Comportamento Nutrição Vegetarianismo

Como começar no vegetarianismo com consciência

Imagem das mãos de um homem segurando um prato com legumes e vegetais, simbolizando o conceito do vegetarianismo.
Yuliya Stolyevych's Images / Canva
Escrito por Giselli Duarte

A transição para o vegetarianismo não exige perfeição, e sim clareza, ritmo próprio e escolhas conscientes. Quando você entende seu motivo e aprende a cuidar do corpo sem pressa, a mudança deixa de ser peso e vira caminho, um passo de cada vez, com gentileza consigo.

Você quer parar de comer carne, mas não sabe por onde começar. Tem medo de faltar nutrientes, de não saber o que cozinhar, de passar fome, de ser chato em reuniões de família.

Respira. Não precisa virar vegetariano da noite para o dia. Não precisa ser perfeito. Não precisa provar nada para ninguém.

Começar no vegetarianismo com consciência é ir no seu ritmo, aprender no caminho e respeitar seu corpo no processo.

Por que você quer fazer isso

Antes de mais nada, entenda o porquê. Porque se você não tiver clareza sobre a sua motivação, vai desistir na primeira dificuldade.

Você quer parar de comer carne por saúde? Por ética? Pelo meio ambiente? Pelos animais? Por tudo isso junto?

Não tem resposta certa. Cada um tem seu motivo. Mas você precisa saber o seu. Porque é isso que vai te manter firme quando vier a pressão de fora, quando bater vontade, quando parecer mais fácil desistir.

Anote seu porquê. E volte nele sempre que precisar.

Comece devagar

Você não precisa cortar tudo de uma vez. Aliás, não deveria.

Mudanças radicais costumam falhar. E eu sei bem disso, quando cortei tudo de uma vez, em 2009… tive que recomeçar para recomeçar com consciência.

Lembre-se do motivo, senão… você fica uns dias firme, depois desiste porque é difícil demais, porque você não estava preparado, porque ninguém aguenta tanta pressão.

Então vai devagar.

Comece tirando a carne de uma refeição por dia. Ou de um dia por semana. Experimente. Vê como seu corpo reage. Vê como você se sente.

E aí vai aumentando. No seu tempo. Sem pressa.

O projeto Segunda Sem Carne

Se você não sabe por onde começar, existe um movimento chamado Segunda Sem Carne. A ideia é simples: toda segunda-feira, você não come carne.

É um dia só. Não é para sempre. Não é radical. É só um dia para experimentar outras opções, para descobrir que dá para comer bem sem carne, para treinar seu paladar.

Imagem de um prato de comida com salada de quinoa, tomates e rúcula, simbolizando a intenção do Projeto Segunda Sem Carne.
Nadianb / Canva

E funciona. Porque, quando você tira a pressão de ter que ser vegetariano para sempre, fica mais fácil tentar. E quando você tenta uma vez, fica mais fácil tentar de novo.

Muita gente começou assim. Um dia por semana. Depois dois. Depois, a semana inteira. Mas sem pressa. Sem cobrança.

O importante é começar.

A sociedade vegetariana brasileira

Se você quer informação séria, baseada em ciência, procure a SVB, a Sociedade Vegetariana Brasileira.

Eles têm material sobre nutrição, sobre como montar um prato vegetariano equilibrado, sobre onde encontrar proteína, ferro, vitamina B12. Tudo explicado de forma clara, sem radicalismo, sem terrorismo.

Também têm receitas, dicas de restaurantes, informações sobre como conversar com a família, com o médico, com quem achar que você está maluco por querer parar de comer carne.

Vale a pena acompanhar. Porque a transição alimentar exige conhecimento. E conhecimento evita erro.

Cuidado com as armadilhas

Quando você para de comer carne, tem algumas armadilhas no caminho.

A primeira é achar que tudo que não tem carne é saudável. Não é. Tem muito ultraprocessado vegetariano por aí. Salgadinho, biscoito, hambúrguer vegano cheio de química. Tecnicamente não tem carne, mas não faz bem.

Então, foque em comida de verdade. Legumes, verduras, grãos, leguminosas. Coisas que você reconhece, que vêm da terra, que não têm lista gigante de ingredientes.

A segunda armadilha é não substituir direito. Você tira a carne, mas não coloca nada no lugar. Aí falta proteína, falta ferro, você fica cansado, fraco, e acha que vegetarianismo não funciona.

Já conheci pessoas que só comiam batata o dia inteiro, e no fim, ficaram com anemia. No meu caso, quando eu era criança, tinha anemia direto. Quando me tornei vegetariana, nunca mais sofri desse mal. E já são anos assim, mais de uma década!

Um prato de comida feito com lentilhas - totalmente vegano e sem carne.
Ninafirsova / Canva

Funciona. Mas você precisa saber o que comer. Feijão, lentilha, grão-de-bico, tofu, quinoa, castanhas, sementes. Tem opção. Só precisa aprender a montar o prato direito.

A terceira armadilha é se cobrar demais. Você escorregou? Comeu carne sem querer? Cedeu à pressão de um almoço de família? Tudo bem. Não desista. Volta no dia seguinte. Sem drama.

Isso não é competição. Não tem medalha para quem nunca falha. Tem só você tentando fazer melhor. E melhor já basta.

Aprenda a cozinhar

Se você não sabe cozinhar, vai precisar aprender. Porque depender de restaurante, de comida pronta, de terceiros, vai te limitar demais.

E cozinhar comida vegetariana não é difícil. É mais simples que cozinhar carne, na verdade. Menos risco de intoxicação, menos sujeira, menos complicação.

Começa com receitas básicas. Arroz com feijão bem temperado. Legumes assados. Saladas incrementadas. Omelete de grão-de-bico. Coisas simples que você consegue fazer sem sofrer.

E vai testando. Erra, acerta, ajusta. Com o tempo, você pega o jeito. E descobre que dá para comer muito bem sem carne.

Lida com a pressão social

Prepare-se. As pessoas vão questionar. Vão dizer que você está maluco, que vai ficar doente, que precisa de carne para sobreviver, que isso é frescura.

E vão te oferecer carne. O tempo todo. “Mas só um pouquinho não faz mal.” “Você nem vai sentir.” “Essa é especial.” Tenho um irmão, por exemplo, que sempre que me vê, pergunta: “E aí, ainda está naquela de ser vegetariana?” Sim, só 16 anos nisso…

Imagem das mãos de uma pessoa, oferecendo um prato de quibe assado feito com carne a uma pessoa que é vegana.
YILMAZUSLU / Getty Images / Canva

Respira. Não precisa brigar. Não precisa convencer ninguém. Só precisa ser firme com a sua escolha.

Você pode explicar, se quiser. Pode compartilhar seu motivo, seus benefícios, o que você aprendeu. Mas se a pessoa não quer ouvir, não insista.

Você pode até fazer como eu e entrar na brincadeira, porque no fim é você com você. Deixa ela pensar o que quiser. Você não está fazendo isso por ela. Está fazendo para você.

Cuida da saúde

Vegetarianismo bem feito não faz mal. Mas mal feito, faz é muito! Lembra que falei ali em cima que cortei de vez tudo? Então, fui parar no hospital…

Então, acompanhe com médico (endocrinologista) e nutricionista, se puder (médico é fundamental), principalmente no começo. Faz exames. Vê se está faltando alguma coisa. Suplementa o que for necessário.

Vitamina B12, por exemplo, é difícil de conseguir em dieta vegetariana. A maioria dos vegetarianos precisa suplementar. E está tudo bem. Não é falha. É só ajuste.

Ferro também precisa de atenção. Mas dá para conseguir em vegetais, desde que você saiba combinar direito. Vitamina C ajuda na absorção. Então feijão com laranja, espinafre com limão, essas combinações fazem diferença.

Não fica no achismo. Busca informação. E cuida de você.

Respeite seu ritmo

Tem gente que vira vegetariana de uma vez e nunca mais volta. Tem gente que demora anos. Tem gente que nunca vira 100% e fica no meio termo.

Tudo bem. Não existe jeito certo.

O importante é você estar consciente das suas escolhas. Saber o que está comendo. Por que está comendo? E fazer o melhor que consegue dentro da sua realidade.

Se você consegue tirar a carne uma vez por semana, ótimo. Já é alguma coisa. Já faz diferença.

Se conseguir tirar de vez, com o tempo, melhor ainda.

Mas não se compara com ninguém. Cada um tem seu processo. Cada um tem suas limitações. E está tudo bem.

O lance é começar. Do jeito que der. No ritmo que couber. Com consciência.

E ir ajustando no caminho.

Sobre o autor

Giselli Duarte

Sempre fui movida pela busca por novos aprendizados.
Minha trajetória percorreu diferentes áreas, desde a carreira corporativa até experiências pouco convencionais, como um curso de DJ. Essa diversidade ampliou minhas perspectivas e me trouxe a compreensão de que cada fase contribui para o trabalho que realizo hoje.

Com espírito empreendedor desde cedo, comecei a trabalhar aos 14 anos como jovem aprendiz e, aos 21, legalizei meu primeiro negócio. Desde então, criei e participei de projetos diversos, sempre unindo consistência e visão estratégica.

Atuei como profissional PJ em projetos para empresas de diferentes setores, incluindo engenharia, startups, agências de comunicação e administração de condomínios, conciliando o empreendedorismo com projetos fixos. Essa experiência trouxe visão prática sobre diferentes modelos de negócios e a capacidade de orientar profissionais em diversos momentos da carreira.

A experiência com o burnout transformou a forma como conduzo minha vida e minha atuação profissional. Encontrei no Yoga e na Meditação o caminho de reconexão, o que me levou à formação em Hatha Yoga e à especialização em terapias naturais.

Compartilho esse conhecimento como colunista nos portais O Segredo e Eu Sem Fronteiras e como instrutora de meditação nas plataformas Insight Timer e Aura Health, onde também atuo como podcaster, oferecendo práticas que ajudam a cultivar presença e equilíbrio.

Como autora, publiquei os livros No Caminho do Autoconhecimento, Lado B e Histórias de Jardim e Café, registrando reflexões e vivências que me conduziram a um olhar mais consciente sobre a vida.

Sou graduada em Marketing, pós-graduada no MBA em Gestão Estratégica de Negócios, com especializações em Design Gráfico e Inteligência Artificial aplicada a Growth Marketing, Inteligência Emocional, Psicanálise e outras.

Concluí também a Formação de Instrutores de Yoga para Crianças, Jovens e Yoga na Educação, ampliando minha visão sobre o bem-estar em todas as fases da vida.

Hoje, à frente da Terapeutas Digitais, auxilio profissionais da área terapêutica a fortalecerem suas marcas e a se posicionarem no digital de forma consciente e coerente com seus valores. Atuo como mentora de negócios, incentivando e conduzindo profissionais no caminho do empreendedorismo ao longo da minha trajetória. Atualmente, também sou mentora da RME – Rede Mulher Empreendedora, ampliando esse propósito.

Acredito que negócios alinhados com quem somos têm mais impacto e significado. É assim que escolho atuar e é esse o caminho que sigo construindo.

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Meditação para quem não sabe meditar

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