Comportamento Linguagem do Corpo Saúde Integral

Você sabia que seus ressentimentos podem resultar em artrite?

Mulher apertando a mão, em sinal de dor, como sintoma da artrite
burdun / 1253RF
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Ressentimento… Palavrinha pesada, né? Você já sentiu ou guarda algum ressentimento em seu coração? Segundo o dicionário, ressentimento é uma “mágoa que se guarda de uma ofensa ou de um mal que se recebeu; rancor”. Ou seja, é aquilo que carregamos conosco quando alguém nos ofende e temos dificuldade de perdoar, então carregamos um sentimento pesado de mágoa, o que nos deixa ressentidos com quem nos magoou e nos feriu.

Causas do ressentimento

A vida coloca em nossas caminhadas situações das mais diversas, então é impossível apontar os casos mais comuns de ressentimentos, mas eles acontecem normalmente quando alguém nos diz ou faz alguma coisa que nos ofende ou quando vemos frustradas as expectativas que criamos, muitas vezes inconscientemente, a respeito de alguém.

Decepcionar-se ou desiludir-se com alguém é algo normal na vida. Quem não passou por isso quase que certamente um dia passará; mas, quando esse tipo de situação acontece, o melhor que podemos fazer é perdoar aquele que nos ofendeu ou nos frustrou, ressignificar a relação ou até mesmo encerrá-la, mas seguir em frente de maneira leve, sem carregar em seu coração mágoas e rancores das pessoas que o feriram.

Consequências do ressentimento

É difícil mensurar as consequências de uma emoção como o ressentimento. A longo prazo, caso a situação que causou esse ressentimento não seja resolvida e permaneça causando angústia em quem a sente, o rancor pode causar problemas emocionais graves, tais como depressão, transtorno de ansiedade e transtorno pós-traumático; mas, mais do que transtornos psicológicos – que podem ser identificados e curados de maneira mais simples, se houver acompanhamento psicoterapêutico –, o ressentimento pode mudar completamente a maneira como uma pessoa encara a vida e se aproxima de pessoas.

Por exemplo: uma pessoa que acha que foi injustiçada no ambiente de trabalho e em seguida demitida pode sempre desconfiar de seus colegas, quando começar uma nova história em um novo ambiente profissional, já que não deixou o rancor da experiência negativa para trás e continua trazendo-o consigo, o que afeta pessoas que nada têm a ver com quem fez mal a ela anteriormente.

Homem sentado no metrô, com a cabeça baixa.
Steven Arenas / Pexels

O mesmo pode acontecer, como outro exemplo, com pessoas que foram traídas em um relacionamento. Nos relacionamentos posteriores a esse em que houve traição, essa pessoa pode desenvolver uma desconfiança extrema em relação ao seu novo parceiro, que nada tem a ver com os erros cometidos pelo parceiro anterior.

Por fim, para encerrar o tópico com mais um exemplo: você já ouviu histórias de pessoas que brigaram, uma delas morreu sem que a outra tivesse a oportunidade de pedir perdão e aí o arrependimento bateu forte quando a ficha caiu? Conversar e perdoar é sempre a melhor opção para que não corramos o risco de perder para a mágoa alguém que um dia foi importante para nós.

Causas físicas do ressentimento

Você conhece o conceito de doenças psicossomáticas? As doenças psicossomáticas comprovam que mente e corpo são um único organismo e, portanto, afetam-se mutuamente. Essas doenças são problemas físicos, que afetam o funcionamento do corpo, mas que têm causas emocionais e psicológicas. Você provavelmente conhece ou já ouviu falar de alguém que engordou ou emagreceu bastante após um quadro de depressão, não é mesmo?

O mesmo pode acontecer em relação aos ressentimentos. Segundo Cristina Cairo, psicóloga e educadora física, o estudo da programação neurolinguística (PNL) já comprovou que a manutenção de ressentimentos em seu íntimo pode causar artrite. Cairo é autora da trilogia de livros “Linguagem do Corpo”, que faz uma relação entre emoções e pensamentos e as doenças do corpo físico.

Mulher tendo seu braço examinado por um médico
Karolina Grabowska / Pexels

Há mais de 100 tipos de artrite conhecidos. A mais comum entre os brasileiros é a artrose; em segundo lugar vem a reumatoide. A artrite nada mais é do que uma inflamação nas articulações, as chamadas “juntas”, que se localizam entre dois ossos. É uma doença autoimune, podendo ser tratada, mas na medicina tradicional ainda não há cura. Na artrite, o sistema imunológico ataca os tecidos do próprio corpo, causando as dores.

Como se livrar de um ressentimento

Cada situação é única e individual, então você é o único que pode saber qual é a melhor maneira de lidar com aquilo ou com aquela pessoa que magoou você e fez com que você desenvolvesse em seu coração esse rancor tão maléfico, mas no geral o primeiro passo para deixar um ressentimento para trás é falar sobre ele.

Se for possível e a relação ainda permitir, procure a pessoa que o magoou e tente conversar com ela sobre isso, expondo o seu ponto e explicando por que a atitude ou as palavras dela o machucaram e explicando por que isso tudo incomodou você.

Se não houver possibilidade de conversar sobre o ressentimento com a pessoa que o magoou, em caso de morte ou de a relação realmente ter sido cortada de uma vez por todas, por exemplo, você pode procurar um amigo, o seu parceiro ou mesmo um terapeuta para falar sobre esse rancor e essa mágoa que estão incomodando o seu coração.

Duas pessoas se abraçando em frente a um lago, durante o dia
Elina Sazonova / Pexels

É muito comum, por exemplo, que pacientes procurem terapia para falar sobre relações conflituosas e ressentidas com seus pais ou com parceiros românticos do passado, porque essa é uma forma de expor os ressentimentos sem precisar necessariamente falar sobre eles com a pessoa que está diretamente ligada à situação.

O que acontece quando nos livramos do ressentimento

Tim Herrera, editor da coluna Smarter Living do jornal The New York Times, propôs em seu Twitter uma reflexão para os seus seguidores. Ele perguntou a eles: “Você já deixou para trás um ressentimento de longa data? Se sim, como se sentiu?” As respostas foram bastante positivas. Os seguidores do jornalista disseram sentir sensações de maturidade, leveza, liberdade, bem-estar, paz, entre outras.

Bem, se costumamos dizer que uma mágoa pesa o nosso coração, é quase que óbvio imaginarmos que deixar um ressentimento para trás é seguir em frente mais leve, já que esse peso terá sido removido.

Perdoar é esquecer?

Muita gente acredita que perdoar alguém por uma ofensa, mágoa, ressentimento ou comportamento ruim do passado é passar uma borracha em todo o mal e o sofrimento causado e seguir em frente como se nada tivesse acontecido, mas não precisa ser assim. Se você sente que deve perdoar e dar mais uma chance para a pessoa que o ofendeu, estabelecendo que está tudo bem, apesar do problema, é uma escolha sua, mas saiba que você não é obrigado a isso.

Veja um exemplo: traições conjugais. Se o seu parceiro trai você, é natural que, mais cedo ou mais tarde, você o perdoe para seguir mais leve em relação a isso e deixar os ressentimentos do passado para trás, mas isso não significa que você precisa restabelecer a relação futuramente ou continuar no relacionamento como se nada tivesse acontecido, se estar com essa pessoa machuca você ou se você não confia nela.

Mulher de cabelos cacheados vista de perfil, com os olhos fechados
Foto de Jean Alves no Pexels

O perdão, mais do que para o outro, serve para nós mesmos, porque é como se disséssemos: “Olha, essa situação triste já não me afeta mais”, então se importe menos com o que o seu perdão vai causar no outro e permaneça focado naquilo que ele vai despertar em você.

Você também pode gostar

Enfim, ressentimentos não são nada bons, sejam quais forem as causas dele e as pessoas envolvidas. Tente conversar com elas a respeito deles e, se não for possível, procure alguém de confiança ou um terapeuta, porque somente o perdão pode aliviar o seu peito após um ressentimento, abrindo espaço novamente para bons sentimentos e pensamentos em sua vida.

Sobre o autor

Eu Sem Fronteiras

O Eu Sem Fronteiras conta com uma equipe de jornalistas e profissionais de comunicação empenhados em trazer sempre informações atualizadas. Aqui você não encontrará textos copiados de outros sites. Nossa proposta é a de propagar o bem sempre, respeitando os direitos alheios.

"O que a gente não quer para nós, não desejamos aos outros"

Sejam Bem-vindos!

Torne-se também um colunista. Envie um e-mail para colunistas@eusemfronteiras.com.br