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O Julgamento: conheça o significado dessa carta e como ler em seu tarô

O Julgamento
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Escrito por Eu Sem Fronteiras

Toda vez que a carta d’O Julgamento aparece no tarô é porque é preciso reavaliar uma decisão, um comportamento ou uma ação. A 20ª carta dos Arcanos Maiores pode trazer renovação e aceitação, bem como julgamento e frieza. Por isso, é preciso conhecer bem essa carta a fim de interpretá-la da forma correta. Saiba mais neste artigo!

Entre os 22 Arcanos Maiores do tarô, O Julgamento é a 20ª lâmina (ou carta) dos arcanos maiores e representa um momento de avaliação, renascimento e transformação. Ela simboliza a necessidade de prestar contas por ações passadas, reavaliar as circunstâncias antes de tomada de decisões importantes, a autoavaliação, perdão e redenção. Um chamado para avaliar as escolhas, os comportamentos e as ações e para enfrentar as consequências disso tudo.

Seus principais significados são: renovação espiritual, aceitação, perdão, reavaliação, julgamento, escolhas, oportunidades, chamada à ação, elevação da consciência e propósito. Na polaridade oposta: julgamento severo, frieza, dureza, incapacidade, aprisionamento ao passado, resistência a mudanças, perda de oportunidades e ressentimentos.

A cor dominante da carta é o azul, que sugere calma, serenidade e reflexão. É uma carta que acessa o nosso poder mental.

Quanto ao nome da carta, além de ser conhecida como O Julgamento, também é conhecida como Judgement (em inglês) e Le Jugement (em francês). Independentemente da nomenclatura, o essencial significado da carta é sempre o mesmo como veremos a seguir.

Nós convidamos você a continuar a leitura e mergulhar na aura de mistério dessa carta tão importante no tarô. Aprenda seu significado, quais elementos a compõem e outras curiosidades que a envolvem!

Significado dos elementos da carta O Julgamento

O Julgamento
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A análise a seguir é com base do Tarô de Rider-Waite, um dos baralhos mais tradicionais e traz elementos importantes para o significado geral da carta. Confira!

  • Anjo: um grande e majestoso anjo está soprando uma trombeta, simbolizando um chamado ou julgamento divino, fazendo referência ao “Juízo Final” bíblico. Eis que aparece o anjo anunciador da próxima etapa da vida daqueles que renascem para esse momento de julgamento. Alguns referem-se o anjo ao Arcanjo Gabriel.
  • Pessoas: homens, mulheres e crianças emergem de seus caixões com braços abertos prontos para o despertar, o julgar e o renascimento para uma nova jornada espiritual — ressurreição. Todos estão nus para demonstrar que o julgamento é justo e verdadeiro.
  • Paisagem: as montanhas ao fundo representam os desafios superados para alcançar esse momento de julgamento e renovação.
  • Bandeira: na trombeta, aparece uma bandeira branca com cruz vermelha, o que lembra a Ordem dos Cavaleiros Templários.

Similaridades e diferenças da carta O Julgamento em diferentes baralhos

Além do baralho Rider-Waite, criado em 1910, por Arthur Edward Waite e William Rider, existem outras versões nas quais alguns detalhes mudam. Em sua maioria, as similaridades da lâmina trazem o anjo com sua trombeta anunciando O Julgamento e pessoas que estão sendo julgadas pelo anjo. Sabendo que existe outro tarot de Rider-Waite, a versão The New Vision Tarot (lançado em 2003), temos outra visão da carta original. Vemos as costas do anjo anunciador. Suas asas são vermelhas, e seus cabelos parecem com chamas do fogo. A perspectiva é a do anjo, pois o restante do cenário é parecido com a carta original. O que muda são os pássaros: de um lado, pássaros pretos que descem do céu para terra; e do outro lado, pássaros brancos que sobem aos céus. E em vez de várias pessoas, como pode ser visto na carta original, nesta versão, aparecem somente um homem, uma mulher e uma criança. As cores neste baralho são mais vibrantes.

Tarô mitológico

Criado em meados de 1980, por Liz Greene e Juliette Sharman-Burke (astróloga e taróloga, respectivamente), na carta O Julgamento, vemos o mensageiro Hermes vestido de sua túnica branca, capa vermelha e com seu capacete com asas. Na mão direita, segura o caduceu — seu bastão mágico adornado com duas cobras. Ele está no meio, entre duas pilastras, uma clara e outra escura, refletindo a ambivalência do inconsciente com seus potenciais criativos e destrutivos. Diante de Hermes, vemos múmias se levantando de suas tumbas, representando as experiências do passado, que devem permanecer inalteradas no inconsciente até que seus significados possam se tornar claros e evidentes — o julgamento de suas ações.

Tarô de Marselha

Existem diversos modelos do tarô Marselha, mas com pouquíssimas variações de figuras, detalhes e cores. Na tradicional carta, O Julgamento traz o anjo que, do céu, toca sua trombeta em direção a Terra, enquanto três figuras humanas se levantam de seus tumultos. Neste baralho, essas figuras evocam a Lua (mãe), o Sol (pai) e a humanidade (filho) — a pessoa que aparece de costas para representar indefinição. Junto à trombeta, há uma bandeira branca com cruz amarela, o que sinaliza a necessidade do despertar para os que ainda não dispuseram a trilhar a senda espiritual (caminho estreito).

Tarô Egípcio

Egito
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Nessa versão de tarot, em todas as cartas, há uma divisão em 3 partes: superior (plano espiritual), central (plano mental) e inferior (plano material). Os simbolismos que cada carta carrega estão relacionados aos eventos e a personagens e deuses da cultura egípcia. No plano superior, sempre aparecerá os símbolos dos Espíritos Planetários Olímpicos, letra do Alfabeto dos Magos e Ideogramas. O Julgamento, no tarot egípcio, é conhecido como A Ressurreição. No plano central, vemos uma múmia que representa morte, ressurreição e renascimento. Logo acima, entre os planos central e superior, a ave fênix representa a alma que nunca morre. Ela está levando, em suas garras, o papiro — com a história do homem (neste caso da múmia) e o coração (da múmia) para ser pesado no julgamento de Osíris. No plano inferior, a coluna ou pilar Djed, representa eternidade, estabilidade e durabilidade. Por fim, os símbolos astrológicos Marte em Capricórnio e a letra hebraica Resch.

The Wild Wood Tarot

Nesse tarot, inspirado na mitologia céltica e mergulhado na sabedoria xamânica, O julgamento é denominada de The Great Bear (em inglês). Nesta carta, um grande urso branco está no centro da carta e acima da entrada de uma caverna escura. Logo à frente, vemos pedras e pilastras como se fosse um portal que foi aberto e servem de proteção para adentrar a caverna. O urso está em posição de ataque como se estivesse protegendo a entrada da caverna. Somente passam pelo portal e adentram na escuridão da caverna quem passar pelo crivo ou julgamento do urso polar. O poder do urso é representando pelas luzes e cores atrás dele, demonstrando ser um poderoso animal de poder. Por fim, podemos observar as árvores, que são o portal para essa dimensão ou local do julgamento.

Tarô Alquímico

Nesse tarô de Robert Place, a carta O Julgamento é denominada The Judgement (em inglês). Nesta carta, um único anjo chama, com sua trombeta, duas figuras ressuscitadas de volta à vida. Suas asas são coloridas — símbolo da aliança de Deus com os homens. O anjo está sobre uma nuvem branca que tem um olho — o olho divino que tudo vê. Por fim, a caveira com o trigo emergindo simboliza a vida vindo da morte, enquanto a serpente Ouroboros representa o eterno retorno. A operação alquímica desta carta é a Ressurreição, pois a matéria que já foi morta agora está renascida.

Como O Julgamento ajuda a desenvolver seus dons espirituais?

A carta d’O Julgamento “não é um meio direto para o desenvolvimento dos dons, mas, sim, um indicativo de despertar espiritual e momento de reflexão profunda, o que, por sua vez, contribui para o desenvolvimento dos dons”. Com este arcano, você se torna mais consciente de sua jornada espiritual e do mundo ao seu redor.
Além disso, aumenta a sensibilidade e a percepção do indivíduo em relação às energias mais sutis e à intuição. Uma vez desperto, os dons como a mediunidade, clarividência e intuição serão cada vez mais aguçados e alinhados ao propósito espiritual.

A energia d’O Julgamento: a força interior

Força interior
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A força interior que O Julgamento desperta é a autoconsciência, incentivando a olhar profundamente para dentro de nós e nos confrontar com as ações, as escolhas e os comportamentos passados. Essa autoconsciência é crucial para o crescimento pessoal e espiritual. Além disso, nos dá a possibilidade de renovação ao deixar, para trás, antigas formas de ser e de pensar, trabalhando o perdão e a fé em um novo caminho a ser vivido.

O Julgamento na astrologia

Cada baralho traz sua correlação astrológica. Nas descrições dos baralhos acima, vimos que o tarot egípcio faz referência ao signo de Capricórnio e ao planeta Marte. Já em outras referências, a carta O Julgamento está mais relacionada ao planeta Plutão e ao signo de Escorpião, o que se deve ao seu tema de transformação profunda, renascimento e ressurreição espiritual. Plutão é conhecido por seu poder de regeneração e transformação, e Escorpião é frequentemente associado à profundidade emocional e à capacidade de enfrentar e superar desafios. Esses elementos estão alinhados aos temas da carta do Julgamento, que incluem autorreflexão, perdão, renovação e despertar espiritual.

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Há tempo para tudo. Nesse tempo, estão incluídos o período de reflexão e a ação futura. Essa é a conclusão a que podemos chegar com o arcano O Julgamento em nossas vidas. Ele nos faz tornar a nossa jornada mais leve, sem o peso do passado, e seguir com verdade e justiça. Além disso, ainda nos ajuda a despertar para o que há de mais valioso em nossas vidas — o poder da intuição e da renovação.

Artigo escrito em parceria com a numeróloga e taróloga Liggia Ramos, colunista do Eu Sem Fronteiras.

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