nome deriva do irlandês Cill Dara ou “Igreja do Carvalho”. Vale notar que o carvalho era uma das árvores mais sagradas para os antigos sacerdotes druidas.

Símbolo da Cruz de Santa Brígida

Brighid também protege as noivas e o parto. Na Irlanda, há o costume de trançar alguns ramos de junco para fazer uma “Cruz da Noiva”, geralmente de 3 braços (provavelmente uma antiga representação solar). Porém, o artefato mais conhecido é a “Cruz de Santa Brígida”, também feito de juncos trançados, com quatro braços amarrados nas extremidades e um quadrado tecido no meio, consagrado com água benta.

A festa cristã da Candelária, celebrada após 40 dias ao nascimento de Jesus, é conhecida como a festa cristã das luzes, quando Jesus foi apresentado no Templo, e também relembra a purificação da Virgem Maria. Tradicionalmente, as velas que serão utilizadas nas igrejas durante o ano são abençoadas nesta data.

Referências
https://mythicalireland.com/myths-and-legends/brighid-bright-goddess-of-the-gael/
https://www.thoughtco.com/history-of-the-pagan-holiday-imbolc-2562118
https://www.thoughtco.com/celtic-tree-months-2562403
https://en.wikipedia.org/wiki/Kildare

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Sobre o autor

Tereza Gurgel

Formada em Psicologia (F.F.C.L. São Marcos - SP). Filiada à ABRATH (Associação Brasileira dos Terapeutas Holísticos) sob o número CRTH-BR 0271. Atua na área Holística com Reiki, Terapia de Regressão e Florais de Bach. Mestrado em Reiki Essencial Metafísico e Bioenergético Usui Reiki Ryoho, Shiki, Tibetano e Celtic Reiki. Ministra cursos de Reiki e atende em São Paulo (SP).

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