O hábito de comer carne e derivados como ovos e leite está enraizado em nossa cultura humana. Costume de antepassados, talvez tenha sido necessário anteriormente matar para sobreviver, quando o plantio ainda era saber desconhecido. Contudo, bem se vê que atualmente é perfeitamente possível viver sem esses produtos, de forma saudável e saborosa. É importante, contudo, frisar que o veganismo não se resume a dieta: vestuário sem itens de origem animal, comportamento ético perante os animais, consumo de produtos não testados em animais e sem ingredientes de origem animal fazem parte da filosofia.
Isso significa não andar a cavalo, não assistir a rodeios, rinhas ou touradas, não visitar zoológicos e aquários ou compactuar com qualquer outra forma de entretenimento que utilize animais, não usar seda, lã ou couro, não comer mel, além do mais óbvio, não comer carne de qualquer espécie ou derivados. Hoje a filosofia de vida vegana está bastante difundida, podendo-se encontrar roupas, produtos de higiene e de limpeza e alimentos sem nenhum sofrimento. Dados do Ibope apontam que cerca de 14% da população brasileira se considera vegetariana, e esse número só tende a crescer. A preocupação com o meio ambiente e com a abolição da exploração animal está mais clara, e corrobora com o Planeta de Regeneração que queremos.
E quais as evidências dentro da doutrina de que a não exploração dos animais é o caminho certo? Há na literatura espírita algumas obras que utilizam alguns capítulos para destacar o abuso aos animais, recriminando-o com veemência. Uma compilação organizada pela professora de inglês e vegana Vanessa Grenci, de São Paulo, SP, reuniu diversos trechos de obras espíritas que apontam a alimentação baseada em frutas, vegetais, cereais e até mesmo em fungos como a mais pura e mais ética. O vampirismo, fenômeno identificado em muitos frigoríficos e abatedouros, caracteriza-se pela concentração de espíritos de baixa vibração que se comprazem com a dor e com a morte dos animais destinados ao consumo humano, alimentando-se desses sentimentos negativos. O próprio cenário de um local de abate é bastante ruim, repleto de gemidos de dor e sangue, pois nenhum animal quer perder a vida (e por isso o chamado “abate humanitário” é uma falácia – não existe modo humano de assassinar). Os índices de depressão entre funcionários de frigoríficos são bastante altos também, como diversos estudos já evidenciaram, pois, possivelmente, se pudessem escolher, esses trabalhadores iriam preferir lidar com tarefas que não envolvessem a violência. Os trechos a seguir foram retirados de obras espíritas conceituadas e exemplificam a nocividade de consumir animais:
“Os seres menores do planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis. Confiam na tempestade furiosa que perturba as forças da natureza, mas fogem da aproximação do homem em qualquer condição, excetuando-se os animais domésticos, que, confiando em nossas palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro quase sempre com lágrimas de aflição, incapazes de discernir com o raciocínio embrionário onde começa nossa perversidade e onde termina nossa compreensão.” (do livro “Missionários da Luz”, capítulo XI, “Intercessão”, pelo Espírito André Luís, psicografia do médium Francisco Cândido Xavier)
“Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer carne de animais. O cemitério na barriga é um tormento depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios ou os caiapós, que se devoravam uns aos outros.” (do livro “Cartas e Crônicas”, capítulo “Treino para a Morte”, de autoria do Espírito Irmão X, psicografia do médium Francisco Cândido Xavier)
[…] “quase todos os mundos que lhe são dependentes já se purificaram física e moralmente, examinadas as condições de atraso moral da Terra, onde o homem se reconforta com as vísceras dos seus irmãos inferiores, como nas eras pré-históricas de sua existência” […] (do livro “A Caminho da Luz”, capítulo III, “As raças adâmicas”, sobre o Sistema de Capela, de autoria do Espírito Emmanuel, psicografia do médium Francisco Cândido Xavier)“Por que tamanha sensação de pavor, meu amigo? Saia de si mesmo, quebre a concha da interpretação pessoal e venha para o campo largo da justificação. Não visitamos, nós ambos, na esfera da crosta, os açougues mais diversos? Lembro-me de que, em meu antigo lar terrestre, havia sempre grande contentamento familiar pela matança dos porcos. A carcaça de carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto do estômago. Com o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão inferiores quanto já o fomos, dos animais mortos, cujo sangue fumegante lhes oferece vigorosos elementos vitais. Sem dúvida, o quadro é lastimável.” (do livro “Missionários da Luz”, capítulo XI, “Intercessão”, de autoria do Espírito André Luís, psicografia do médium Francisco Cândido Xavier)
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Esses são apenas alguns excertos extraídos de obras espíritas aprovadas pela FEB, Federação Espírita Brasileira, mas outras obras poderiam ser aqui citadas. O Espírito Ramatís, cujos títulos “Fisiologia da Alma” e “Tudo Que Vive É Teu Próximo” são bastante conhecidos, nos dá exemplos de que nossa constituição física já não mais necessita nutrir-se de animais. Parece-nos muito mais lógico que, quanto mais próximos estivermos dos mundos evoluídos, menos presos a costumes cárneos estaremos. Não precisamos aguardar o desencarne para excluirmos as vísceras de nossos pratos; basta empatia e força de vontade para a alimentação vegetariana tornar-se uma saudável e íntegra conduta.