Você pode sentir que teve uma boa noite de sono depois de dormir duas horas. Então você acabou de pegar sua janta naquele restaurante perto da sua casa, às 00h, e está se torturando ao pensar que precisa estar às 8h na faculdade, para mais uma aula entediante. É, você não tem ideia de como vai fazer isso sem parecer um zumbi, né?
E se eu te dissesse que existe uma forma de dormir pouco mais de duas horas por dia e ainda se sentir mais revigorado do que se tivesse dormido 12 horas?
O cérebro pode ser um vilão na vida de muitas pessoas, principalmente nos dias atuais, em que a maior parte do mundo vive com a mente sobrecarregada por conta do trabalho e das redes sociais. A sobrecarga mental pode gerar muitos problemas. Entre eles, estão a procrastinação e a síndrome de burnout, que consiste em um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico.
Não ler o livro que precisa ser lido, adiar o começo dos estudos que vão lhe ajudar a realizar um sonho, deixar todas as tarefas para fazer no último dia, ter crises de ansiedade e noites seguidas de insônia compõem a realidade de muita gente. Mas não se desespere, pois existe uma forma de enganar o seu cérebro para acabar com o condicionamento pré-determinado. É possível parar de adiar as tarefas já atrasadas, encontrar um equilíbrio com a sobrecarga do trabalho e também conseguir fazer com que seu cérebro pense que você dormiu as horas necessárias para estar devidamente descansado.
Como? Me diz!
É chamado de “Uberman Sleep Schedule”. Apesar desse nome completamente nada a ver, é uma maneira de o seu corpo obter o máximo do sono essencial sem desperdiçar horas do seu tempo precioso, que poderia ser empregado para trabalhar, beber, ou upar seu char em World of Warcraft.
O cronograma consiste em usar de 20 a 30 minutos a cada quatro horas para tirar uma soneca ao longo do dia. Naturalmente, esse novo padrão custará muito tempo para entrar na sua rotina, mas é um preço que você tem que pagar para basicamente estender seu tempo ativo por vários anos.
A melhor forma para começar é caindo de cabeça. Vá dormir às 20h, coloque seu despertador para tocar 20:30h, e assim por diante. Após três ou quatro dias nessa rotina, você começará a ficar um pouco louco pela privação do sono, quererá se matar, mas não fará isso! Seria absolutamente improdutivo. Por volta do décimo dia, seu cérebro dirá: “Ok, já entendi, vamos fazer isso do seu jeito!”. Assim, ele vai se adaptar ao seu cronograma de super-homem.
Quando você dorme normalmente, seu corpo usufrui apenas de uma hora e meia de sono REM, o tipo de sono mais responsável por manter seu cérebro afiado. Enquanto os outros estágios de sono ajudam seu corpo a se curar e a crescer, o sono REM faz você se sentir descansado.
Os primeiros dias de adaptação são difíceis, pois seu corpo não produzirá NADA de sono REM, o que vai fazer o seu cérebro te odiar. Após o terceiro dia, seu cérebro descobre o que você está querendo dizer e toda vez em que se deitar para uma das sonecas, ele te mergulhará diretamente no sono REM, numa tentativa desesperada de compensar a privação. Faça uns rápidos cálculos matemáticos e aproveite essas duas horas completas de sono REM, enquanto quem dorme normalmente consegue ter apenas uma hora e meia desse tipo de sono.
Acelere a rotina
Para quem possui problemas com a procrastinação de tarefas do trabalho ou dos estudos, Fagner Borges, criador do Movimento Freesider (que tem o objetivo de permitir que as pessoas sufocadas pela rotina conquistem liberdade de tempo, mobilidade e dinheiro), sugere que sejam criadas mais tarefas. Por exemplo, uma pessoa que tem 40 horas semanais para realizar algumas atividades, acaba fazendo com que a mente entenda que todo esse tempo precisa ser dedicado a essas tarefas, portanto começar a inserir compromissos sociais durante a semana e atividades pessoais no meio do dia faz com que a semana fique mais cheia e você consiga enganar seu cérebro, fazendo com que ele reserve menos tempo para as mesmas atividades e tenha um foco direcionado, conseguindo realizar mais coisas em menos tempo.
É importante salientar a necessidade de concentração em cada tarefa que precisa ser realizada, deixando de lado as distrações, como o celular e as notificações de e-mails e redes sociais que vêm junto. Manter o aparelho longe de alcance durante o tempo de realização das tarefas auxilia para que tenhamos um maior foco no que realmente interessa: o trabalho.
Na maior parte das vezes, uma tarefa adiada por dias, semanas ou meses, quando é pega para ser feita, é finalizada em poucos minutos. Ou então, quando existe um feriado prolongado durante a semana, as pessoas são obrigadas a fazer todo o trabalho dos cinco dias úteis em apenas três dias. Logo, criando uma rotina mais intensa, o cérebro entende que precisa fazer mais em menos tempo.
Entretanto, é sempre importante lembrar que não é qualquer tipo de atividade que poder ser incluída na rotina. Isso ocorre porque, se já existem muitas atividades relacionas ao trabalho, acrescentar mais geraria uma exaustão. A ideia é que sejam inseridas atividades que lhe fazem bem, como lazer, exercício físico, consultas médicas, passar tempo com a família e amigos etc.
É importante mudar o foco
Não é segredo para ninguém que a procrastinação acontece porque o cérebro humano é naturalmente condicionado a evitar aquilo que causa dor. Atividades do trabalho que exigem muito são, em geral, atreladas à dor, mesmo que não física. Para enganar o cérebro, é preciso fazer com que ele entenda que postergar atividades trará mais dor ainda, fazendo com que seja preferível adiantar tarefas, ainda que sejam de longo prazo.
Como dormir pouco e se sentir disposto?
É difícil de acreditar, mas existe uma maneira de dormir pouco mais de duas horas por dia e, ainda assim, se sentir disposto e com a energia de quem dormiu por doze horas. O chamado Uberman Sleep Schedule consiste na ideia de fazer com que seu corpo entenda que teve o sono essencial, mas sem perder tantas horas do dia, que podem vir a ser utilizadas para diversas outras atividades e tarefas.
A proposta é fazer uma sessão de cochilos de quatro em quatro horas com duração de 20 a 30 minutos ao longo do dia. Como é de se esperar, esse novo padrão de sono demora para começar a fazer parte de vez da rotina, pois é preciso passar primeiro por uma adaptação. A melhor maneira de inserir esse cronograma no dia a dia é mergulhando de cabeça, porque assim a fase de adaptação é mais curta e, em menos tempo, já será possível se acostumar com o novo padrão.
Vá dormir às 18h e coloque seu despertador para às 18:30h; depois às 22h30, colocando o despertador para às 23h, e assim sucessivamente. Depois de três ou quatro dias nessa rotina, a depender do seu organismo, pode ser que exista uma certa relutância interna devido à privação do sono, mas é preciso se manter firme para não perder o foco do objetivo: enganar o cérebro. Lá pelo décimo dia, seu cérebro já vai ter aceitado a nova rotina e passado a aceitar que é desse jeito que as coisas vão ser.
Na natureza humana, é comum o corpo usufruir apenas de uma hora e meia de sono REM (Rapid Eyes Movement), responsável por trazer a sensação de descanso. Por isso, os primeiros dias de adaptação podem vir a ser tão difíceis, já que o corpo não atinge o sono REM. Mas depois de alguns dias, seu cérebro entende a sua proposta e faz você entrar direto no sono REM ao tirar o cochilo de meia hora, pois ele quer que a privação de sono acabe. Ou seja, tendo cochilos de trinta minutos a cada quatro durante o dia de 24 horas, você consegue ter mais sono REM do que uma pessoa que dorme oito horas seguidas durante a noite.
Bebidas esportivas funcionam (e você nem precisa bebê-las)
Bebidas esportivas são um bom negócio — algumas marcas, sozinhas, lucram bilhões de dólares por ano. E o motivo da maioria dos atletas beber é por causa da promessa de melhora do desempenho, já que as tais bebidas juram que todos os nutrientes essenciais perdidos durante os exercícios serão repostos depois de alguns goles.
Acontece, no entanto, que toda essa tecnologia de eletrólito e reidratação não é nada comparado ao simples prazer de ter um monte de açúcar na boca.
Um estudo descobriu que as bebidas esportivas funcionam porque elas ativam áreas de prazer no seu cérebro. Você nem precisa bebê-las, apenas colocar um pouco na boca e cuspir produzirá o mesmo efeito. Os carboidratos na bebida estimulam os receptores da sua boca. Em seguida, eles enviam uma mensagem para o seu cérebro, indicando que tudo está bem.
Você também pode gostar:
Seu cérebro, por sua vez, fica mais ativo por causa da sensação de prazer, permitindo que você aproveite a sensação muito melhor do que uma outra pessoa. Essas bebidas também estimulam a parte do seu cérebro responsável pelo controle dos seus movimentos. Assim, você não estará apenas satisfeito chutando a bunda do seu adversário, mas também estará chutando mais forte.
Treine seu cérebro a pagar com dinheiro
Quer economizar? Pague em dinheiro. Estudos científicos mostraram que as pessoas que pagam com cartão tendem a comprar mais do que aquelas acostumadas a pagar com dinheiro. A razão é que o dinheiro parece mais escasso para o consumidor em geral. Por isso, quem paga com cartão não tem essa mesma barreira psicológica.
Essas são só algumas maneiras para determinados motivos que podem levar alguém a querer enganar o cérebro. É preciso ter em mente que nem sempre o processo será fácil, mas, com calma e persistência, é possível alcançar o objetivo de ter uma vida mais proveitosa a partir do controle do próprio cérebro.
