Autoconhecimento

Sem pressa para ser feliz

Mulher sorridente na praia
Jacob Lund / Canva
Escrito por Luiz Guimaraes

Descubra o significado profundo de felicidade através de um mergulho interior nos ensinamentos de Mahatma Gandhi e Aristóteles sobre o assunto. Compartilhe o júbilo e busque a paz interior, encontrando na paciência e sabedoria o verdadeiro caminho para a felicidade duradoura.

“Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz estão em harmonia” (Mahatma Gandhi).

Pode parecer paradoxal não termos pressa para sermos felizes. Porém, em realidade se trata de um processo de dentro para fora que implica em profundo e demorado mergulho interior, que nos leva ao autoconhecimento. Por esse caminho vamos vencer as barreiras que nos impedem de desfrutar da felicidade. Em seu livro Ética a Nicômaco, o pensador Aristóteles também realizou estudos sobre o que é a felicidade e como alcançá-la.

Para o filósofo, a felicidade é o objetivo que todos nós buscamos, ou seja, o bem e o desejo maior que guia todas as ações humanas. Afinal, quem não quer ser feliz? Ele usava o termo grego “eudemonia” – eu (bem) e daimon (espírito) –, que pode ser traduzido como “felicidade”, mas também carrega os sentidos de “prosperidade”,” riqueza”, “boa fortuna”, “viver bem” e “florescimento”.

Devemos considerar que para sermos felizes temos que compartilhar esse sentimento com outrem, pois isoladamente sentiremos uma “felicidade relativa” que poderia até ser considerada “egoísta”, já que ao comentarmos com alguém, o nosso júbilo, revivemos aqueles momentos. Por outro lado, quando Aristóteles afirma aquelas aquisições citadas, nem sempre isso nos leva à felicidade verdadeira. Muitos estão vivenciando “conquistas”, mas carentes da felicidade não compartilhada que deságua num sentimento “vazio”.

Silhueta de mulher com as mãos estendidas para o céu ao por do sol
doidam10 / Canva

Porém, a própria felicidade tem os seus caminhos tortuosos para que se concretize plenamente. A princípio, temos pelas palavras do Divino Mestre, segundo João 18:36: respondeu Jesus: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.

Obviamente, sendo o Orbe terrestre de provas e expiações, a felicidade em sua essência não pode ser vivida ainda nesse mundo. Ela representa algo fugaz e muitas vezes tão sutil, que não nos apercebemos… Considerando que Jesus nos prometeu a Sua Paz, ainda estamos conturbados e envoltos nas nossas imperfeições buscando a felicidade, que está muito aquém daquela Paz que nos foi prometida. É preciso valer-se da paciência e saber esperar…

No livro Vida Feliz, Cap. LXIV, pg.74, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis, encontramos: “(…) Refaze conceitos, acalma-te e abençoa a vida na forma como se te apresente. A tua atual existência é rica do que necessitas para ser feliz. Nessa mensagem entendemos que o açodamento de nada nos serve. Busquemos a paciência e a sabedoria de esperar o tempo de cada coisa.

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Essa postura não comporta a inércia e sim a perseverança que é a “consolidação da vontade”. Temos, ainda, que admitir o “mérito” da conquista que, pelo esforço, já se torna um grande passo, porém o êxito não se restringe a ele. O merecimento vem do Alto, pelo reconhecimento daquilo que deve ser melhor para nós, face às nossas realizações e necessidades evolutivas. Isso nos remete a vivenciar o bom senso e a sabedoria de viver.

Na Revista Espírita de Janeiro de 1860, pg.17, temos esse esclarecimento: “(…) Com a certeza do futuro, tudo para ele muda de aspecto; o presente é apenas efêmero e o vê passar sem lamentar-se; é menos apegado aos prazeres terrenos, porque só lhe trazem uma sensação passageira, fugidia, que deixa vazio o coração; aspira a uma felicidade mais duradoura e, consequentemente, mais real. E onde poderá encontrá-la, senão no futuro? Mostrando-lhe, provando-lhe esse futuro, o Espiritismo o liberta do suplício da incerteza, e isso o torna feliz. Ora, aquilo que traz felicidade sempre encontra partidários”.

Considerando tudo isso, a nossa filosofia de viver com resignação e resiliência favorecerá alcançarmos tudo que nos possa trazer felicidade. Observemos o que diz o Apóstolo Paulo em 2 Coríntios 4:16: “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia”. (Felicidade é o sentimento vivo quando compartilhado).

Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus – www.cecpj.org.br cecpj

Sobre o autor

Luiz Guimaraes

Sou médico diplomado no ano de 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Já era funcionário do Banco do Brasil e em 1977 assumi o cargo de médico no serviço da Instituição. Em 1988, assumi a chefia daquele serviço e em 1996 aposentei-me. Escrevo para o Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco (ambos em Recife) sobre a Doutrina Espírita e também sobre nossa conjuntura política. Sou membro efetivo da Academia Pernambucana de Música desde 1998.

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