Alimentação consciente Nutrição

Comportamento alimentar: a reflexão

comportamento alimentar

Você considera que leva uma vida saudável?!

Todo mundo quer ser saudável, mas o caminho escolhido nem sempre é o mais assertivo. As vertentes apontam que a chave é a alimentação (tanto dos problemas encontrados como também da solução para os distúrbios nutricionais). Então, porque é tão difícil buscar um equilíbrio entre a alimentação, corpo e mente saudáveis que possam contribuir com a sua qualidade de vida?!

Seria o excesso de informações que são bombardeadas todos os dias na mídia e confundem nossa população, uma vez que grande parte destas partem sem o embasamento científico necessários que norteiam os princípios da nutrição, alimentação saudável e a saúde?

A tão sonhada fórmula para o emagrecimento rápido segue desenfreada e as promessas de dietas milagrosas, shakes, chás e até o uso abusivo das chamadas anfetaminas são utilizadas, em alguns casos, sem critério algum. Uma hora é o açúcar; em outra, o sódio; em alguns momentos, a carne vermelha e os embutidos passam a ser os vilões.

Quando citamos a palavra dieta, já aparecem milhares de sugestões sobre dietas da moda que prometem o emagrecimento rápido, os que transitam pelas diversas filosofias entre naturalistas, veganos e afins, assim como a polêmica de seguir ou não uma “dieta sem glúten”, “sem lactose”, “LowCarb”, “Cetogênica” ou ainda, para completar, a dieta “funcional”. Se não houver cápsulas na prescrição, os indivíduos consideram que a conduta do profissional nutricionista se encontra inadequada, ineficaz!

Como vimos, o comportamento alimentar é amplo e devem ser considerados vários fatores, tais como o ambiente familiar, hábitos culturais, fatores socioeconômicos, presença de doenças, influência da propaganda e o famoso senso comum. A seleção de alimentos a serem consumidos está diretamente relacionada a tais fatores e, por essa razão, a alimentação precisa ser adequada a cada fase de vida.

A criança, o adolescente, a gestante, os adultos e os idosos possuem necessidades diferentes para garantir o desenvolvimento, crescimento e manutenção corpórea saudáveis, conforme o caso. Portanto, não é aconselhável ter uma criança ingerindo porções de adultos e nem tampouco uma gestante fazendo dieta restritiva para não perder a forma, uma vez que tais situações são incompatíveis com a vida saudável.

A nutrição busca o equilíbrio entre a alimentação, saúde do corpo e mente para que, assim, possa contribuir com a saúde, a qualidade de vida e a longevidade das pessoas. Mas para isto tornar-se realidade, precisamos promover as devidas adequações nutricionais para as diferentes culturas alimentares, mudanças no estilo de vida, e no comportamento alimentar, fugindo da velha receita de oferecer somente uma dieta padrão.

Ver e ouvir o cliente-paciente para conhecer suas vivências alimentares e suas reais necessidades são atitudes imprescindíveis neste processo de aconselhamento dietético, no desenvolvimento da empatia e sintonia tão importantes nesse relacionamento.

A mudança de comportamento alimentar deve ser pautada na clareza de informações, assim como na participação da construção de todo o processo e de como se dará a mudança no que se refere a metas e resultados durante o tratamento.

Precisamos buscar este equilíbrio em uma alimentação variada em que tudo pode fazer parte com moderação. Portanto, não existe alimento “bom” ou “ruim”, uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes, verduras e cereais integrais, alimentos minimamente processados e/ou produtos alimentícios com maior valor agregado com foco na saudabilidade, estilo de vida saudável, na segurança dos alimentos e sustentabilidade podem caminhar juntos, porque vão oferecer os nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo.

Desta forma, nutrir o corpo vai além do fornecimento de alimentos para o organismo, é promover aprendizado suficiente que leva a escolhas melhores, enaltecendo a presença dos alimentos saudáveis e despertando para uma alimentação mais consciente. Já são conhecidos amplamente os malefícios do sódio, açúcares e gorduras em excesso na alimentação. De fato, o componente sódio presente nos alimentos está envolvido em cerca de 80% das doenças cardiovasculares no nosso país, e o açúcar e a gordura na contribuição para o crescimento da obesidade e diabetes.

comportamento alimentar

Diante deste contexto, o “Guia alimentar para a população brasileira” foi reestruturado dentro das políticas de alimentação e nutrição em 2014, e hoje é referência internacional na promoção de bons hábitos alimentares, contendo informações que norteiam a nossa população e orienta os 10 passos para uma alimentação mais saudável, além das 3 regras de ouro que visam garantir a segurança alimentar. Ele pode ser consultado por qualquer pessoa nos órgãos do ministério da Saúde.

Sendo assim, não basta só orientar, é necessário ensinar na prática “o como fazer”. As famílias precisam resgatar o prazer de cozinhar, preparar uma refeição com enfoque nos princípios da gastronomia saudável, que despertem a sensorialidade e prazer, que agucem os cinco sentidos, além de compartilhar habilidades culinárias e sentar-se à mesa para realizar o máximo de refeições em família que conseguirem, considerando que a vida moderna tem suas privações naturais.

A mudança no comportamento alimentar é a forma de resgatar o verdadeiro sentido da alimentação, mas depende do quanto o indivíduo está disposto a mudar. Sendo assim, não existe o “milagre”, e sim a necessidade de adesão ao que consideramos uma alimentação e hábitos saudáveis. Ela deve ser simples, agradável, equilibrada em nutrientes, variada e colorida, contendo em sua maior parte alimentos in natura e minimamente processados, fracionada em pequenas porções diárias e acompanhada de uma boa ingestão de água, sem esquecer que deve ser realizada em ambiente apropriado também.

Vale ressaltar que para ser saudável a prática habitual de atividade física tem que estar presente e, preferencialmente, orientada por profissionais da área, porque além de liberar substâncias que contribuem com o bem-estar, também pode ajudar a prevenir e melhorar diversos tipos de doenças como a diabetes, a hipertensão, a obesidade, a capacidade cardiorrespiratória, a imunidade e coordenação motora. Mas existe realmente a necessidade de ser feita por prazer, para que todo este processo se torne sustentável e contribua com a qualidade de vida, felicidade e longevidade das pessoas.

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Precisamos avançar em muitas questões alimentares ainda, mas não podemos perder a tranquilidade nesta condução e promover o que é a atribuição do nutricionista: “A Promoção da saúde por meio da alimentação”. A alimentação tem uma simbologia muito especial e representa muitos aspectos emocionais e sociais que devem ser respeitados. Assim, a variedade e o consumo de pequenas porções é mais saudável e mantém a nossa capacidade perceptiva de sabor e o prazer atuante no sistema nervoso central, que libera a sensação de bem-estar e felicidade cada vez que ingerimos um alimento.

O ato de comer tem que ser um prazer, assim como trazer felicidade e não gerar sentimento de culpa que está relacionado ao desenvolvimento de vários transtornos alimentares importantes na atualidade. Desperte para uma alimentação mais consciente entendendo melhor os benefícios que a alimentação equilibrada traz para sua saúde. Incorpore este hábito e faça escolhas mais saudáveis, fará parte da sua qualidade de vida, pense nisto … e treine ser saudável!

Sugestão de receita simples e de fácil preparo em família

Salada de grão-de-bico com atum

A salada de grão-de-bico é rica em proteínas vegetais e fibras, podendo ser utilizada como entrada do prato principal.

Ingredientes:

  • 2 xícaras de chá de grão-de-bico cozido
  • 1/2 cebola média picada em cubos
  • 1 tomate em cubos
  • 1/2 pimentão picado
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • vinagre e salsa a gosto
  • 1 lata de atum em conserva natural

    Modo de preparo: em uma saladeira misture a cebola, o pimentão, o tomate, o grão de bico e o atum, mexa bem. Tempere com vinagre, ervas e ajuste o sal em pouca quantidade. Leve ao refrigerador e sirva como entrada e/ou acompanhada de folhas verdes.

Sobre o autor

Dra. Vilani Figuiredo Dias

Mestre em Ciências da Nutrição - Nefrologia - Universidade Federal de São Paulo/UNIFESP

Nutricionista, formada pelo centro universitário São Camilo e Mestre em Ciências da Nutrição, pós graduada pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP com enfoque em doença renal crônica - Nefrologia.

Atuação profissional no departamento de nutrição clínica do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Trabalhou como Docente- Coordenadora de cursos técnicos e livres na área de nutrição e dietética no Senac São Paulo. Entre as atividades atuais desenvolve atendimento clínico nutricional em consultório e Home Care com ampla experiência em Nutrição Clínica e Rotina Hospitalar envolvendo atendimento Clínico de Paciente Renal em tratamento conservador e em Hemodiálise, Cardiologia, Diabetes e Oncologia.

Realiza Consultoria Técnica em nutrição e saúde, palestras e Workshop na área de docência em nutrição, atua como Docente das disciplinas: Nutrição clínica, Fisiopatologia, Dietoterapia, Gastronomia Hospitalar, Bioquímica Metabólica, Bromatologia, Nutrição nos diferentes estágios da vida, Educação Alimentar e Nutricional, Orientação de projetos, Acompanhamento e Supervisão de Estágios, além de coordenação de projetos de educação nutricional corporativos em instituições públicas e privadas.

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