Espiritualidade

7 ensinamentos da sabedoria oriental milenar

Seis estátuas de madeira de Buda em fila.
Thomas Auclair / 123RF
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Buscamos pelo aprimoramento. Melhorar é o que nos move. Cada um possui diferentes razões. Há quem procure incessantemente a beleza. Passa a vida inteira fazendo dietas e pesquisando tratamentos estéticos. Quem possui inclinação intelectual passa a vida acumulando conhecimentos. Existe quem aspire dinheiro e poder. Pessoas assim trabalham demais, negligenciam o convívio em família, vida amorosa e a saúde para alcançar seus ideais. Poucos têm interesse em desenvolver sua alma. Estes são vistos como malucos que perdem tempo com algo tão abstrato. Porém, aprimorar a espiritualidade é algo intimamente ligado à felicidade.

Pessoas espiritualizadas expressam mais gratidão.

Elas agradecem pela saúde, pela família, amigos e por tudo que conquistou. Estudiosos afirmam que esses indivíduos vivem relacionamentos amorosos mais saudáveis e criam seus filhos de maneira mais consciente. Pessoas espiritualizadas têm menos problemas de saúde. A ciência comprova que a espiritualidade regula a pressão arterial, fortalece o sistema imunológico e reduz o risco de doenças cardíacas e câncer. Os jovens possuem melhor desempenho escolar e apresentam menos chances de consumir álcool e outras drogas.

Estima-se que 25% das escolas americanas de medicina ministram a disciplina “Espiritualidade e Saúde”. Quem estuda os efeitos da espiritualidade aponta que esses indivíduos possuem propósitos de vida bem definidos, portanto, não perdem tempo com substâncias capazes de tirar sua consciência.

Espiritualidade para crianças

Os pais que incentivam isso são acusados de perder tempo. Para quem pensa assim, criar um filho se resume a pagar escola, plano de saúde e não deixar faltar comida, roupa e conforto. Mas, os pais que desejam apresentar a espiritualidade nos filhos enfrentam dificuldades. Mesmo sendo consideradas as criaturas mais puras e próximas a espiritualidade, poucos templos religiosos estão prontos para atender os pequenos. Poucos centros espíritas, por exemplo, mantêm grupos e atividades para crianças e famílias.  Entretanto, antes de apresentar conceitos e levá-las a templos, o indicado é ler trechos de livros sobre espiritualidade infantil, ensinar que ajudar o próximo é um ato de amor, e, sobretudo, mostrar a importância de agradecer pelas coisas boas.

Sabedoria oriental na vida real

A sabedoria oriental santifica todos os seres vivos. Este saber valoriza o intangível e incentiva a reflexão e a meditação como formas de explorarmos o que nossos sentidos não captam naturalmente. As bases são extremamente sólidas, tanto que vários filósofos ocidentais beberam da sabedoria oriental, e não é de se estranhar. O filósofo alemão Schopenhauer foi apenas um deles.

Quem vive a sabedoria oriental vive mudanças significativas:

Espiritualidade consciente

Entender que espiritualidade não depende de Deus. Espiritualidade é ajudar ao próximo por prazer, não porque alguém disse que isso é bom. Espiritualidade é ter consciência que suas ações refletem no outro. Fazer o bem e sem ver a quem só traz coisas boas.

Encontra um propósito

Saber que estamos aqui para cumprir uma missão. Pessoas espiritualizadas têm vários e bons motivos para viver.

Controla o ego

Devemos pensar na gente, mas não apenas na gente. Quem vive somente para realizar seus desejos, vive sozinho. Coloque-se no lugar dos outros sempre. Pensar como o outro vai se sentir é uma boa diretriz para pautar suas atitudes.

Vive o presente

Mulher olha para cima, onde suas mãos se unem, erguidas. Ela está em cenário externo.
Lucas Pezeta / Pexels

É importante pensar sobre o passado. Com ele, resgatamos o que é positivo, aprendemos com o que foi ruim e eliminamos isso. Porém, há quem se apegue ao passado e não consegue viver plenamente. Sonhar acordado com o futuro também é limitador. Planeje sua vida, contudo, viva o presente.

Os conceitos da sabedoria oriental estão muito difundidos na cultura ocidental. O competitivo e, às vezes, cruel mundo corporativo incorporou a sabedoria oriental. A filosofia kaizen (melhoria, mudança para melhor ou melhoria contínua) prima pelo equilíbrio, superação e acabar com desperdícios. Essa filosofia surgiu após a segunda guerra e tem como conceito “hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje!”. Deve ser aplicado no local onde a atividade lucrativa é desenvolvida. Para dar certo é necessária uma mudança de mentalidade. O kaizen possui cinco pilares:

1. Seiton

Organização. Deixe seu local de trabalho sempre arrumado. Doe o que não usar e estiver em bom estado. Trabalhar em ambiente organizado aumenta o rendimento. O seiton também pode ser aplicado em lojas virtuais. As informações devem estar organizadas, assim, a experiência de compra é satisfatória.

2. Seiri

Evitar o que é desnecessário. Este conceito se relaciona com o primeiro. O seiri pede que o indivíduo pense em suas prioridades. Se dedicar a coisas fora de nosso alcance leva embora tempo e energia que poderiam ser gastos em outras atividades.

3. Seiso

Limpeza. Também se relaciona com o seiton. O ambiente de trabalho deve estar sempre limpo. Aplique o seiso em lojas virtuais. O layout do site precisa ser agradável aos olhos dos clientes.

4. Seiketsu

Higiene. Cuide da limpeza do local de trabalho, sua casa e do seu corpo. A higiene tem por objetivo evitar doenças infecciosas.

5. Shitsuke

Disciplina. Organizar sua rotina para dar conta dos compromissos. Administrar o tempo e executar suas funções sem atropelos, faz você ser reconhecido como um verdadeiro profissional.

Existem várias parábolas baseadas na sabedoria oriental. Todas muito bem interessantes e possuem ligação com a natureza. A lição do bambu é uma delas. O bambu é uma planta nobre e sagrada, representa a multiplicação e generosidade. Para japoneses e chineses, o tronco oco é morada dos deuses. Essa planta simples e resistente transmite ensinamentos valiosos.

1ª Se curva, porém não quebra

A humildade é a primeira lição. O bambu balança muito com o vento, isso mostra que devemos ser flexíveis. A vida fica mais simples com tolerância, leveza e coragem para reconhecer os erros e pedir desculpas.

2ª Fragilidade aparente

A fragilidade do bambu é apenas externa. A planta suporta verões e invernos rígidos e, até mesmo tufões. Ninguém está livre de dias desanimados, e pensar que é a pior criatura do mundo. Mas, você jamais deve esquecer a sua força interior, que manteve você em pé após tantas dificuldades. Seja como o bambu e continue de pé mesmo com as adversidades.

3ª Viver em comunidade

Os bambus estão ligados entre si. Precisamos entender que ninguém vive (feliz) sozinho. Cultivar o convívio familiar, cultivar as boas amizades nos faz mais felizes. Ter alguém para compartilhar a vida faz bem a mente e ao coração.

4ª Não se abalar pelos momentos difíceis

Já falamos que o bambu se mantém em pé após o verão e inverno intensos. Ele resiste até mesmo a violentos tufões. Mas, como isso é possível? A força do bambu está em seu tronco. Pessoas que ficam de pé mesmo vivendo momentos difíceis têm na família e nos amigos a força para resistir aos problemas.

5ª Sabedoria vem do vazio

Para absorver sabedoria, precisamos tirar da nossa mente o medo, orgulho, preconceito, enfim, tudo o que não presta. Com a mente vazia de coisas ruins, ela fica aberta e nós aprendemos o que vale a pena.

6ª Crescer e para o alto

O bambu cresce muito e para o alto. O pico do crescimento é na época da chuva. Conosco é a mesma coisa. Em alguns momentos crescemos mais, em outros, menos. Mas, o importante é sempre ter objetivos, lutar por eles para não interromper o ciclo de crescimento.

7ª Buscar a simplicidade

Não devemos nos apegar a sentimentos e por determinadas pessoas. Arrogância, soberba e inveja são sentimentos tóxicos que paralisam vida. Precisamos buscar a simplicidade. Fazer o bem a nós e aos outros é simples, porém, extremamente complexo e nos torna pessoas melhores. Sejamos simples e úteis iguais o bambu.

O escritor americano Stephen Covey resume bem os ensinamentos da história do bambu:

Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês. Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e às vezes não vê nada por semanas, meses ou anos. Mas se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegará, e com ele virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava.

A sabedoria oriental chegou ao mundo dos negócios. Ela também pode ser usada na criação dos filhos. O assunto é abordado no livro Filhos – Educados e Felizes – Com A Sabedoria Oriental, escrito por Marcos Akio, empresário e pesquisador do enigma da vida e da sabedoria oriental milenar há mais de 40 anos. O livro é dividido em três partes. Na primeira, o autor esclarece que a missão de educar começa na concepção, pois, o feto já entende os sentimentos da mãe e do pai. Na segunda, Akio relata que a “família é como se fosse um sol” e a criança é “como se fosse um diamante”. A educação ilumina e ressalta as qualidades do filho. Na terceira parte, é discutida a importância da harmonia para o crescimento saudável da criança.

Quer aplicar a sabedoria oriental milenar na educação do seu filho? Reunimos sete dicas maravilhosas para você educar com mais responsabilidade.

Homem sentado em poltrona branda, há um menino em seu colo. Eles manuseiam um brinquedo e estão em um cenário interior, onde há, ao fundo, uma estante com livros.
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1. Elogiar a criança

Elogiar é reconhecer as qualidades. Assim, a criança ganha confiança para realizar suas atividades. Com autoestima, seu filho se tornará um adulto feliz. Mas, atenção, cuidado com os elogios perigosos.  Frases do tipo “filha, você é a mais linda da classe” ou “você é muito mais inteligente do que a sua amiga” alimentam o ego dos pequenos, criando seres egoístas e arrogantes. Diga que sente orgulho do seu filho, pois ele é inteligente e bem comportado.

2. Mostre como é bom ser útil

Esteja perto quando seu filho fizer as lições de casa. Mostre a ele que estudar também é divertido. Ressalte os pontos positivos e tenha paciência para ajudar em suas dificuldades. Assim, seu filho terá um bom rendimento.

3. Enxergue qualidades positivas

Falamos no item anterior para ressaltar os pontos positivos. Pais que fazem o contrário causam um mal imenso aos filhos. Demonstrar impaciência porque a criança não entende um assunto logo de cara, e jogar isso na cara dela é “cutucar a ferida”. Reforçar algo negativo faz essa ferida ficar maior e mais dolorida.

4. Esqueça velhos hábitos

Gritar e impor castigos não traz bons resultados, pelo contrário. Ao perder o controle, a criança aprende que ela pode se impor através da coação. Quem cresce ouvindo gritos e recebendo castigos, tendem a repetir o comportamento quando formar sua família. Conversar é sempre o melhor remédio. Explique ao seu filho porque não gostou da atitude dele. Pergunte como ele se sentiria caso fizessem o mesmo com ele.

5. Seja um bom exemplo

Você fala que os mais velhos devem ser respeitados, mas, estaciona em vagas reservadas? É o famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Cuidado com isso. As crianças aprendem pelo exemplo. Suas ações precisam ser coerentes com seus discursos. Ao falar uma coisa e falar outra, a criança aprende na prática o significado da hipocrisia.

6. Construa um lar harmônico

O lar é sagrado. É onde encontramos respeito, alegria, paz e amor. Os casais não podem brigar na frente dos filhos. As crianças sentem a energia negativa dessas brigas. Ambientes conflituosos são cenários para doenças físicas e emocionais. Harmonia deixa o ar mais leve e as pessoas livres de doenças. Quando nossa casa não é um porto seguro, dificilmente outro lugar será.

7. Ensine a agradecer

Mostre ao seu filho como é bom agradecer. Agradecer pela saúde, pela casa e por ter pais amorosos e saudáveis. De acordo com a sabedoria oriental milenar, agradecer aos pais, respeitá-los e amá-los não é algo facultativo, e sim uma obrigação.

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A sabedoria oriental milenar é bem próxima da nossa vida. Não se isolar, permanecer de pé diante as adversidades, esquecer velhos hábitos e manter a harmonia no lar é o que todos deveriam fazer. Falamos de coisas tão simples, mas, ao mesmo tempo super complexas. Se você analisar bem o que foi dito aqui, verá que a sabedoria oriental prima pelo bom senso. É muito difícil fazer o certo, mesmo sabendo como fazê-lo. Mas, tudo parte da consciência. Enquanto você não perceber que está na escuridão e andando para trás, não adianta um amigo ou parente falar que você tem que mudar. A sabedoria oriental nos ajuda, porém, a mudança começa em nossa mente e em nosso coração.

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