Autoconhecimento

Até quando você vai se autossabotar?

Mulher sentada em um gramado de uma montanha e olhando para o horizonte
Milan Popovic/ Unsplash
Escrito por Giselli Duarte

“Quando desconhecemos ou simplesmente ignoramos o fato de que as ações diárias em nossa vida impactam nas cenas dos próximos capítulos de nossa própria história, a história tende a se repetir até que o ciclo vicioso seja interrompido. Pensamentos, sentimentos, emoções e ações contribuem para nossos próximos passos.”

Juliana acorda todos os dias às 6h da manhã, prepara seu café, se arruma e sai para trabalhar. Ao longo do trajeto, ela gosta de ver filmes e séries de terror. Ao chegar ao trabalho, pega um café e vai fumar com mais dois colegas. Os três começam o dia reclamando do trabalho, que é chato, da vida, que está monótona, dos namorados, que já não são como antes, e falam mal dos outros colegas de trabalho e do chefe. Para Ju, nada está bom. Para ela, a culpa é sempre de seus pais. Sempre atende o telefone maldizendo coisas aleatórias para a pessoa do outro lado. O dia acaba passando de forma arrastada, carregado de mais cafés, cigarros e reclamações. Ao chegar em casa, frita uns hambúrgueres e come bebendo cerveja em frente à TV. Está passando a sua novela favorita. Sem se dar conta, ela repetiu esse padrão ao longo da semana, dos meses, dos anos. Parece que a vida de Juliana nunca engrena como ela queria, e por isso ela acaba se frustrando a cada dia mais, achando que nada tem jeito, a não ser “nascer de novo”.

Para Henrique, as coisas parecem caminhar de outra maneira. Ele acorda tarde e vai à academia. Seu objetivo é deixar seu abdome trincado, braços e pernas bem torneados para surpreender as gatas, na balada. Henrique trabalha em uma startup e fica todo feliz quando sua equipe ganha os desafios da semana. Para comemorar, ele e sua equipe vão sempre para o bar beber todas, afinal “comemoração é assim mesmo”, ele diz. Ao chegar em casa, ele encontra seu irmão mais velho meditando na sala e começa a dar risada. Toda vez que ele vê o seu irmão praticando ou falando sobre autoconhecimento, ele acha tudo aquilo uma grande baboseira e não perde tempo para criar piadas a respeito. Afinal, bom mesmo é o que ele acredita fazer. Nada melhor do que trabalhar em um lugar cool, ser malhado e seguir as tendências da semana. Henri curte tudo o que é hype. Ao chegar em seu quarto, ele sente um vazio enorme. Não sabe o que é aquilo e logo em seguida para dispersar “essa viagem”, já liga seu computador para jogar e conversar com seus amigos sobre a fase da vez.

Com a Lorena, o negócio é diferentão! Ela trabalha 16 horas por dia, vai viajar sempre que pode para os lugares mais incríveis que existem no globo terrestre e gosta mesmo é de tirar fotos. Selfies. Para onde Loren vai, tem selfie. Superextrovertida, não tem quem não goste da vibe dela. Loren mora numa quitinete sozinha no centro da cidade e sempre que dá vai visitar seus pais e sua irmã caçula. Ela sempre hospeda sua irmãzinha em casa e gosta de pagar tudo para ela. Até as viagens, inclusive. De tanto que ela se importa com a irmã e faz coisas por ela, Lorena acredita que ela é uma segunda mãe de sua irmã. Por ter um status que ela acha ser legal, já aproveitou alguns momentos para dizer aos pais como eles precisam cuidar da irmã. Lorena faz yoga num estúdio perto de sua casa, mas a sua pressa para chegar às aulas é tão grande que ela quase sempre esquece de agradecer seu vizinho por segurar a porta do elevador ou de dar bom-dia ao porteiro.

Autoconhecimento x autossabotagem

Silhueta de uma mulher olhando para a janela com o pôr do sol
Kristijan Arsov/Unsplash

Quando desconhecemos ou simplesmente ignoramos o fato de que as ações diárias em nossa vida impactam nas cenas dos próximos capítulos de nossa própria história, a história tende a se repetir até que o ciclo vicioso seja interrompido. Pensamentos, sentimentos, emoções e ações contribuem para nossos próximos passos.

Quando permitimos desenvolver o autoconhecimento, o mundo muda, pois a nossa forma de ver o mundo e de viver num mundo XYZ está intimamente ligada às próprias percepções.

Sabe, um dia eu fiz parte do grupo de pessoas que achava estranho ver tudo aquilo o que não era condizente com a minha “realidade” na época, até eu dar abertura e vivenciar a oportunidade de me transformar. Permitir uma brecha de luz adentrar em meu SER fez mais sentido do que qualquer velho e habitual paradigma do passado.

Quando praticamos no dia a dia o autoconhecimento, deixamos muitos véus da ilusão caírem. Aos poucos, eles vão caindo até que percebamos a realidade como ela é e não mais como achávamos que era. Paramos de nos identificar e julgar certos padrões de pensamentos, sentimentos e atitudes cotidianas, dando lugar ao novo. A uma nova chance de viver de forma mais consciente.

Mulher em uma cafeteria olhando para fora da janela com uma mesa em sua frente
freestocks/Unsplash

Quando não buscamos o autodesenvolvimento, a probabilidade de dar lugar a pequenas fagulhas de autossabotagem é maior. Hábitos como os que citei nas três historinhas lá no início… quando não estamos na sintonia do desenvolvimento humano, achamos tudo aquilo bem normal, e muitas vezes cremos que na verdade “o inferno são os outros”, “a vida é injusta”, “todo mundo é tóxico, menos eu, lírio virgem do vale não semeado” (risos).

Brincadeiras à parte, buscar pelo próprio autoconhecimento é tão importante quanto respirar! Podemos desenvolvê-lo por meio das terapias integrativas e sistêmicas. Curar a criança interior ferida e acolhê-la com amorosidade fará diferença em nossa vida, a curto, médio e longo prazo.

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Se você se identificou com alguma coisa aqui, eu te convido a buscar pelo seu próprio desenvolvimento pessoal, mental, emocional e espiritual pelo autoconhecimento.

Se você acha que faz sentido encaminhar este artigo para outras pessoas, com o objetivo de ajudá-l@s, ficarei feliz por poder espalhar sementinhas do despertar por aí.

A 3D (terceira dimensão) precisa de muito amor, aceitação, acolhimento e boas vibrações.

Com amor, Giselli.

Sobre o autor

Giselli Duarte

Nunca fui alguém que se contenta em observar a vida passar. A inquietação sempre pulsou em mim, guiando-me a atravessar caminhos diversos, por vezes improváveis, mas sempre significativos. Não se tratava de buscar respostas rápidas, mas de me deixar ser moldada pelas perguntas.

Meu primeiro contato com o trabalho foi aos 14 anos. Não era apenas sobre ganhar meu próprio dinheiro, mas sobre entender como o mundo se movia, como as relações de troca iam além de cifras. Com o tempo, percebi que meu lugar não seria apenas cumprir horários, mas criar algo próprio. Assim, aos 21, nasceu meu primeiro negócio, registrado formalmente. Desde então, empreender tornou-se tanto profissão quanto paixão.

Mas, por trás dessa trajetória profissional, sempre existiu uma busca interior que muitas vezes precisei calar para priorizar o mundo exterior. Foi somente quando o cansaço me alcançou na forma de burnout que entendi que não podia mais ignorar a necessidade de olhar para dentro. Yoga e meditação não foram apenas escapes, mas verdadeiras reconexões com uma parte de mim que havia sido negligenciada.

Foi nesse espaço de silêncio que descobri o quanto a curiosidade que sempre me guiou podia ser dirigida também para dentro. Formei-me em Hatha Yoga, dentre outras terapias integrativas, e comecei a dividir o que aprendi com outras pessoas, conduzindo práticas e compartilhando reflexões em plataformas como Insight Timer e Aura Health. Ensinar, percebi, é uma das formas mais puras de aprender.

A escrita foi um desdobramento natural desse processo. Sempre acreditei que as palavras possuem a capacidade de transformar não só quem as lê, mas também quem as escreve. Meus livros, No Caminho do Autoconhecimento e Lado B, são registros de uma caminhada que não se encerra, mas que encontra sentido na partilha. Participar de antologias poéticas também me mostrou a força do coletivo, de somar vozes em algo maior.

Cada curso que fiz, cada desafio que enfrentei, trouxe peças para um mosaico em constante formação. Marketing, design, gestão estratégica – cada aprendizado me preparou para algo que, na época, eu ainda não conseguia nomear. Hoje, entendo que tudo se conecta.

Minha missão não é ensinar verdades absolutas, mas oferecer ferramentas para que cada pessoa possa encontrar suas próprias respostas. Seja através da meditação, da escrita ou de uma simples conversa, acredito que o autoconhecimento é um processo contínuo, sem fim, mas cheio de significado.

E você, o que tem feito para ouvir as perguntas que habitam em você? Talvez nelas esteja o próximo passo para um novo horizonte.

Curso
Meditação para quem não sabe meditar

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