Terapias

Por que os terapeutas empreendedores deveriam praticar CX

Aperto de mão entre duas pessoas.
Business handshake
Escrito por Giselli Duarte

A gente que trabalha com atendimento ao cliente está acostumada a ver a experiência do cliente em tudo. Desde vendas complexas, como a aquisição de um software para uma empresa, até um jantar ou simplesmente um sorvete no shopping. Na área de atuação das terapias integrativas não é diferente.

Recentemente me inscrevi para um curso de oito horas em um espaço bem conhecido, de terapias integrativas. Sendo recomendado por colegas, e pesquisando um pouco mais sobre os fundadores do local, eu decidi fazer esse curso lá. Chegando ao local do curso, tive algumas surpresas. Faltando 30 minutos para iniciarmos as práticas, a recepção estava completamente lotada e as pessoas confusas, pois naquele dia aconteceriam três cursos diferentes.

Os fundadores, além de trabalharem com as inúmeras formações e terapias, também atendiam o público. Ou seja, faziam todo o processo de prospecção, vendas etc. Naquele dia especificamente, alguns familiares dos fundadores estavam dando suporte nessas áreas, pois a quantidade de alunos realmente era grande. As aulas se iniciaram aproximadamente 40 minutos depois do horário combinado no cronograma.

Nesse processo que antecedeu o início das aulas, estavam sendo realizados os pagamentos das matrículas. A bateria de uma máquina de cartão acabou, na outra máquina faltou bobina, e as pessoas começaram a ficar impacientes. Inclusive os fundadores do espaço. Era muita gente e muito “incêndio” para apagar de uma só vez. Mas claro, depois que todas as aulas já haviam sido iniciadas, todos já estavam mais tranquilos e tudo correu bem.

Mulheres sentadas em uma sala de espera, com copos personalizados nas mãos e rostos impacientes.

Finalizado o curso e com o certificado na mão, fui para casa pensando e refletindo nessa tal experiência do cliente, tão conhecida como CX (Customer Experience, em inglês). Trabalhando com essa filosofia, eu respiro e vivencio todos os dias o atendimento ao cliente na prática. E sem querer, quando menos espero, estou analisando como alguns processos poderiam melhorar. E claro elogiando aqueles que estão acima da média.

Alguns leitores poderão indagar e dizer: “Ah, mas as pessoas vão entender, porque nós estamos tratando de outro assunto que não é puramente comercial”. E é aqui que muitos confundem a linha tênue entre oferecer terapias e oferecer um bom atendimento com a prestação de serviços em terapias holísticas/integrativas.

Diante disso, eu quero compartilhar alguns insights sobre esse assunto, principalmente e com muito carinho com os terapeutas empreendedores.

Antes de toda e qualquer relação entre o terapeuta/terapias/cursos e o paciente/aluno/cliente, há uma relação comercial entre esses dois. Com exceção aos trabalhos voluntários, claro!

Sendo assim, para que haja uma experiência integralmente positiva, é importante que a satisfação daquele que busca as terapias seja desde o momento em que ele encontra os seus serviços até o momento em que a relação comercial entre vocês acaba, como um pós-venda, por exemplo. Esse processo é o que chamamos de Customer Experience.

Segundo a Gartner Group, a experiência do cliente é “a soma de todas as percepções e sentimentos relacionados do cliente causados pelo efeito único e cumulativo das interações com funcionários, sistemas, canais ou produtos de um fornecedor”.

Ou de uma forma mais direta, como resume a Forrester Research: “Trata-se de como seus clientes percebem todas as interações com sua empresa”.

Três mulheres sorriem para o cliente e uma delas o cumprimenta com um aperto de mão.

Por isso é importante prestar atenção nos mínimos detalhes para entregar a experiência do cliente como um diferencial, seguindo alguns exemplos abaixo:

  • Seja sempre atencioso para atender e responder prontamente todas as dúvidas do seu futuro paciente/aluno/cliente.
  • Ofereça conteúdos específicos à terapia ou ao curso em questão.
  • Tenha flexibilidade quanto à forma de pagamento.
  • Confirme com antecedência a data e os horários combinados, evitando atrasos, ausência ou qualquer outro motivo que possa surgir nesse hiato. Uma ligação, SMS, WhatsApp ou e-mail já resolve.
  • Faça um planejamento dos seus eventos, evitando contratempos, como máquinas de cartão sem bateria, bobina quebrada, falta de folhas, canetas etc. O ideal é fazer um checklist de conferência um ou dois dias antes do evento. Pois assim haverá tempo para comprar e substituir tudo o que precisa.
  • Contrate pessoas. Treine as habilidades delas e faça com que o atendimento seja um sucesso! Querer fazer tudo é fazer algumas coisas pela metade. Investir em pessoas é sempre a melhor solução. Colocar membros da família pode ser uma alternativa, desde que haja um treinamento anterior. Tudo pode ser planejado com antecedência.
  • Quer que seus clientes voltem? Faça pós-venda! Finalizados a terapia e os demais eventos, entre em contato com eles, posteriormente. Mande uma mensagem ou ligue para saber qual foi a experiência que seus clientes tiveram. Ouça-os. Certamente isso fará toda a diferença.

Lembre-se: as pessoas estão sempre avaliando tudo! E, sim, até mesmo as vivências, os cursos e as terapias voltadas para o autoconhecimento e desenvolvimento humano. Principalmente por estar lidando com experiências mais sutis, é essencial todo o cuidado e zelo centrado no cliente.

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Um grande abraço e sucesso em sua jornada. ☺


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Sobre o autor

Giselli Duarte

Nunca fui alguém que se contenta em observar a vida passar. A inquietação sempre pulsou em mim, guiando-me a atravessar caminhos diversos, por vezes improváveis, mas sempre significativos. Não se tratava de buscar respostas rápidas, mas de me deixar ser moldada pelas perguntas.

Meu primeiro contato com o trabalho foi aos 14 anos. Não era apenas sobre ganhar meu próprio dinheiro, mas sobre entender como o mundo se movia, como as relações de troca iam além de cifras. Com o tempo, percebi que meu lugar não seria apenas cumprir horários, mas criar algo próprio. Assim, aos 21, nasceu meu primeiro negócio, registrado formalmente. Desde então, empreender tornou-se tanto profissão quanto paixão.

Mas, por trás dessa trajetória profissional, sempre existiu uma busca interior que muitas vezes precisei calar para priorizar o mundo exterior. Foi somente quando o cansaço me alcançou na forma de burnout que entendi que não podia mais ignorar a necessidade de olhar para dentro. Yoga e meditação não foram apenas escapes, mas verdadeiras reconexões com uma parte de mim que havia sido negligenciada.

Foi nesse espaço de silêncio que descobri o quanto a curiosidade que sempre me guiou podia ser dirigida também para dentro. Formei-me em Hatha Yoga, dentre outras terapias integrativas, e comecei a dividir o que aprendi com outras pessoas, conduzindo práticas e compartilhando reflexões em plataformas como Insight Timer e Aura Health. Ensinar, percebi, é uma das formas mais puras de aprender.

A escrita foi um desdobramento natural desse processo. Sempre acreditei que as palavras possuem a capacidade de transformar não só quem as lê, mas também quem as escreve. Meus livros, No Caminho do Autoconhecimento e Lado B, são registros de uma caminhada que não se encerra, mas que encontra sentido na partilha. Participar de antologias poéticas também me mostrou a força do coletivo, de somar vozes em algo maior.

Cada curso que fiz, cada desafio que enfrentei, trouxe peças para um mosaico em constante formação. Marketing, design, gestão estratégica – cada aprendizado me preparou para algo que, na época, eu ainda não conseguia nomear. Hoje, entendo que tudo se conecta.

Minha missão não é ensinar verdades absolutas, mas oferecer ferramentas para que cada pessoa possa encontrar suas próprias respostas. Seja através da meditação, da escrita ou de uma simples conversa, acredito que o autoconhecimento é um processo contínuo, sem fim, mas cheio de significado.

E você, o que tem feito para ouvir as perguntas que habitam em você? Talvez nelas esteja o próximo passo para um novo horizonte.

Curso
Meditação para quem não sabe meditar

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