Dizer que o cérebro faz parte do conjunto de órgãos sexuais tem sua boa parcela de verdade! Sim, o cérebro é um dos principais responsáveis para que o sexo seja como ele é.
Devido à ação dos neurotransmissores, sentimos todas as sensações que o ato sexual proporciona, desde diferentes níveis de prazer até às dores e outros incômodos.
Além do sexo
Muito mais que o mero ato sexual, transar envolve várias outras funções e sensações de nosso corpo. É um ato de contato e carinho que engloba diversos sentidos: visão, olfato, tato, audição e até mesmo o paladar.
Todos os mitos e expectativas que envolvem o sexo acabam por gerar envolvimento psicológico muito ligado ao ato. Sempre há uma esperança, seja por parte do homem ou da mulher, sobre como será. Com ele, pode-se alcançar total prazer ou grande decepção.
Devido a tal envolvimento e participação de nossa mente no sexo, muitas são as variáveis para que ele seja (ou não) bom e proveitoso e, principalmente, satisfatório dentro dos nossos pensamentos.
História e sexo
A história da humanidade, em geral, considerou o sexo primeiramente como mero ato de reprodução, sem que o prazer fosse associado à prática. Sendo assim, fazer sexo significava dar continuidade à espécie e qualquer coisa fora disso poderia ser considerado pecado. Além disso, a posição da mulher na história sempre foi de inferioridade ao homem, portanto, o ato sexual, tanto reprodutivo quanto prazeroso, seria de comando e preferência do homem.
Com os avanços da medicina e o surgimento de métodos contraceptivos, o incentivo ao sexo seguro e a oportunidade de poder fazê-lo sem necessariamente criar uma família, tornaram transar algo muito comum e de gosto geral.
Obstáculos psicológicos
Muitas pessoas sentem algumas dificuldades para aproveitar bem o sexo. Isso acontece, como já citado, devido à algumas amarras naturais que temos ao tratar deste assunto.
Sentir o orgasmo depende da entrega e liberação de certos medos. É importante se conhecer e ter autoconfiança, além de muita intimidade com o parceiro, para que o cérebro entenda e “permita” o corpo sentir tudo aquilo que está sendo estimulado.
As mulheres
Os impasses mais comuns estão predominantemente no grupo das mulheres e há explicação para isso. Como visto, ao longo de toda a história, a mulher sempre foi o “alvo” e nunca o “foco” do ato sexual. Antigamente, as mulheres deveriam estar prontas para servir seus homens e eram vistas como objeto sexual.
Este conceito, já muito ultrapassado e incabível, infelizmente mantém algumas raízes na criação do gênero feminino e acabam por gerar certos medos e limites para que a mulher se entregue ao sexo, impedindo o cérebro de “liberar” certas sensações.
É importante que, para quebrar tais laços, a mulher se conheça muito bem. A masturbação, muitas vezes vista como pecaminosa ou inadequada, é uma boa maneira de descobrir o próprio corpo e as próprias respostas que é capaz de dar.
Além disso, a autoconfiança e preocupação com si mesma, mais do que com o fato de agradar o parceiro, permite que a entrega seja maior e as sensações bem melhores.
O orgasmo
O momento do orgasmo é aquele em que todas as áreas do cérebro são estimuladas. As reações no corpo, como arrepios e gemidos, fazem parte de uma resposta de estímulos diversos que, juntamente com o sistema nervoso, proporcionam o tal prazer.
Uma prova de que as sensações do ato sexual estão totalmente relacionadas ao âmbito psicológico está no caso de pessoas que, apenas com a imaginação, conseguem chegar ao orgasmo.
Esse é um trabalho e tanto, afinal, os estímulos físicos são o atalho principal para o prazer. Entretanto, não é o único. Pessoas com paralisia, por exemplo, podem sim sentir prazer sexual por meio da imaginação, afinal, o cérebro é sim um órgão sexual.
Texto escrito por Júlia Zayas da Equipe Eu Sem Fronteiras.