Autoconhecimento

O que aconteceu quando parei de sonhar

Escrito por Sol Felix

A vida costuma estar toda planejada. Tempo estimado para nascer, para surgirem os primeiros dentes, a primeira palavra, o primeiro passo. A idade certa para ir à escola, para aprender a ler e escrever.

Existem planos traçados e uma jornada com script discreto, porém bem presente. Existem metas disfarçadas docemente como sonhos. E os sonhos são anseios que nunca cessam.

Talvez isso explique a brisa suave – ou o pânico – que surge quando você simplesmente para e deixa a vida acontecer sem planos para a pós-graduação, sem planejamento para as próximas férias, sem vislumbrar um novo celular ou um novo amor.

Convido qualquer um – agora – a fazer uma respiração calma, seguida de um ato contemplativo, porém ativo da própria vida. Não sugiro um abandono, mas a aceitar o que se tem hoje e a viver bem com isso, sem anseios, sem vislumbres e sem ilusões do que poderá vir a ser.

Quem nunca cansou dos próprios sonhos? Ter sonhos é a afirmação de que o que se tem hoje não está bom.

É poético sonhar. Mas viver deles é ser antiético com a própria felicidade. Quem vive se apoiando no que pretende que aconteça lá na frente, está invalidando a beleza de tudo o que foi conquistado até hoje.

O melhor da festa não é esperar por ela. Definitivamente.

O melhor da festa é estar na pista, é brindar, é ser leve, é estar solto. Uma mala cheia de tralhas e carregada de anseios nos impede de dançar, de apreciar a música e as boas companhias.

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O que somos hoje, é o que somos hoje! Que a gratidão seja maior que os meus desejos e que na minha bolsa eu leve apenas minha carteira e meu batom.

Sobre o autor

Sol Felix

Atriz formada pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul e Designer Gráfico (Universidade Paulista). Nesta vida, resido em São Paulo desde sempre. Não sou viciada em tecnologia e amo chocolate amargo. Acredito, de forma encantada, que o ser humano é, por excelência, Arte e Artista.