Comportamento

Resolver mudar é realmente mudar?

Jovem branca de costas com chapéu marrom na cabeça.
Kelli McClintock / Unsplash
Escrito por Tereza Gurgel

Vemos hoje muitas pessoas insatisfeitas com o rumo que suas vidas tomaram. Frustradas, desistem de acreditar em si mesmas e no seu potencial, levadas muitas vezes pelas inúmeras pressões e compromissos diários. Na corrida pela sobrevivência, simplesmente preferem acabar deixando de lado seus sonhos e objetivos. Tudo parece sem cor, sem vida. Rezam para que o ano termine logo, tentando acreditar que, de uma maneira mágica, terminam assim também os fardos e problemas cotidianos.

Aí chega o final de ano e são feitas as promessas para o ano seguinte… promessas que geralmente se diluem logo nos primeiros dias do ano novo.

Por que razão isso acontece? Afinal, por que isso se repete de uma maneira quase mecânica, sempre sem resultados — somente trazendo a decepção pessoal conosco por não termos “vontade” e “disciplina” para colocar em prática nossas resoluções?

Isso acontece em grande parte porque não compreendemos quais mecanismos estão por trás dessa dificuldade. Apenas conscientização, “força de vontade” e motivação para mudar não bastam.

Em primeiro lugar, temos que ter em mente que somos seres que agem, na maior parte do tempo, em função de hábitos. Um hábito se forma por meio da repetição constante e tende de, ao longo do tempo, a ocorrer de forma inconsciente. Ou seja, fazemos algo de maneira automática (podem ser pensamentos, emoções, ações), pois estamos acostumados a fazer isso sem questionarmos mais os motivos (ou a necessidade real) que nos levam a essas atitudes… como se houvesse um “software”, uma “programação” dentro de nós.

Se um hábito é construído ao longo do tempo, o que virá substituí-lo também exigirá muito tempo para se fixar em nosso comportamento. Esse novo hábito — que procuramos que seja mais saudável que o anterior — vai demandar um esforço consciente para superar a inércia inicial que ocorre em qualquer processo de mudança.

O primeiro passo é estar convencido da necessidade de mudar algo que não está nos fazendo bem. Seja honesto/a consigo mesmo: o que está te prejudicando? Quero continuar a dar força ao que me prejudica ou quero melhorar?

Jovem branca de lado com a mão no cabelo.
Lê Tân / Unsplash

Além da sua motivação, você precisa acompanhar o processo todo de perto. Isso exige um aprendizado constante, pois são necessárias novas estratégias de comportamento para efetivar um hábito mais saudável. Ajuda também estabelecer um lembrete efetivo e diário para que o hábito novo seja incorporado mais facilmente à rotina diária. Monitore seus resultados.

Estabeleça uma recompensa por cada pequeno passo que for conseguindo dar nesse processo. Qualquer mudança é merecedora de uma celebração e a recompensa positiva reforça o novo hábito.

Uma palavrinha sobre a “culpa”: esforce-se para substituir esta palavra por “responsabilidade”. O caminho da mudança é difícil e demorado, mas se você “falhar”, no meio dele, assuma que aprendemos muito com nossos erros. Somos responsáveis por transformá-los em aprendizado, entendendo o erro como uma parte inevitável e necessária de todo trabalho.

Alguns estudos mostram que a mudança é mais efetiva se começamos com pequenas modificações, passo a passo, para que a mente e o corpo tenham tempo suficiente para enraizar e fortalecer essas mudanças. É melhor dar um passo de cada vez do que tentar radicalizar! E isso exige um bom planejamento, elencando ações simples e fáceis. Estabeleça metas realistas!

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Também foi proposto em outros estudos que, para uma mudança realmente se efetivar, são necessários 21 dias – no mínimo! – para que um novo hábito se solidifique. A repetição é outra chave essencial para o sucesso.

A jornada é mais importante que o resultado final em si, pois nela temos a chance de aprender muito sobre nós mesmos/as. Nossos erros mostram onde devemos prestar mais atenção e nossas vitórias devem ser celebradas. Mudar hábitos significa sair da sua zona de conforto, esforçando-se para se tornar uma pessoa melhor do que antes, mais consciente, mais resistente, mais forte emocionalmente. E uma pessoa muito mais corajosa para enfrentar os desafios diários.

Sobre o autor

Tereza Gurgel

Formada em Psicologia (F.F.C.L. São Marcos - SP). Filiada à ABRATH (Associação Brasileira dos Terapeutas Holísticos) sob o número CRTH-BR 0271. Atua na área Holística com Reiki, Terapia de Regressão e Florais de Bach. Mestrado em Reiki Essencial Metafísico e Bioenergético Usui Reiki Ryoho, Shiki, Tibetano e Celtic Reiki. Ministra cursos de Reiki e atende em São Paulo (SP).

E-mail: zenrunic7@gmail.com
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