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Você sabe o que é Burnon? conheça as diferenças entre Burnout e Burnon

Imagem de uma vista superior mostrando uma funcionária debruçada em sua mesa de tabalho, com exaustão profissional. A mesa contém um notebook, papéis amassados. Ela ainda segura uma caneca com café.
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Escrito por Giselli Duarte

As pessoas afetadas pelo Burnon são frequentemente descritas como altamente apaixonadas por suas profissões, dedicadas ao ponto de se encontrarem constantemente “acesas”, mesmo após o expediente tradicional. Elas mergulham em suas responsabilidades, sacrificando o tempo pessoal e compromissos sociais.

Burnon é um termo relativamente novo que vem ganhando destaque nos últimos anos como uma descrição precisa de um estado de sobrecarga crônica relacionada ao estresse, principalmente no contexto do trabalho. Criado pelos psicólogos Timo Schiele e Bert te Wildt, da clínica psicossomática em Kloster Dießen, próximo a Munique, o conceito de Burnon oferece um conceito para entender os desafios enfrentados por aqueles que estão constantemente imersos em suas atividades profissionais.

Ao contrário do Burnout, que já é uma síndrome conhecida e bem documentada, o Burnon destaca uma dinâmica específica entre o indivíduo e seu trabalho. As pessoas afetadas pelo Burnon são frequentemente descritas como altamente apaixonadas por suas profissões, dedicadas ao ponto de se encontrarem constantemente “acesas”, mesmo após o expediente tradicional. Eles tendem a mergulhar profundamente em suas responsabilidades, muitas vezes sacrificando tempo pessoal e até mesmo compromissos sociais em prol do trabalho.

O elemento distintivo do Burnon é a persistência produtiva apesar da exaustão. Enquanto aqueles que sofrem de Burnout muitas vezes experimentam uma redução significativa na eficácia e na motivação no trabalho, os indivíduos com Burnon continuam a realizar suas tarefas com relativa competência, apesar do peso esmagador do estresse. Isso cria uma dinâmica única, onde os sintomas do Burnon podem passar despercebidos por um tempo significativo, já que a pessoa continua conseguindo manter um certo nível de desempenho.

Todavia, por mais que a produtividade possa ser mantida, os sintomas físicos e mentais do Burnon não devem ser subestimados. Tensões constantes, dores físicas, insônia e uma sensação persistente de sobrecarga são apenas algumas das manifestações comuns desse estado. A vida em um ciclo contínuo de trabalho sem pausas adequadas pode resultar em uma espiral descendente, onde a saúde física e mental do indivíduo é colocada em risco.

Imagem de fundo cinza e em destaque um homem sentado, colocando a sua cabeça dentro do seu notebook, representando uma exaustão profissional.
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Uma das distinções mais importantes entre o Burnon e o Burnout é como os afetados se relacionam com o próprio trabalho. Enquanto aqueles com Burnout muitas vezes sentem uma desconexão emocional e mental em relação às suas responsabilidades profissionais, os indivíduos com Burnon mantêm uma forte identificação com o trabalho, muitas vezes alimentada por uma visão idealizada e até mesmo romântica de sua profissão. Isso pode dificultar a identificação precoce dos sintomas e a busca por ajuda adequada.

No entanto, é importante reconhecer que tanto o Burnon quanto o Burnout podem ter consequências graves para a saúde a longo prazo. A exaustão constante, seja ela manifestada como Burnon ou Burnout, pode levar a uma série de problemas físicos e mentais, incluindo distúrbios do sono, problemas cardiovasculares, ansiedade, depressão, entre outros.

Diante dessas considerações, é fundamental promover uma cultura de cuidado e apoio no ambiente de trabalho. Os empregadores têm um papel importante a desempenhar na criação de ambientes que incentivem o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, promovendo pausas regulares, apoio emocional e acesso a recursos de saúde mental. Além disso, é essencial que os indivíduos estejam atentos aos sinais de sobrecarga e busquem ajuda profissional quando necessário.

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Em última análise, compreender melhor o fenômeno do Burnon e suas distinções em relação ao Burnout, é possível trabalhar para prevenir e mitigar os efeitos prejudiciais do estresse crônico no local de trabalho, promovendo assim o bem-estar e a saúde de todos os envolvidos.

Sobre o autor

Giselli Duarte

Nunca fui alguém que se contenta em observar a vida passar. A inquietação sempre pulsou em mim, guiando-me a atravessar caminhos diversos, por vezes improváveis, mas sempre significativos. Não se tratava de buscar respostas rápidas, mas de me deixar ser moldada pelas perguntas.

Meu primeiro contato com o trabalho foi aos 14 anos. Não era apenas sobre ganhar meu próprio dinheiro, mas sobre entender como o mundo se movia, como as relações de troca iam além de cifras. Com o tempo, percebi que meu lugar não seria apenas cumprir horários, mas criar algo próprio. Assim, aos 21, nasceu meu primeiro negócio, registrado formalmente. Desde então, empreender tornou-se tanto profissão quanto paixão.

Mas, por trás dessa trajetória profissional, sempre existiu uma busca interior que muitas vezes precisei calar para priorizar o mundo exterior. Foi somente quando o cansaço me alcançou na forma de burnout que entendi que não podia mais ignorar a necessidade de olhar para dentro. Yoga e meditação não foram apenas escapes, mas verdadeiras reconexões com uma parte de mim que havia sido negligenciada.

Foi nesse espaço de silêncio que descobri o quanto a curiosidade que sempre me guiou podia ser dirigida também para dentro. Formei-me em Hatha Yoga, dentre outras terapias integrativas, e comecei a dividir o que aprendi com outras pessoas, conduzindo práticas e compartilhando reflexões em plataformas como Insight Timer e Aura Health. Ensinar, percebi, é uma das formas mais puras de aprender.

A escrita foi um desdobramento natural desse processo. Sempre acreditei que as palavras possuem a capacidade de transformar não só quem as lê, mas também quem as escreve. Meus livros, No Caminho do Autoconhecimento e Lado B, são registros de uma caminhada que não se encerra, mas que encontra sentido na partilha. Participar de antologias poéticas também me mostrou a força do coletivo, de somar vozes em algo maior.

Cada curso que fiz, cada desafio que enfrentei, trouxe peças para um mosaico em constante formação. Marketing, design, gestão estratégica – cada aprendizado me preparou para algo que, na época, eu ainda não conseguia nomear. Hoje, entendo que tudo se conecta.

Minha missão não é ensinar verdades absolutas, mas oferecer ferramentas para que cada pessoa possa encontrar suas próprias respostas. Seja através da meditação, da escrita ou de uma simples conversa, acredito que o autoconhecimento é um processo contínuo, sem fim, mas cheio de significado.

E você, o que tem feito para ouvir as perguntas que habitam em você? Talvez nelas esteja o próximo passo para um novo horizonte.

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Meditação para quem não sabe meditar

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