Autoconhecimento

A doença como caminho

Mulher branca sentada olhando para paisagem.
Cristina Gottardi / Unsplash
Escrito por Lud Mattos

Escrevo este artigo para compartilhar com vocês, leitores, um “corte” da minha história de vida que me trouxe inúmeras transformações, a começar pelo o que entendo por saúde. A partir dessa experiência, e de muito estudo, elaborei a minha própria filosofia de vida tendo como objetivo principal esse pilar e o meu mindset.

Aos 15 anos de idade, fui diagnosticada com a síndrome do intestino irritável, um distúrbio gastrointestinal, crônico, sem causa aparente. Especialistas da medicina acreditam que seja influenciada pelo lifestyle, alimentação, aspectos psicossociais e, em último caso, fatores genéticos. Nessa mesma época, também fui diagnosticada com transtorno bulimia purgativa, transtorno alimentar, caracterizado pela dupla compensação-purgação.

Confesso que, mesmo com os diagnósticos e todas suas complicações, ser uma adolescente ativa e cuidar da minha saúde não era prioridade. Na verdade, o verdadeiro conceito de saúde era pouco disseminado e, quando era, parecia não surtir impacto algum.

Perto de fazer 24 anos, tive uma crise da SII, um período extenso de fortes dores abdominais, seguidas de diarreia, alergias e intolerâncias a determinados alimentos. Como também fazia uso de medicamentos diuréticos e laxantes (não prescritos), a situação se agravou para além do “esperado”. Fiz tratamento e acompanhamento médico, nutricional, psiquiátrico e psicológico. Com a saúde física e a qualidade de vida completamente comprometidas, eis que fui “apresentada” à depressão 2 – transtorno este muito comum em pessoas diagnosticadas com os distúrbios citados acima.

Homem deitado num sofá.
Rex Pickar / Unsplash

Tive muitas dificuldades em aderir ao tratamento. O apego e o medo do incerto me paralisaram! Após participar de um workshop sobre “Saúde Alternativa e Integrativa” na Universidade de Brasília, tive uma significativa mudança consciencial. Costumo dizer que esse workshop foi a chave pra abrir a porta da Vida! Porta essa que estava fechada sob crenças de autorrejeição e ódio de mim mesma, medo de deixar o velho e não mais necessário.

Pois bem, no meu aniversário de 25 anos, prostrada na cama há três dias, sem banho e mal me alimentando, algo em mim me conduziu a sentar em frente ao espelho do meu quarto, totalmente desnuda e conectada com o portal da alma: meus olhos. Chorei. Chorei muito! Foi a primeira vez que me conectei comigo mesma. Com o “Eu Sou”. Algo em mim mudou(!), até hoje, sou incapaz de descrever a sensação e todo impulsionamento que essa terapêutica me gerou.

Eu, Ludmilla, acredito que as doenças são como um caminho que nos levam ao autoconhecimento. Lembro-me como se fosse hoje do desconforto que me gerou quando o médico especialista da Medicina Chinesa me questionou: “Que tipo de pensamentos está tendo para criar tanto desafeto consigo mesma?”. Soou como um soco no estômago, sem ar e sem resposta fiquei. Perguntinha incômoda, mas que estendo a você, leitor.

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Por mais desastrosa que seja a atual condição, algo ali deseja nos comunicar algo. Foi a partir desse pensamento que consegui aceitar, elaborar e ressignificar a minha condição de vida naquele momento. Me dediquei aos estudos como forma de contribuição para o tratamento, tive o prazer de descobrir medicinas milenares, como a Ayurveda e a Medicina Tradicional Chinesa – que são minhas aliadas até hoje –, o método da Louise Hay, me sintonizar com a escuta ativa e consciente do corpo etc. Um renascimento!

Desde então, o pilar saúde tem sido minha maior prioridade. Não é sobre “sem saúde, não somos nada”. Realmente não somos. Mas é sobre trazer a essência e a própria consciência do que é Ser. Somos seres existenciais, temos toda a responsabilidade sobre nossas ações, principalmente sobre aquelas que acreditamos não termos responsabilidade alguma. Que podem ser geradoras de saúde ou de doença – entenda “doença” não como o DSM-5 traz, mas como tudo que você acredita ser disfuncional pro seu momento de vida.

Mulher branca e ruiva deitada numa cadeira.
Zohre Nemati / Unsplash

Para comemorar esses dia, Dia da Saúde, indico-lhe como inspiração para uma saúde plena: abra-se para o autoconhecimento e se jogue na magia que é se autodesenvolver!

Por aqui, eu fico…

Espero e torço pra que meu relato faça sentido para você e seja agente gerador da sua própria transformação!!!

Como amor e axé,

Lud Mattos.

Sobre o autor

Lud Mattos

Me chamo Lud Mattos, é um prazer te ter aqui!

Sou graduada em Psicologia, trabalho na área do desenvolvimento humano e saúde mental desde 2013, atuando como psicóloga clínica. Há mais ou menos 5 anos, todo o movimento do meu trabalho é totalmente voltado para mulheres, de forma individual e em grupo.

Em 2014, comecei a compartilhar o meu processo de autoconhecimento e de "cura” sobre questões que envolvem os diversos mitos sobre o “Ser Existencial Mulher” na plataforma Instagram. Foi quando, por meio da minha história de vida, descobri a minha missão: auxiliar mulheres a recuperarem a autoestima e aprenderem a se amar.

A coragem para partilhar minhas mais intrínsecas vulnerabilidades surgiu por meio da necessidade de comunicar o que via e sentia e, quem sabe, me livrar de tanto autojulgamento e culpa. Deu certo!

Hoje, tendo abandonado conscientemente uma conta nas mídias sociais (Instagram) com 11 mil seguidores, recomeçar do zero é mais do que um "ciclo novo". É poder também me permitir experienciar o que prego: libertar e resgatar a verdadeira essência.

Cá estou, unindo minha arte e meus dons! Sejam elas por meio do exercício clínico, palestrando, comunicando em plataformas digitais... E o que mais a vida me propor como oportunidade.

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