Saúde Mental Terapias

Filmeterapia e os benefícios para a saúde

Duas mulheres e um homem sentados em uma sala de cinema sorrindo e demonstrando alegria.
Ammentorp / 123RF
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Não é de hoje que o cinema figura entre os objetos de estudos mais dissertados entre as áreas das ciências humanas. Seguindo sempre com a popularidade em alta, sua amplitude abriu as portas para diferentes interpretações, principalmente no que concerne às temáticas da comunicação, sociologia, antropologia, filosofia e, claro, da psicologia. A sétima arte é considerada, sem dúvidas, fonte abundante de recursos capazes de promoverem benefícios para a saúde, sendo essa a premissa básica da filmeterapia.

Para os idealizadores dessa linha de raciocínio, Hodgson e Burque, a identificação com os personagens ao nos transportarmos no enredo de um filme é um dos elementos fundamentais para compreendermos a profundidade desta que eles consideram uma ferramenta de complemento terapêutico. Dispostos a embasarem sua tese, os dois psicoterapeutas espanhóis desenvolveram pesquisas em colaboração com diversos profissionais do círculo de cinema. Reforçando as análises, o conteúdo utilizado por eles ganhou, além de filmes e séries, a adição de materiais como citações, pôsteres, comentários entre outras bases.

As propostas da filmeterapia se concentram no reconhecimento do método como um meio agregador que oferece muito mais do que apenas diversão. A matéria-prima que dá sustentação a seus argumentos vai ao encontro da compreensão que temos de nós mesmos ao longo da vida, das nossas conexões e de como nos sentimos em totalidade. A eficácia da terapia, no entanto, é somente perceptível quando há a junção de força de vontade alinhada ao desejo de melhorias.

Como filmes podem contribuir com a saúde

Apontamentos levantados pela Conviva, empresa responsável por monitorar os serviços de streaming, registraram aumento de 20% na audiência desse tipo de programação durante a pandemia. O fechamento de estabelecimentos e a quantidade de horas que estamos passando em casa foram alguns dos fatores para a crescente desse número. O isolamento social tornou-se momento oportuno para desfrutarmos dessas benesses com mais satisfação e alegria, apesar das dificuldades de adaptação experimentada por todos. Para animar, confira exemplos sobre de que maneira a filmeterapia pode nos auxiliar:

Imagem desfocada de uma mulher comendo pipoca, sorrindo e com um controle de televisão na mão.
Jeshoots.com / Pexels

• Proporciona relaxamento e bem-estar;

• Ajuda na redução dos níveis de ansiedade;

• Situações análogas vivenciadas por nós em nosso cotidiano ao serem assistidas despertam na gente maior senso de reflexão e de tomada de decisões conflituosas;

• Certas ”semelhanças” podem nos indicar medos e preocupações bem ocultos, guardados no subconsciente. Tais descobertas potencializam a nossa capacidade de tratá-los com atenção extra;

• A diversidade de assuntos, a riqueza imaginativa e a ligação impactante que temos diante da sétima arte são fontes inesgotáveis para o desenvolvimento da empatia;

• Trocar ideias com as pessoas de que gostamos a respeito de filmes/séries estimula não só o aprendizado e a criatividade, como também melhora o foco e o convívio social;

• A emoção sentida através das produções cinematográficas nos inspira e serve como gatilho para o autoconhecimento.

Depois de descobrir esse monte de informações, os dias jogados, de desânimo terão a partir de agora outro gostinho. Preparamos algumas dicas inspiradoras para dar início às suas sessões de filmeterapia e de felicidade. Separe a pipoca e o lenço!

Filmes pra aquecer o corpo e o coração

Comer, Rezar e Amar – o best-seller biográfico da jornalista e escritora Elizabeth Gilbert fez tanto sucesso que foi parar nas telas. A jornada de descobertas de Liz (Julia Roberts) depois de um divórcio, nos faz embarcar em uma aventura itinerante pelas belezas da Itália, Índia e Bali. Os sabores, as delícias e os encantos locais se conectam com um mergulho espiritual profundo, recheado de romance e eventos deliciosos e apaixonantes.

Um homem e uma mulher, mostrados só do tronco pra baixo com um prato de panquecas e chocolate e uma xícara de café - ambos estão sentados no chão.
Cottonbro / Pexels

Em Busca da Felicidade – enfrentando problemas financeiros e matrimoniais, Chris Gardner (Will Smith) é deixado pela esposa com o filho Christopher (Jaden Smith) em situação bastante crítica. Os dois passam por acontecimentos dolorosos em busca de sobrevivência, como, por exemplo, ter que dormir em abrigos por não ter onde morar. A saga de pai e filho, baseada em uma história real, traça os rumos de um homem disposto e motivado a superar as adversidades colocadas em seu destino.

Extraordinário – Auggie Pullman (Jacob Tremblay) é um garoto de 10 anos que nasceu com uma síndrome genética muito rara. Por conta disso e depois de 27 cirurgias plásticas (devido a sequelas da deformidade facial), Auggie, que sempre estudou no conforto de casa sendo alfabetizado pela mãe (Julia Roberts), decide estudar em uma escola regular onde vai confrontar o bullying e encarar a relação com os novos amigos, dando uma lição de superação e amadurecimento pra quem assiste.

Intocáveis – Phillippe (François Cluzet), um milionário tetraplégico contrata Driss (Omar Sy), um rapaz de pouca experiência e com alguns contratempos familiares e judiciários, para garantir seus cuidados essenciais. Enquanto Philippe é um homem branco, rico, elegante, educado e refinado, Driss é um jovem negro, pobre e iletrado que conquista a todos a sua volta com simpatia e autenticidade. A amizade entre ambos (baseada em fatos reais) retrata duas histórias de superação regadas a humor, cumplicidade e companheirismo.

Você também pode gostar

Divertidamente – a animação realizada pela Pixar conta como funciona a mente de Riley, garota de 11 anos, ao saber que ela está de mudança para uma outra cidade. A confusão se dá quando uma desordem na sala de controle de seu cérebro exclui alegria e tristeza da “prateleira de sentimentos” de sua personalidade, causando nela um sério desequilíbrio. O desenho aborda, dentro de perspectiva lúdica, temas amplos no que tange à psicologia comportamental. A vencedora na categoria “melhor animação” (Oscar 2016) é um convite delicioso pra entendermos o universo das emoções.

Sabendo que entretenimento e saúde mental, para nossa sorte e deleite, caminham de mãos dadas, temos na filmeterapia uma excelente desculpa para investirmos no autocuidado e usufruirmos de nossa própria companhia com tempo de qualidade e prazer.

Sobre o autor

Eu Sem Fronteiras

O Eu Sem Fronteiras conta com uma equipe de jornalistas e profissionais de comunicação empenhados em trazer sempre informações atualizadas. Aqui você não encontrará textos copiados de outros sites. Nossa proposta é a de propagar o bem sempre, respeitando os direitos alheios.

"O que a gente não quer para nós, não desejamos aos outros"

Sejam Bem-vindos!

Torne-se também um colunista. Envie um e-mail para colunistas@eusemfronteiras.com.br